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Casa Chef Ari forma novos profissionais para a gastronomia

Casa Chef Ari forma novos profissionais para a gastronomia

Data de Publicação: 28 de junho de 2019 17:01:00 Paraibano que se encantou pela Região das Montanhas Capixabas, promove cursos, assessora empreendimentos e lança linha de petiscos gourmet para restaurantes

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A partir de agosto, Ari vai comandar um programa de gastronomia
em uma rede de TV estadual. Ele vai ensinar receitas e técnicas
que ajudam a absorver o máximo o sabor do alimento.

Uma nova linha de petiscos gourmet, que podem ser preparados fritos ou assados, é a mais recente criação de Aristóteles Ramos Cardoso, o popular chef Ari. Dadinhos de tapioca, o 'porca polenta', croquete de costela, arancine de cordeiro e bolinho de bacalhau compõem as ofertas dos produtos feitos artesanalmente.

Os petiscos podem ser servidos fritos ou assados, sendo que a última técnica de preparo torna o alimento mais leve e sem gordura. “Produzimos menos porque a proposta é oferecer um alimento artesanal, onde os sabores são potencializados pela técnica de preparo”, diz o chef Ari.

Calma e tranquilidade no modo de produção e também do consumo é o que propõe o chef que participa de um grupo capixaba de 'slowfood', um movimento mundial que faz contraponto ao 'fastfood'. “Muitas pessoas estão procurando uma alimentação saudável e uma nova forma de viver, embora haja os ansiosos, que querem resultados antes da execução. É muito interessante quando o cliente desacelera e entende que o melhor precisa de tempo. Tempo curto não combina com qualidade”, sentencia.

Há dois meses instalada na Rota do Lagarto, em Pedra Azul, a Casa Chef Ari já está estabelecida na região como formadora de mão de obra para o mercado regional e também como um bom lugar para os amadores se aprimorarem na cozinha. “Muitas pessoas vão fazer os cursos porque querem receber melhor os amigos. É uma forma também de fazer novas amizades e manter os laços já efetivados”, conclui Ari.

Ari é da Paraíba, porém criado em Pernambuco, e chegou ao Espírito Santo em 2013. Com formação em economia, ele percebeu que sua prática na cozinha precisava de uma formação e ele buscou no curso de gastronomia o preparo que precisava para começar a se efetivar no mercado que escolheu para atuar.

Em terras capixabas, Ari percebeu a potencialidade da Região Serrana. “Eu me deparei com as belezas natu-rais, enxerguei um nicho de mercado em que minha experiência iria agregar e um lugar de onde eu poderia partir para outras partes do Estado para atuar”. Dois anos depois de ter chegado ele já tinha percorrido 160 quilômetros de estrada no Espírito Santo.

Para Ari, a gastronomia da região é um dos fatores que mais atrai o turista. “A beleza do lugar é indiscutível, mas as ofertas gastronômicas superam. Existe uma grande variedade de embutidos, dentre eles o socol, que possibilita um enorme leque de receitas.  Têm ainda os laticínios de qualidade, com destaque para os queijos finos”.

Diante de tantas iguarias elaboradas, a polenta foi o que mais surpreendeu Ari. Ele não a conhecia da forma como é feita aqui, pois só tinha acesso ao alimento embalado a vácuo. “Quando eu me deparei com a verdadeira polenta, vi que era diferente e percebi as inúmeras possibilidades gastronômicas a partir de uma receita tão simples”.

Formação de profissionais

Depois de prestar assessoria em vários empreendimentos, Ari chegou à conclusão que precisava de um lugar especial para formar mão de obra, algo que a região carece tanto. No ano de 2018 ele inaugurou a Casa Chef Ari, no complexo do China Park, e há dois meses a transferiu para a Rota do Lagarto, em Pedra Azul.

“Todos podem cozinhar. No entanto, é preciso adotar técnicas para extrair ao máximo o sabor do alimento e os conhecimentos possibilitam desenvolver a sensibilidade para a quantidade de sal, temperatura, tempo de cozimento, dentre outros detalhes”. Para Ari, o mercado só vai ter profissionais melhores nos estabelecimentos se passar a exigir formação para contratar mão de obra. “Pelo menos o curso básico”, pondera.

Para os que já estão no mercado, reciclar é fundamental, conforme avalia o chef. “A todo momento temos novidades. São novas tecnologias disponíveis, além de mais ofertas de alimentos processados pela nossa agroindústria. Os produtores da agricultura familiar também estão enriquecendo seu repertório de ofertas e, tudo isso, somado às exigências do mercado, pede reciclagem sempre”.

Curso

Nos dias 9 e 10 de julho, a Casa Chef Ari estará promovendo o primeiro curso no novo endereço. Serão 20 horas, divididas em dois dias: o primeiro será sobre comida italiana e o segundo dia sobre comida nordestina. 

Serão desenvolvidas 50 receitas no total e em todas os alunos colocarão a mão na massa nas diferentes fases do processo. O curso vai abranger as receitas base da cozinha e como usá-las com diversas finalizações, criando pratos diferentes. Estão na programação o preparo de pão artesanal, pizza napolitana, massas recheadas, risotos. No dia das receitas nordestinas, serão preparados carne de sol, baião de dois, pirão de leite e vaca atolada.

Os alunos degustarão os alimentos nos almoços e jantares preparados por eles, harmonizando com vinhos e cervejas artesanais. O custo (dos dois dias, R$1.900,00 e um dia, R$1.150,00) inclui hospedagem de um dia na Pousada Vale da Mata, que fica praticamente ao lado da Casa Chef Ari, e a diária inclui café da manhã.

Trabalhadores da área de gastronomia, profissionais liberais e também amadores fazem parte do público alvo, pois, segundo o chef Ari, sempre há o que aprender. “O curso é 100% prático e com uma didática capaz de envolver até pessoas que nunca fritaram um ovo. Não é aula show, o aluno fica em pé o tempo todo executando as tarefas. É uma verdadeira imersão, onde dá para sair com uma boa base”, descreve.

Restaurante

Com cardápio eclético, que mistura cozinha italiana, nordestina e capixaba, a Casa Chef Ari é escola e também restaurante. As entradas são feitas todos em forno, pois a casa não trabalha com fritura. Os pratos trazem elementos de diferentes origens que são usados da forma que melhor favorecem a experiência gastronômica.

Carne de sol, cogumelos, massa, molhos e outros são harmonizados em ofertas surpreendentes. Entre os pratos mais solicitados da Casa, a carne de sol com baião de dois é servido em forma de filé com queijo coalho e o baião, preparado com feijão verde especial que vem da Bahia, carne seca, arroz, nata, manteiga de garrafa e farinha. O risoto de camarão também figura na lista do mais pedidos, que é servido com lagosta grelhada, marinada com limão e ervas.

A versatilidade da cozinha está na oferta de pratos personalizados. Embora alguns não estejam no cardápio, vários ingredientes (salmão, bacalhau, pescado amarelo, polvo, lula e outros) estão disponíveis na cozinha, para que o cliente escolha a receita que desejar. “É só o cliente dizer o que ele prefere do que temos disponível que preparamos o prato. Antes, passo na mesa e mostro a peça in natura para o cliente ver o que ele vai comer”, explica Ari.

Além da cerveja Azzurra, de Pedra Azul, uma carta com mais de 60 rótulos de vinhos do novo e do velho mundo compõe a oferta de bebidas com valores a partir de R$ 75,00.

Logo na chegada, um amplo estacionamento acolhe os clientes que passam pelo jardim iluminado. Dentro, a Casa Chef Ari é aconchegante, com capacidade de acolher com conforto 60 pessoas. Quando as temperaturas aumentam, os assentos se ampliam com as mesas dispostas na varanda e no jardim.

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