Coral Santa Cecília 80 anos - Um jovem presidente
A juventude de Alexandre Zambon Bergamin, 20 anos, faz um contraponto à atual realidade do Coral Santa Cecília, formado em sua maioria por integrantes acima dos 60 anos. Ele, que ingressou há três anos, ocupa a função de presidente há dois.
Ele chegou ao Coral convidado por um colega e ficou impactado quando chegou para o primeiro ensaio. “Estávamos na pós-pandemia, um período ainda conturbado, e eu tomei um baque ao chegar lá e ver tão poucos integrantes. Os idosos estavam em casa e alguns tinham deixado de participar definitivamente, como Clementino Caliman e Bejamim Falchetto”.
Alexandre teve então vontade de ajudar e confessa que sentiu medo que um movimento cultural tão importante acabasse. “Quando eu entrei, em 2021 só tinham oito pessoas frequentando os ensaios, as apresentações tinham minguado e não davam sinais de recuperação. A entrada do Inárley foi a injeção de ânimo que precisávamos, apesar de alguns focos de resistência, que foram se dissolvendo”.
Com os novos projetos em andamento, os integrantes agora sonham com uma nova turnê pela Europa. “Entrou mais gente nova, sendo que a maioria dos que ficaram chegou com suas próprias pernas”.
Os ensaios permanecem nas noites de quinta-feira, com algumas mudanças pelas necessidades eventuais da agenda de Inárley. “Ele é envolvido em vários projetos e viaja muito. No entanto, sempre está em contato com a gente, mantendo sua conexão, e estamos muito otimistas com a continuidade de Inárley no próximo ano”.
A gestão de Alexandre vai terminar no início de 2025, quando haverá novas eleições para a diretoria. “Na minha opinião deveríamos continuar elegendo lideranças mais jovens que tenham a mesma firmeza dos primeiros integrantes. Eles também eram novos quando começaram o Coral e conseguiram levar tudo com muita responsabilidade”.
Para Alexandre, uma das apresentações mais icônicas do Coral, considerando o período que faz parte, foi durante a missa relativa aos 150 anos de imigração italiana no Espírito Santo, na Catedral de Vitória.
Apesar de garantir que não estará na presidência da próxima gestão, Alexandre vibra com as novas possibilidades do Coral, como a criação do coral infantil e da banda sinfônica. “Fizemos as reformas necessárias no Estatuto para permitir inovações. São iniciativas que visam a continuidade de um movimento que nasceu da imaginação de padre Cleto Caliman e foi materializado pelo saudoso Laurentino Lorenção, com o apoio de uma juventude muito pujante na época. Resta a nós agora lutar pela sua continuidade”.