10 anos de Coffee Design: professora cuida mais da parte química do café
A pesquisa desenvolvida pelo Coffee Design envolve várias etapas e nuances do processamento do café no pós-colheita
Depois que passou no concurso e veio a atuar no Ifes Venda Nova - época em que o projeto do café vinha se destacando-, Emanuelle Oliveira foi convidada pelo professor Lucas para integrar a equipe de pesquisa. Foi por entre 2015 e 2016, e desde então, ela forma o trio de professores com Lucas e Aldemar.
Responsável mais pela parte de análises químicas, a parte química do café, Emanuelle se considera satisfeita, pois atua na área na qual aprendeu muito e se apaixonou. “Para se ter ideia, eu não tomava café. A partir de quando eu comecei a trabalhar com o café, despertou em mim a vontade de querer aprender a tomar café. Hoje sou apaixonada: amo e adoro estudar o café. O café é um mundo de possibilidades, de conhecimento, de informação. Tem muita coisa envolvida, não só o café como grão, mas em toda a sua cadeia. E isso é muito interessante”.
Quanto ao futuro em relação ao trabalho do Coffee Design, Emanuelle acredita que se tem muito a crescer. “A cada dia que descobrimos algo ou encontramos alguma informação diferente, surgem outras perguntas e outras demandas a partir daquele resultado. Normalmente, ao respondermos uma pergunta, outras surgem. Por isso, acredito que essa é uma área que não tem fim. Ou não terá fim tão cedo, por conta de tantas coisas que ainda precisam ser estudadas e entendidas”.
Emanuelle ressalta que o estudo lida com um alimento que, ao longo da cadeia, sofre ação de micro-organismos e das condições climáticas. “Só o fato de as condições climáticas mudarem de um ano para o outro, de uma época para a outra, aponta que tudo pode mudar na cadeia do café. A composição química do café vai mudar, o sabor vai mudar... E a forma de manejo muitas vezes tem que se adaptar”.
Para Emanuelle, a área de pesquisa do café vai além da química e atinge todas as vertentes, como algo que ainda tem muito a caminhar e crescer. “No caso do Coffee Design, acho que estamos nesse meio, como pessoas que farão parte desse grande crescimento. Porque é isso que buscamos no grupo e é o que almejamos: a cada dia poder oferecer mais suporte e conhecimento ao produtor, tornar essa informação científica mais acessível a todos”.
Ela ainda observa que o Coffee Design, além de fazer pesquisa e ciência, tem o objetivo de tornar a informação gerada acessível a todos. “Isso para que possa melhorar a qualidade do café, melhorar a qualidade de vida do produtor e para que ele possa cada vez mais crescer naquilo que se propôs, seja na produção de café especial, seja de café para exportação, mas que ele possa crescer naquele ramo”.
* Emanuelle, que passou no concurso do Ifes em 2014, é técnica em química com habilitação em química de alimentos- e sempre trabalhou na área de combustíveis e petróleo-, até então nunca tinha trabalhado na área de alimentos. Chegando em Venda Nova, ainda no doutorado, viu que os cursos e o eixo de estudo eram na área de alimentos (por conta do curso superior em ciência e tecnologia de alimentos e curso técnico em agroindústria) e se interessou por essa nova matriz de estudo.