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36º Aniversário de Emancipação de Venda Nova do Imigrante - Festa do Socol em Alto Bananeiras

36º Aniversário de Emancipação de Venda Nova do Imigrante - Festa do Socol em Alto Bananeiras

Além da iguaria típica, evento oferece pratos e petiscos deliciosos

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Diante da beleza do lago de Alto Bananeiras, a Festa da Socol foi promovida pela 22ª vez em Venda Nova nos dias 4 e 5 de maio. O evento, que reverencia uma das iguarias típicas que é ícone da gastronomia local, cresce a cada ano em organização e vem se destacando pelas atrações peculiares e pelos pratos e petiscos saborosos.

Entre os destaques que saem da cozinha, estão o pastel de palmito com socol e a polentinha feita com o milho catetinho, um grão de produção mais reduzida, mas que é capaz de abastecer matéria-prima suficiente para a Festa do Socol. O palmito que recheia o pastel também é cultivado pelos moradores da comunidade de Alto Bananeiras.

Com parte do resultado revertido para a Apae e para o Hospital Padre Máximo, a Festa do Socol prossegue em linha crescente, tanto em atrativos gastronômicos e musicais, como em extensão da programação. Pelo segundo ano consecutivo a organização abriu a programação na tarde de sábado, com shows e com o bar funcionando servindo diferentes porções.

Hiago Zambão Falqueto, presidente da Associação Festa do Socol, conta que a ideia é aproveitar a estrutura já montada e iniciar o evento mais cedo. Até então a programação começava no sábado à noite e permanecia durante todo o domingo. Ele e Evandro Rosa Falqueto, que juntos estão à frente do evento pelo quinto ano, chegaram a esta conclusão. “Contamos com a ajuda de muitos voluntários organizados em equipes para fazer a Festa do Socol acontecer”.

Como a gastronomia é um dos pontos mais fortes do evento, Hiago ressalta a importância dada à cozinha. “Conservamos o propósito de divulgar o socol, alimento que faz parte da cultura da maioria das famílias de descendentes de imigrantes italianos, e também de oferecer comidas saborosas e de qualidade”.

E o bar da cozinha serve porções, como a de linguiça, macarrão com molho, batata frita e, é claro, de socol fatiado. Têm ainda o 'kit Tira Gosto', composto com polenta, linguiça e batata fritas e queijo, e o prato típico, que une numa única refeição polenta, macarrão, linguiça, frango e queijo.

 

Bolsa de apostas e leilão

Dentro dos atrativos, a bolsa de apostas, uma brincadeira para adivinhar o tamanho de uma linguiça caseira preparada pelos voluntários movimenta o evento. Os 'apostadores' pagam R$ 2,00 para dar um palpite e têm descontos progressivos à medida que querem dar outros, chegando a pagar R$ 20,00 por 12 pitacos.

Um dos momentos que mais estimula o público é o da medição da peça da linguiça na mesa de pedra, que é feita mais no final da tarde de domingo. O embutido, seguido com um fio de barbante em toda sua extensão, fica enrolado e,  para ser medido, um barbante serve de referência e é medido diante dos olhos do público. “Achamos esta forma de medir, pois a linguiça se quebraria ao ser esticada”.

Hiago explica que o cumprimento do embutido varia de acordo com o tamanho da tripa do porco que serve de película para envolver a carne triturada e temperada. Este ano a linguiça mediu 22,69 metros e o ganhador foi Rodrigo Caliman Falqueto, com o palpite de 22,68 metros.

Ainda pela manhã, no horário entre o final da missa e o começo do almoço, começa o leilão. Produtos agrícolas (peças de palmito, abóboras, batatas e outros), embutidos, doces e pudins são exibidos pelos leiloeiros, que andam entre o público, 'gritando' as propostas. Vence e leva o produto quem paga mais.

Algumas pessoas devolvem as prendas para serem leiloadas novamente e outras as compartilham na própria festa com os amigos e conhecidos. “Isso é muito comum quando são assados de carne ou sobremesas, como pé-de-moleque e pudins”, diz Hiago. Há alguns anos, era muito comum o leilão de animais vivos, como galinhas e porcos.

 

Origem da Festa

Em sua 22ª edição, a Festa do Socol começou a ser promovida no ano 2001, só ficando fora do calendário de eventos em 2020 e em 2021 devido à crise sanitária provocada pela pandemia do novo Coronavírus. Sem condição de promover o evento, a diretoria aproveitou para melhorar a estrutura e fez um barracão especialmente para comercializar o socol. “Diante da falta de condições para fazer a festa, nos dedicamos à construção de um barraco. Usamos só madeira boa e a estrutura ficou excelente”.

Em 2019, o evento ganhou uma logomarca, que passou a ser usada nos materiais de divulgação e em souvenires, como canecas e camisas. Sob gestão de uma turma mais jovem, a Festa buscou novos patrocinadores e investiu na sinalização dentro da festa, com indicação dos banheiros, caixas e bares, além de colocar máquinas de cartões de débito e crédito.

Os jovens, que agora estão à frente do evento, lutam pela continuidade de um projeto que nasceu para unificar e dar identidade à comunidade de Alto Bananeiras. No começo de 1990, Ângelo Falchetto, o seu Angelim, e Danilo Falchetto decidiram visitar os moradores do Alto Bananeiras, localidade habitada em sua maioria por colonos.

A intenção da dupla era ajudar e, como a comunidade revelou o desejo de ter uma igreja, iniciou a construção. Depois, lá por 1998, depois de uma viagem ao Sul do país, a Municipalidade chegou com a ideia de fortalecer um produto como identidade de cada comunidade. 

Naquela época, Angelim, Benjamim, Elvécio, Vânio Falqueto e outros (todos moradores de Alto Bananeiras) faziam socol em casa e Angelim se perguntou: “Por que não fazer a Festa do Socol?”.  Em 2001, a comunidade fez a primeira versão, que já foi um sucesso.

A festa e a comunidade cresceram e, por volta de 2018, Angelim, meio cansado, pediu a Hiago e a Evandro que assumissem a coordenação da Festa do Socol a partir de 2019. Os dois jovens, que já integravam o grupo voluntários, assumiram o evento, sob as bênçãos, olhares e participação de Angelim.

 

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