Prevenção do câncer colorretal: um alerta para mulheres e homens
A médica MARIA LUZIA Vargas Pinto, dona do Hospital Dia, aproveita o 'Março Azul', que é dedicado ao tema, para destacar os cuidados
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Quase um terço de todos os cânceres colorretais (de intestino) poderiam ser evitados com alimentação saudável, prática de atividades físicas, abandono do tabagismo e redução do consumo de bebidas alcoólicas, além do exame de colonoscopia. A médica Maria Luzia, dona do Hospital Dia, aproveita o 'Março Azul', que é dedicado ao tema, para destacar os cuidados preconizados para a prevenção.
A campanha surgiu nos Estados Unidos durante o governo Bill Clinton e no Brasil foi lançada em 2020 por entidades médicas, como Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva- Sobed, Sociedade Brasileira Colo Proctologia- SBCP e Federação Brasileira de Gastroenterologia- FBG.
“Estamos para iniciar o Mês de Conscientização sobre o Câncer de Intestino e nós, do Hospital Dia, destacamos a prevenção e hábitos de vida saudáveis como formas de evitar esse e outros tipos da doença”.
A médica e anestesiologista destaca que há mais de um ano o Hospital Dia mantém uma parceria com o médico endoscopista Júlio César Caliman Berger, responsável pelos exames de colonoscopia, fundamental para descobrir problemas de saúde intestinais, incluindo os mais graves.
Maria Luzia alerta, no entanto, que além de exames preventivos como a colonoscopia, hábitos de vida saudáveis, como a prática de atividades físicas regulares e alimentação equilibrada com menos enlatados, compõem a lista de atitudes para prevenir o câncer. “Evitar o fumo e o consumo excessivo de bebida alcoólica também é essencial. Na alimentação, as melhores escolhas são consumir mais frutas, legumes, verduras e grãos, evitando carnes processadas (salame, presunto, salsicha e linguiça) e reduzindo o consumo de carnes vermelhas. Tais hábitos também ajudam a prevenir diabetes e hipertensão”.
Entre os sintomas do câncer de intestino, ela destaca o sangramento nas fezes, a alteração do hábito intestinal – alternando intestino solto, como diarreia, e a prisão de ventre–, dor ou desconforto abdominal, a fraqueza, a anemia, a perda de peso sem causa aparente, a alteração no formato das fezes e a massa tumoral abdominal.
“Os exames adequados identificam os tipos de câncer mais comuns em estágio inicial, possibilitando mais chances de tratamento e cura. Nós, do Hospital Dia, estamos atuando para promover a saúde e também para dar o suporte para a sua recuperação, em casos de doenças”.
O que é e como funciona o Hospital Dia?
Maria Luzia está à frente do Hospital Dia, em Venda Nova do Imigrante, um projeto que concebeu com o propósito de tornar mais prático o dia a dia dos pacientes que precisam passar por algum procedimento cirúrgico, exame pré e pós-operatório, ultrassonografias e endoscopias altas e baixas (colonoscopia). Em funcionamento desde abril de 2022, atualmente conta com 18 especialistas médicos.
O Hospial Dia também está recebendo vários dentistas da região, principalmente os odontopediatras e cirurgiões dentistas com os implantes. “Entre os 10 colaboradores de apoio, oito são mulheres, além das profissionais de diferentes áreas da medicina. Temos um time feminino forte, o que confere uma grande sensibilidade no atendimento. Começamos a clínica com três colaboradores e com um número menor de parcerias com especialistas e hoje temos uma equipe ampla e muito bem preparada para acolher nossos pacientes”.
Maria Luzia ressalta que a clínica oferece serviços especializados. “Isso evita que muitas pessoas precisem procurar grandes centros para cuidar de sua saúde. Contamos com uma estrutura completamente equipada e uma equipe médica preparada para fazer pequenos e médios procedimentos”. Maria Luiza ressalta que as internações duram até 12 horas e a alta médica é realizada pela equipe da unidade.
Nesse período de existência, o Hospital Dia vem cada vez mais ampliando seu leque de atuação. “Nossa estrutura oferece um ambiente tranquilo e acolhedor, o que deixa os pacientes e seus familiares mais confortáveis e seguros”.
Parceria proporciona exames de colonoscopia
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Desde agosto de 2023, Júlio César Caliman Berger atua no Hospital Dia fazendo exames de colonoscopia e de endoscopia digestiva alta.
A colonoscopia é o principal exame recomendado pelos médicos para rastrear e prevenir o câncer colorretal, tumores que afetam o cólon (parte central do intestino grosso) e o reto (parte final do intestino grosso). A doença é a terceira maior causa de mortes por câncer no Brasil e no mundo, mas estudos mostram que a realização regular da colonoscopia pode reduzir entre 50% e 60% dessas ocorrências.
Além de permitir detectar um tumor em fases mais iniciais, o que aumenta as chances de sucesso do tratamento, esse exame tem um importante papel preventivo, pois possibilita identificar e remover pólipos e lesões benignas que podem se transformar em um tumor maligno.
De acordo com Júlio Berger, a recomendação é iniciar o rastreamento aos 45 anos, pois a incidência da doença aumenta a partir dessa idade. “De acordo com o resultado do primeiro exame, será indicada a regularidade ideal para repeti-lo, considerando se foram ou não encontrados pólipos e de que tipo. No melhor dos cenários, uma nova colonoscopia só precisará ser feita depois de cinco anos”.
No caso de pessoas com doenças que são fatores de risco para esse tipo de câncer, como a retocolite ulcerativa (uma doença inflamatória) e síndromes hereditárias, como síndrome de Lynch, o rastreamento deverá ser iniciado antes dos 45 anos, com intervalos menores entre os exames.
Além de seu importante papel no diagnóstico precoce do câncer colorretal ou na sua prevenção, por meio da remoção dos pólipos, a colonoscopia também é indicada para investigar sintomas como sangramento, diarreia persistente, dor abdominal sem causa aparente e alterações do hábito intestinal, detectando doenças inflamatórias, infecciosas, diverticulares (bolsas que se formam na parede do cólon) e autoimunes, entre outras.
Exame requer preparo especial
A colonoscopia exige uma limpeza intestinal prévia. O exame é realizado com sedação, que é conduzida pela médica anestesista Maria Luzia, oferecendo mais segurança e conforto ao paciente.
O exame utiliza um instrumento chamado colonoscópio, que é um tubo fino acoplado a uma câmera, que transmite as imagens para um monitor. Se encontrados pólipos, podem ser retirados e enviados para exame de laboratório para analisar o tecido e identificar eventual malignidade.
Após acordar da sedação, o paciente fica em observação até ter a sua condição estabilizada e ser liberado, o que só acontece com presença de um acompanhante.
O laudo do exame é fornecido pelo médico Júlio César, que orienta sobre a necessidade ou não de novas condutas.
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