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Hospital Padre Máximo conta com 20 leitos de UTI

Hospital Padre Máximo conta com 20 leitos de UTI

Estrutura de atendimento faz com que unidade caminhe para mais resolutividade nas especialidades médicas

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A realidade do sistema de saúde de todo Estado, assim como de todo Brasil, precisou ser redesenhada para abrigar um novo arranjo no atendimento em geral e na distribuição de vagas de UTI. Nesse processo, o Hospital Padre Máximo, de Venda Nova, passou a operar com 20 vagas de UTI, dobrando o número de leitos que foram inaugurados há pouco mais de um ano.

Cleto Venturim, presidente do HPM, vê o desafio como uma oportunidade de atrair mais especialidades e de oferecer mais resolutividade. “Esta-mos dando mais segurança para que mais complexidades e atendimentos de risco mais elevados passem a ser feitos em Venda Nova. Enxergo que esse possa ser o grande legado que a pandemia trouxe para o Hospital”.

Esla Lessa Borba, diretora geral do HPM, reforça essa visão do presidente ao dizer que além de ser um benefício para o Estado, o aumento da oferta de leitos de UTI gera segurança aos profissionais médicos locais em realizar procedimentos de maior complexidade. “Eles estão cientes da retaguarda que a instituição oferece e com a confiança de que as complicações eventuais poderão ser resolvidas em ambiente intra-hospitalar. Já para o município e para as regiões vizinhas, ter duas unidades de terapia intensiva, com oferta de 20 leitos de alta complexidade (sendo 19 leitos SUS) proporciona segurança aos moradores e visitantes, suporte aos atendimentos de pronto socorro e fortalecimento da interação multidisciplinar dentro dos serviços que a entidade oferta à população”.

Para abrigar os novos dez leitos, o Hospital precisou fazer um novo arranjo e diminuiu as vagas na enfermaria. “O desafio é criar novos espaços e obras físicas serão necessárias. Acredito que será mais fácil, diante da justificativa de que estamos aumentando nossa resolutividade”, ressalta Cleto.

Há anos fazendo investimentos em tecnologia, o hospital vem atraindo médicos de diferentes especialidades para atuar na unidade e em Venda Nova de modo geral. “Recebemos esta semana a visita de dois especialistas de São Paulo, um gastroenterologista e um oftalmologista,  interessados em fazer o seu trabalho aqui”, ilustra Cleto Venturim.

“Com as novas vagas da UTI aumentadas durante a pandemia o Hospital opera de forma mais segura. Nesse processo de readequação, realizamos ajustes contratuais, diminuindo alguns custos. Recebemos do Ministério da Saúde, através de indicação do deputado federal Evair de Melo, um aporte financeiro (emenda parlamentar) que nos dará um equilíbrio diante dessa nova realidade de saúde, além disso também recebemos equipamentos para UTI, seis ventiladores mecânicos (cinco fixos e um de transporte). Como Venda Nova é gestão plena, todos os recursos federais são encaminhados para a Prefeitura, que os encaminhará para o Hospital através de contrato”, explicou Cleto.

“Uns dos custos que conseguiremos baixar em breve é o da conta de energia elétrica proporcionados pela instalação da usina fotovoltaica, a ser inaugurada nos próximos dias.  Levantamos o telhado no pavilhão Padre Cleto Caliman e fechamos as paredes laterais, o que significa um ganho de espaço físico da ordem de 1.200 metros quadrados”, completou o presidente.

Cleto disse que o trabalho de gestão tem sido fundamental para manter o Hospital Padre Máximo dentro do equilíbrio. “Fomos referenciados pela Secretaria de Estado da Saúde pela nossa gestão e atendimento. Acredito que estamos no caminho certo”, concluiu.

 

Taxa de ocupação

Esla Borba, diretora geral do HPM, diante da nova ala da UTI. 

De acordo com Esla, quando a Secretaria Estadual de Saúde- Sesa fez a proposta para o Hospital inaugurar mais 10 leitos de Terapia Intensiva, a Unidade de Internação privada contava com uma taxa de ocupação extremamente baixa, em torno de 30%. “Essa porcentagem inviabiliza a permanência da Unidade com a quantidade de leitos disponíveis, visto que o dimensionamento de pessoal deve ser compatível com o número de leitos existentes e uma baixa taxa de ocupação indica ociosidade do leito e, representa desperdício de recursos”.

Com a pandemia e a vigência do decreto estadual de emergência em saúde pública, sem previsão de retorno das cirurgias eletivas, essa taxa de ocupação apresentava tendência desfavorável, dificultando ainda mais a situação financeira do Hospital, pois os custos fixos não reduzem com a não ocupação dos leitos.

“A Sesa propôs a abertura de novos leitos para o hospital ser retaguarda clínica para pacientes de UTI não covid internados nos hospitais de referência para a covid. Ou seja, os pacientes com comorbidades crônicas de hospitais como Jayme dos Santos Neves, Hospital Central, HEUE, entre outros, seriam transferidos para os nossos leitos, para que os leitos desses hospitais fossem transformados em exclusivos para pacientes positivos para covid. Com isso, o Hospital Padre Máximo não seria uma referência para internação de pacientes infectados por covid 19, mas poderia absorver as demandas crescentes de pacientes que necessitavam de internações em UTI por outras doenças”.

Ao aceitar essa proposta de aditivo contratual, o hospital precisou fazer ajustes e pequenas reformas de adaptação nos leitos acomodados anteriormente na Unidade de Internação Privada. “Eram cinco apartamentos individuais e cinco quartos coletivos com dois leitos cada um. Para a nova unidade, recebemos uma emenda parlamentar que custeou as despesas para aumento de estoque de insumos, assim como a aquisição de equipamentos e adaptações estruturais, como também aumento de quadro de pessoal e aditivo contratual para a expansão da equipe médica. A nova UTI está funcionando com o mesmo método de trabalho da primeira, mantendo a mesma qualidade nos atendimentos, a equipe foi completamente treinada pela expertise dos profissionais que já atuavam na primeira Unidade”.

 

 Gestão na pandemia

 A pandemia certamente trouxe dificuldades ao hospital e, durante esse desafio,  um dos pilares das instituições é a gestão. Para Esla, em se tratando especialmente de hospitais, essa emergência em saúde pública trouxe à tona questões que precisam ser tratadas com atenção, como a gestão hospitalar focada na segurança do paciente, sem essa prática, os hospitais tornam-se vulneráveis.

“O que percebemos no cenário hospitalar das instituições, a pandemia  potencializou desafios já existentes que, apesar de parecerem muito simples, têm uma importância enorme”, disse Esla, citando a prática de higienização das mãos e uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI's) de forma segura. “São situações já trabalhadas há anos nos hospitais e que se não reforçadas com a seriedade, poderiam ser uma fatal fragilidade entre as equipes, além da gestão racional dos insumos, que impacta diretamente na eficiência da entidade”.

De acordo com Esla, no Hospital Padre Máximo, a gestão vem sendo compartilhada entre as lideranças de setores internos, com autonomia e responsabilidade. “Empoderamos os líderes de setores com capacitações contínuas ao longo dos últimos anos e trabalhamos o sentimento de pertencimento de cada profissional. Também levantamos os indicadores em áreas administrativas, assistenciais e de apoio, para conscientização de que é importante gerenciar os recursos disponíveis e que é impossível gerenciar o que não se conhece. E só conhecemos de fato nosso serviço quando medimos os seus resultados. Isso potencializa as ações das equipes e prepara o hospital para os desafios que possam surgir durante o caminho”.

 

Comitê

Para Cleto Venturim, o aumento na segurança para
mais complexidades e atendimentos de risco
sejam o legado que a pandemia deixou para o HPM.

“Estamos passando, sem dúvida,  pelo maior desafio profissional dos envolvidos e a preparação das equipes e dos gestores fez toda diferença no enfrentamento dessa pandemia no nosso hospital”, afirma Esla. Para ela, como os profissionais do hospital dão importância ao trabalho em equipe focado na segurança de pacientes e de todos da equipe, foi preciso apenas “redesenhar” os fluxos de atendimento e reforçar o uso racional dos insumos, tendo em vista o aumento abusivo do valor dos EPI's no início da pandemia.

Na primeira quinzena de março, o Hospital criou o Comitê de Gestão de Crise do HPM, com a participação de profissionais de áreas estratégicas. Dentre as principais condutas, o comitê é responsável pela definição de novos fluxos, abertura de unidades, readequação de salas e realocação de equipamentos e materiais para as novas áreas. Também define os critérios de admissão, alta, suspensão de procedimentos eletivos e triagem reversa, avaliação diária da capacidade instalada, assim como gerencia os recursos do hospital enquanto durar a pandemia. “Além dessas principais ações, trabalhamos muito os fluxos de encaminhamento de pacientes suspeitos ou confirmados de covid para os hospitais de referência, em articulação diária com a equipe de infectologistas da Sesa, assim como dos hospitais de referência”.

De acordo com Esla, os cuidados com os colaboradores foram focados em primeira instância. O comitê  disponibilizou os EPI's, promoveu a capacitação para o uso adequado e a adesão das equipes, além de providenciar apoio emocional, em especial para os que se encontravam em linha de frente. Também é importante manter o monitoramento permanente do estado de saúde dos profissionais. “Estimulamos o compartilhamento de ideias e conhecimentos entre eles, para que haja interação e troca de experiências”.

O hospital colocou uma pessoa responsável pela atualização em tempo real de todos os membros do comitê sobre portarias, notas técnicas, publicações científicas ou boas práticas publicadas. Assim,  o comitê tem em mãos as informações mais importantes para divulgar entre os profissionais do hospital sobre as atualizações.

Nos dias 19 e 20 de maio de 2020, membros do Comitê participaram do 1º Fórum Nacional Online de Enfrentamento ao coronavírus, e compartilharam com os demais membros as diretrizes propostas pelos palestrantes e a troca de experiência entre os participantes.

 

Gestão de suprimentos

Como já foi dito, a gestão de suprimentos foi essencial neste período, pois houve falta de insumos no mercado como sedativos e EPI's, além dos preços abusivos. “Acompanhamos o cenário desde o surgimento do primeiro caso no Brasil e fizemos uma compra emergencial logo no início. Isso garantiu suprimentos pelo período mais crítico da pandemia, quando diversos hospitais enfrentaram a falta ou escassez”.

Neste momento de escassez no mercado, de acordo com Esla, o HPM estava em plena campanha de arrecadação de EPI's para que o estoque não fosse afetado. “Conseguimos uma importante arrecadação devido a solidariedade da comunidade local, que não mediu esforços e contribuiu, assim como a doação de apoiadores da região da grande Vitória e de Minas Gerais que confiaram em nosso trabalho. Essas ações garantiram insumos em quantidade adequada para que em nenhum momento faltassem”.

Esla avalia que esse esforço dos profissionais envolvidos, assim como a participação comunitária,  está sendo relevante para a preparação da retomada do Hospital no período de pós pandemia. “Os profissionais da saúde têm enorme responsabilidade em ajudar a  retardar a disseminação do Covid e o Hospital deseja tranquilizar seus clientes de que eles poderão voltar, em um futuro próximo, a utilizar os serviços ambulatoriais e eletivos da instituição com segurança, e com a credibilidade que esta instituição oferece”.

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