Avapae: voluntárias atuam em busca de recursos
Data de Publicação: 21 de dezembro de 2018 13:39:00
Num espaço bem iluminado e arejado, um grupo de mulheres se dedica a produzir o melhor do artesanato com objetivo de angariar recursos para a Apae. A Associação de Voluntárias da Apae- Avapae funciona dentro do complexo da instituição.
Verá Faé, a atual presidente, é voluntária há 18 anos, mas fez um intervalo quando seus filhos nasceram e retornou há dez. Ela conta que o voluntariado em prol da instituição aumentou muito nos últimos dois anos e atualmente são 45 mulheres se dedicando a produzir as peças artesanais.
De fina qualidade e de extremo bom gosto, as peças são comercializadas no bazar da própria instituição, na loja Da Tutte Mani, nos eventos beneficentes e lojas esporádicas, os três últimos de iniciativa do IJBS. “Com a loja Da Tutte Mani nossa renda passou a ser mensal e mais regular”.
Com alta produtividade, os preços não estão sendo atualizados devido à situação econômica. O jeito é tentar aliar produtividade à qualidade tão reconhecida pela exigente clientela.
As mulheres se envolvem em rotinas de diversos tipos de bordados, crochês, cortes e costura, formando peça de alta qualidade e com identidade própria. 'Temos peças para batizados e jogos para igreja. Nosso ponto forte é que tudo é feito em cambraia de linho: guardanapos, jogos americanos, caminhos de mesa, toalhas de mesa... São peças exclusivas”, pontua Vera.
Parte da matéria prima vem de doações e parte é comprada, ou com o dinheiro da própria venda ou com recursos repassados, como a recente doação feita pela Afepol. “Trabalhamos para multiplicar essas verbas, valorizando cada centímetro dos tecidos e dando importância a cada retalho, que usado com bom gosto agrega valor e deixa mais bonitas e especiais as peças artesanais”.
Dina Caliman está entre as pioneiras do voluntariado na Avapae.
A alegria dela representa o sentimento de todas que colaboram.
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Ela conhece a realidade dos usuários
Ao atuar fora dos limites dos muros da Apae, Maria Helena Cola, a Lenhinha teve a oportunidade de conhecer mais de perto a realidade de cada usuário. Como auxiliar do motorista, ela conhecia o endereço de cada pessoa atendida e também tinha um contato quase diário com os pais, vendo a realidade social de cada família, a maioria muito carente. “Em alguns momentos pensei: como posso cobrar algo dessa família?”, questionava a si própria.
Leninha se lembra de uma família que precisava atravessar um mata a pé, levando no colo uma criança de sete meses para ser atendida na Apae. Ela, junto com a servidora Sirlene Zambon, são as únicas pioneiras em atividade. “Durante todos esses anos eu fui testemunha de muita luta e eu gosto muito de todo esse movimento. E, por mais que eu esteja cansada no final do dia, sempre volto renovada para minha casa”.
Logo que o trabalho para a criação da Apae em Venda Nova começou Leninha foi convidada por Noêmia Zandonadi, que junto com o saudoso esposo Máximo Feitosa fazia parte o movimento. Em 1988 ela foi em Castelo fazer parte do grupo de aprendizado para implantar a instituição aqui e, em 1989, também do treinamento em Venda Nova. “Depois o fisioterapeuta Sérgio me convocou para integrar a equipe pioneira. Ele nos deu oportunidade de passar por todos os setores e eu fui designada pra trabalhar no transporte.”
Leninha se lembra que era um ônibus com motorista cedidos pela Prefeitura. “Eu acompanhava para ajudar no acesso, na acomodação e na saída dos usuários. Há mais ou menos cinco anos deixei essa função e passei a ajudar na coordenação. Como era escola, ficava para ajudar os professores. Agora, estou na recepção”, conta a funcionária que está próxima de se aposentar.