Exercício físico e o Alzheimer
Os dados mundiais apontam que uma a cada quatro pessoas com idade superior a 75 anos sofre com Alzheimer. Uma doença neurodegenerativa no qual ocorre perda de funções cognitivas e interfere diretamente no convívio social das pessoas. A grosso modo ela é causada porque ocorre nos cérebros dos pacientes um acúmulo de placas de proteínas que causam a morte dos neurônios e o declínio das funções cerebrais.
Dados mundiais apontam também que o Alzheimer é uma doença de evolução lenta, mais progressiva, e pode levar à um período de oito a 10 anos. Se considerarmos as doenças relacionadas ao cérebro, esta é a que mais cresce no mundo. Até o momento não há cura.
Mas uma pesquisa feita em conjunto por pesquisadores brasileiros (FELICE 2018) e canadenses traz um novo alento aos pacientes. Eles identificaram que a prática regular de exercício físico pode ser a chave para o tratamento e, principalmente, a prevenção do Alzheimer.
Outros grupos de pesquisa (HERNANDEZ, 2011; VITAL, 2010, e DOS SANTOS, 2013), já haviam afirmado e confirmado os benefícios da prática de exercícios físicos no tratamento e prevenção da doença.
O grande achado da pesquisa atual (da FELICE) foi ter comprovado que a contração muscular é um potente sinalizador para a liberação do irisina.
O irisina é o hormônio produzido nos músculos que age protegendo o cérebro e restaurando a memória. Este hormônio inclusive é um dos marcadores do Alzheimer, já que ele se apresenta em baixas concentrações sanguíneas nos pacientes diagnosticados com a doença. Além disso, o irisina atua positivamente também sobre o equilíbrio dos ossos e dos pulmões.
Quais exercícios são os melhores? O estudo não aponta! Eles afirmam que a simples contração muscular mais intensa (típica de qualquer exercício físico bem planejado) é suficiente para a liberação do irisina e, consequentemente, seu aumento na concentração dele no sangue.
Se observarmos “quem” tem Alzheimer, veremos, na quase totalidade dos casos, uma pessoa com idade maior que 50 anos. E esta é a população que mais se beneficia do treinamento de força. Assim, a sugestão para este público é procurar a musculação. E praticá-la com qualidade!! O treinamento contra resistência é o melhor e mais comprovado meio de melhorar o perfil muscular dos idosos. Além disso, por ser praticado individualmente fica mais fácil controlar variáveis de segurança e obter resultados ainda mais consistentes em termos de aumento da autonomia (aumento da força muscular e da densidade mineral óssea) assim como uma boa redução do peso de gordura.
Finalizando fica o incentivo: “Nunca é tarde para começar”. Para evitarmos doenças que aparecem com o avanço da idade devemos incluir exercícios físicos na nossa vida, e esta pesquisa comprovou mais um benefício que uma vida ativa traz.
Dudu Altoé
Personal Trainer
CREF.: 002126-G/ES
Especialista em treinamento físico para grupos especiais