Vila Portugália: novidades e acolhimento durante todo evento cultural em Conceição do Castelo
De sexta a domingo, os empreendimentos gastronômicos fizeram da praça um lugar especial de encontro
Um dos grandes acertos da Festa Portugália, a Vila Portugália tem se revelado um lugar de encontro entre o público apreciador da programação cultural do evento em Conceição do Castelo. A novidade, apresentada no ano passado, demonstrou seu poder de reunir pessoas em torno da gastronomia, um dos elementos de identidade cultural do município, durante os três dias da programação, que começou na noite de 7 de junho e foi até o final de tarde de domingo, dia 9.
Uma das inovações deste ano foi a barraquinha da diretoria da Portugália, que foi montada no domingo para servir (vender) polenta brustolada com linguiça de bacalhau. A linguiça, feita por Maquiel Zaqui, produtor rural da comunidade de Montevidéo, foi preparada na air fryer, pois se fosse na chapa do polenta móvel a pele que envolve a peça estouraria.
Dentro do quadro de novidades, a bolsa de apostas para descobrir o tamanho da linguiça de bacalhau foi promovida no domingo. A linguiça, preparada por Alexandre Belisário Rodrigues, empreendedor da agroindústria, teve o cumprimento de 29,54 metros e a vencedora da aposta, que levou a iguaria para casa, foi Maria Regina Belisário Zorzal, cujo o palpite foi de 29,50 metros. Também no domingo teve sorteio de prêmios (1º - R$ 20 mil e 2º - R$ 30 mil) promovidos pela Associação Festa Portugália. Os sortudos foram João Luiz Pena, morador de Conceição do Castelo, e Genilson Fábio Módulo, residente de Aracê, Domingos Martins, respectivamente.
Gastronomia na praça
Maria da Penha Pancieri Pinto, dos Produtos Marip, participou pelo segundo ano consecutivo da Vila Portugália. Ela levou oito bolos de dois quilos cada, que totalizaram 120 fatias comercializadas, nos sabores brigadeiro, coco com leite condensado, abacaxi com coco, avelã com frutas vermelhas e morango com brigadeiro. Os oito pudins de leite condensado também fizeram muito sucesso, totalizando 48 pedaços.
Ela também fritou na hora 380 bolinhos de bacalhau. Trata-se de uma boa quantia, no entanto, ela diz que, diferente do ano passado, quando a maior procura foi por este item, esse ano os destaques foram para as sobremesas, principalmente os bolos. Maria da Penha acredita que o fato se deu por esse ano a Vila ter oferecido mais opções salgadas.
Ela, que é descendente de portugueses, assim como o marido, trabalha com turismo no distrito de Viçosa, distante 5 Kg do Centro de Con-ceição do Castelo, onde produz (agroindústria) e vende seus produtos desde 1992. Ela destaca que o bolo de café, que ela não levou para a Vila, faz também bastante sucesso.
Na Fazenda Viçosa foi onde chegou o primeiro português em Conceição do Castelo: José de Souza Pinto. Ele doou para a paróquia, em 1887, a imagem de Nossa Senhora Imaculada Conceição, que veio da Região de Douros, Portugal.
Também participando pela segunda vez, Leda Pinon, da Leda Confeitaria Artesanal, considera a Vila Portugália uma excelente vitrine para vender e expor os produtos da agroindústria. Ela conta que este ano fez uma produção 'um pouco ousada' em relação ao ano passado, pois aumentou em 60% a oferta dos produtos e, mesmo assim, o estoque saiu zerado no final da Festa.
“Esse ano a procura pelos nossos doces aumentou bastante. Prova disso é que viemos embora sem nenhum brigadeiro”. Como diferenciais em relação à experiência do ano passado, ela levou os doces típicos portugueses, como pastel de Natal e o famoso pastel de Belém, além do pastel de amêndoas, docinho do céu e um doce panacotta com uma calda de frutas vermelhas. Todos tiveram excelente saída, mas o pastel de Belém foi um dos mais procurados.
Também teve espaço para os tradicionais, como os bolos de pote, copo da felicidade, mouse, pavê, brigadeiros gourmet, uma linha da marca que faz muito sucesso. Para ela, esse ano é que realmente foi um sucesso. Uma aceitação muito grande e acertamos ao arriscar em aumentar em 60% a oferta”.
Cervejas artesanais
Pela primeira vez participando do evento, Cristiano Lopes, proprietário da marca 'Cervejaria Vale do Emboque' achou muito importante se integrar à Vila Portugália. '”Nossa participação deu visibilidade à marca, tivemos vendas expressivas e a aceitação do público'.
Cristiano levou para a Portugália a pilsen, a ipa, a cerveja de vinho e a de maçã verde. A de maior procura foi a pilsen (foram 10 barris de 50 litros) e, de acordo com ele, a sua marca vendeu 13 barris de 50 litros durante o evento. “A produção da minha cerveja é em forma cigana, como diz no meio dos cervejeiros. Utilizo a fábrica de outra pessoa para produzir minha cerveja’’. No caso, em Venda Nova, na fábrica da Nobat.
A participação da Cervejaria Rústica na Vila Portugália do ano passado também rendeu à marca visibilidade e divulgação "boca a boca'', além da possibilidade de os sócios Valério Faé Fuzer e Willian Fontes consolidarem o projeto de colaboração entre todos os expositores participantes. A viabilidade econômica e financeira do evento para a empresa, a divulgação da marca e dos produtos e a necessidade que sentem de dar o apoio aos aspectos culturais de Conceição do Castelo e ao grupo Vila Gastronômica e Cultural criado por eles estão entre os motivos que os levaram a participar novamente este ano.
Ao considerar o porte do evento, a dupla avalia como muito boas a venda durante a programação. “Vendemos cerca de 300 litros de cerveja e as preferidas foram a pilsen e o chope de vinho, sendo que também oferecemos a stout e a ipa’’.
Para participar do evento, a dupla planejou em conjunto com os demais expositores, com membros da organização da Portugália e com representantes da Prefeitura Municipal de Conceição do Castelo, como tudo aconteceria. Quem quiser consumir as cervejas que produzem devem procurar na fábrica, na Comunidade de São José da Bela Vista, em Conceição, ou na Lanchonete Avanci, no distrito de São Roque (Venda Nova), que fica nas proximidades da propriedade do sócio, que produz as uvas sem agrotóxico para compor uma das receitas mais famosas da marca.
Cachaça
Michael, com os pais Pai Valmir Maura e Maria das Graças Belge Faé Maura, levaram os produtos Faé para a Vila Portugália. Os produtos são produzidos na propriedade onde mora a família, na comunidade rural de São Manoel, no município de Castelo.
A família, que participa com seus produtos na Vila Portugália desde a primeira versão, levou o vinho de jabuticaba, seco e suave (oferecidos em garrafa e em copos), e as cachaças (a curtida no jequitibá e a curtida na semente de nêspera). O vinho suave e a cachaça de jequitibá foram os que tiveram a preferência do público.
De acordo com Michel, o volume total de vendas na Portugália foi muito bom para a família e ele diz que, apesar de não ter como mensurar a quantidade de garrafas comercializadas, o resultado foi muito bom e bem melhor do que no ano passado. “A Vila Portugália é uma vitrine para mostrar os nossos produtos. Percebi que a quantidade de pessoas que estavam na Vila aumentou muito e isso foi muito bom”.