36º Aniversário de Emancipação de Venda Nova do Imigrante - “La Polenta Nostra” é o tema da 46ª Festa da Polenta
O evento será promovido em Venda Nova no segundo e no terceiro finais de semana de outubro
O tema já está definido: “La Polenta Nostra”, assim como as principais atrações e o desenrolar da programação da 46ª Festa da Polenta, evento a ser promovido em Venda Nova no segundo e no terceiro finais de semana de outubro. Além do famoso Tombo da Polenta e da culinária inspirada na cultura do imigrante italiano, os shows típicos e com os artistas regionais e de renome nacional prometem movimentar o Centro de Eventos Padre Cleto Caliman.
E a beleza das descendentes de imigrantes italianos estará na passarela logo após a abertura oficial do evento, na noite de 11 de outubro. Sete candidatas vão representar suas famílias e também levar para a passarela elementos culturais e históricos em suas vestes, penteados e adereços, além de informações sobre a Festa da Polenta e sobre a imigração em Venda Nova.
A Festa da Polenta é famosa pelo seu forte apelo cultural, principalmente o musical e o gastronômico, que tem na polenta o principal ícone, com uma grande variedade de apresentação: sanduíche de polenta com queijo, pastel de polenta, porção de polenta frita com vários acompanhamentos (linguiça, queijo e frango a passarinha), polenta cremosa com diferentes molhos (bolonhesa e ao funghi) e também compondo o prato típico.
Muito além da polenta, iguarias como socol, linguiça e diversos embutidos fazem a alegria dos paladares mais apurados. A oferta de comidas aumenta em variedade no Paiol do Nonno, Casa da Nonna e na Puxadinho da Nonna, espaços de divulgação dos costumes das famílias de imigrantes e que oferecem alimentos que faziam parte da rotina, como mandioca frita, torresmo, linguiça, milho cozido, pastel, caldo de cana, cafezinho, doces caseiros, banana na chapa, biscoitos, pães e o famoso pão de polenta.
Com dois palcos e um tablado, os shows musicais e de danças típicas preenchem toda a programação, que abre espaço para os Tombos da Polenta. São vários durante as duas semanas de Festa, totalizando 16 toneladas de polenta. O espetáculo, apesar de repetir em pelo menos três turnos por dia, atrai todos os olhares e oferece a polenta (na versão dura e cremosa) para a cozinha preparar iguarias e as diversas formas de apresentação.
Programação
A linha principal da programação da 46ª Festa da Polenta está definida, faltando apenas alguns ajustes. Com abertura e Desfile de Eleição da Rainha na noite de 11 de outubro, a programação do primeiro final de semana vai até a noite de domingo, dia 13. A presença do Ragazzi Dei Monti está garantida para a noite de sábado, antes do show nacional com a banda Roupa Nova.
O primeiro domingo da Festa começa com a missa na Matriz e logo em seguida, a partir das 10h30, o almoço começa a ser servido no Centro de Eventos ao som de Mirano Schuler. Em seguida tem apresentações do Gruppo Folkloristico Granello Giallo, do Coral Sol da Manhã e Do Grupo Dei Bambini. O Ragazzi abre a programação da tarde, parte do dia que terá mais apresentações de danças, shows típicos e populares.
Na segunda semana a programação vai começar mais cedo, na noite de quinta-feira (17), com o Musical alusivo aos 150 Anos da Imigração Italiana, seguido do show do Ragazzi Dei Monti. A banda local Moustache fecha a noite. A noite de sexta (18) vai ser bastante musical, com shows que varia dentes as bandas típicas até os nacionais, como a do Wilson Sideral.
O Show nacional do sábado vai ser com a dupla Mateus e Kauan. Tanto os atrativos de sábado quanto os de domingo seguem o mesmo padrão das propostas da semana anterior. Vale destacar que o Tombo da Polenta está previsto para as 15 horas dos sábados e dos domingos dos dois finais de semana, mas outros serão feitos para atender a demanda da cozinha.
A Banda Ragazzi Dei Monte sobe quatro vezes ao palco, sendo que na primeira semana somente na noite de sábado. Um dos shows típicos mais aguardados do evento volta em cena nas noites de quinta-feira (17), de sábado (19) e do domingo (20). Já a banda típica local, Toni Boni, sobe ao palco nas tardes dos dois sábados (14h30 dos dias 12 e 19) e no mesmo horário do último domingo (20).
Com os desfiles de rua nas manhãs de sábados sendo um dos momentos mais aguardados, a Festa da Polenta leva sua programação para além dos muros do Centro de Eventos. Tarcísio Caliman, o presidente da Associação Festa da Polenta- Afepol, que é um voluntário experiente- tanto dentro na diretoria da qual esteve à frente por dez anos em diferentes gestões quanto fora-, reconhece a importância da participação do vendanovense como artista da Festa e também como incentivador.
“Ao longo dos anos, fomos incorporando vários atrativos onde o vendanovense, com sua participação, se destaca e, representando nossa cultura, se torna uma atração. Seja cantando, apresentando nossa culinária e as nossas vestes, o morador de Venda Nova mostra nossa história e faz o diferencial”. Tarcísio também fala de uma cultura do vendanovense, que tem na base as informações musicais, gastronômicas e de outros aspectos trazidos e transformados pelos imigrantes. “Ao longo dos anos, fomos adaptando estes conhecimentos às novas necessidades e acreditamos que chegamos a uma cultura muito específica, que não é italiana e nem do imigrante italiano, mas do vendanovense”, disse sobre uma nova leitura que ele acredita ser necessária.
Serviço - 46ª Festa da Polenta
Nos dias 6, 7 e 8 de outubro
(primeiro final de semana)
e 12,13, 14 e 15 de outubro (segundo)
Local: Centro de Eventos Pe. Cleto Caliman - Venda Nova do Imigrante/ES
História da Festa
A Festa da Polenta é um evento que surgiu para atender aos anseios de Padre Cleto Caliman, um líder religioso com enorme representação na vida pública de Venda Nova, que inspirado em outra festa imaginou uma que reunisse as famílias locais. Assim, em 1979 foi promovida a primeira versão, um evento pequeno e cheio de significados: famílias reunidas, comidas, música e religiosidade, além de muita união de uma comunidade já acostumada a trabalhar em torno de um objetivo comum.
A Festa prosseguiu sob o comando do religioso (que também era diretor da Escola Salesiano, atual Fioravante Caliman) até 1983, quando foi transferido. Sávio Caliman, seu sobrinho, se mudou de Vitória para assumir a direção da Escola e também da Festa da Polenta, iniciando uma sequência de presidentes.
Depois de se tornar personalidade jurídica, em 1991, a então Associação Festa da Polenta- Afepol passou a eleger seus presidentes em assembleia e a ter mais condições de buscar apoios e patrocínios mais volumosos. Aos poucos o evento foi crescendo sobre as bases sólidas do poder de organização, tendo como pilares o trabalho voluntariado, a filantropia (logo o lucro passou a ajudar o Hospital Padre Máximo) e o resgate da cultura.
A dedicação dos voluntários e a ousadia das lideranças fizeram surgir atrações antes nunca imaginadas, surpreendendo e encantando um número cada vez maior de público. A Festa, cada vez mais famosa, aumentou seu poder de captar recursos e distribuir os resultados entre diferentes instituições filantrópicas locais.
Um dos grandes marcos foi a transferência da Festa do pátio da Escola Fioravante Caliman para o Centro de Eventos (1995), espaço construído pela Municipalidade e que homenageou padre Cleto Caliman. A polenta, o elemento central do evento, aos poucos foi alçado de alimento de subsistência à ícone gastronômico, conquistando o paladar popular dentro e fora da Festa, pois bares e restaurantes passaram a incluir a receita em seus cardápios.
O incentivo à cultura passou a fazer parte da pauta da Afepol, que promoveu corais infantis e até a gravação de um CD com as canções interpretadas pelos estudantes envolvidos no projeto. O evento também abriu a programação para manifestações culturais como o jogo de mora e a cantarola, sempre valorizando as performances dos próprios moradores como atração cultural.
Timidamente, em 2004, começa a Serenata Italiana, em julho. A intenção inicial era que o atrativo desse a oportunidade dos moradores e voluntários confraternizarem, mas o atrativo caiu no gosto popular e, com o passar dos anos, as ruas ficaram cada vez mais cheias.
Em 2009, uma faixa gigante estendida no vale com o nome Festa da Polenta passou a ser um convite para os transeuntes da BR-262 e a ampliação da programação para dois finais de semana se deu no evento de 2013. E o desfile do Queijo Gigante, que já estava nas ruas, passou a incorporar as famílias, que se vestiam tipicamente para se apresentar nas principais vias da cidade nas manhãs de sábado, convidando os turistas e moradores para irem almoçar no Centro de Eventos. Essas ações fizeram aumentar o público de sábado.
Ao longo dos anos várias atrações fixas (como o Armazém da Polenta, o Paiol do Nonno, a Casa da Nonna, o Puxadinho da Nonna e a Adega) se tornaram ambientes que funcionavam como atrativos à parte dentro da Festa da Polenta.
As atrações, além de saírem dos muros da Festa, também se estenderam pelo calendário anual (Plantio e Colheita do Milho, março e setembro, respectivamente), confirmando o quanto é difícil dissociar a Festa da Polenta da história de progresso de Venda Nova. Todas essas programações fora do período da Festa se tornaram importante instrumento de marketing para o evento e para o turismo do município como um todo.
“Tempos do Nunca Mais” vai para as ruas da cidade
O encontro musical denominado “Tempos do Nunca Mais” pela primeira vez vai sair das casas e ir para as ruas da cidade. E o evento a céu aberto já tem data marcada: 8 de junho próximo, quando vai se concentrar em frente aos Correios, na Avenida Domingos Perim, no Centro de Venda Nova, de onde vai sair em direção ao Centros de Eventos Padre Cleto Caliman.
Tarcísio Caliman explica que o movimento que evidencia a música sertaneja de raiz vai contar com o apoio do coreto de madeira para levar os cantores, sanfoneiros e sonorização durante o trajeto. Ele diz que a atração faz parte da programação do 21º Encontro Nacional de Poetas e Trovadores, a ser sediado em Venda Nova, e que provavelmente será incorporado ao calendário anual da Festa da Polenta.
“Tempos do Nunca Mais” é um evento criado por padre Cleto Caliman, sempre promovido entre amigos e na casa de um deles para cantarem músicas sertanejas de raiz. Padre Cleto, que usava um cocar e se intitulava 'Cacique Pena Branca’, sempre era reverenciado pelos anfitriões e pelos participantes. Com o seu falecimento, os amigos continuaram a promover o encontro, fazendo do anfitrião o cacique.
A música “Chico Mineiro”, de Tonico & Tinoco, é a primeira de uma lista que enumera canções como “Chalana”, de Almir Sater, e “Galopeira”, de Chitãozinho e Chororó. Numa espécie de 'play list', a organização tem uma lista com 50 canções, que é para ajudar a escolher qual vai ser cantada enquanto o pessoal degusta vinho e saboreia uma mesa farta. Assim como nos encontros nas casas, quem for participar também deve levar sua bebida e comidas para degustar e compartilhar durante o percurso.