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IJBS: exemplo de empreendedorismo no terceiro setor

IJBS: exemplo de empreendedorismo no terceiro setor

Data de Publicação: 30 de novembro de 2018 13:13:00 Instituto turbina seus resultados ao promover o aprimoramento das peças artesanais feitas pelas voluntárias ligadas à Instituição

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Perfeição e bom gosto fazem parte dos adjetivos que ajudam a definir o artesanato produzido pelas voluntárias das associações ligadas ao Instituto Jutta Batista da Silva - IJBS. Não há como não se encantar com as almofadas, toalhas, banquinhos e inúmeras outras peças expostas na Loja Da Tutte Mani, na Rota do Lagarto, em Pedra Azul, ou em outros pontos de venda temporários.

Atrás de tanta beleza e originalidade está um trabalho de centenas de mãos solidárias e também de estratégias de marketing, que começaram com estudos, planejamentos e ações. Afinal, se a luta é contínua, tudo fica ainda melhor somar o encantamento à sedução pela causa solidária.

Com a contratação do designer Ronaldo Barbosa, o IJBS iniciou o projeto Revitalização do Artesanato em 2013. A intenção era dar uma nova roupagem ao artesanato produzido pelos 18 grupos voluntários ligados ao Instituto. Alguns grupos aceitaram muito bem a proposta do projeto, assimilando todas as ideias e sugestões repassadas empregando-as em suas criações.

Importante se faz ressaltar que o Instituto sempre respeitou a individualidade de cada grupo, e que nesses projetos só participam as associações e voluntários que se dispuseram. “Sempre fez parte desse projeto o respeito às características do trabalho já produzido. A revitalização fez uma releitura dos traços dos desenhos, observando a conexão desses com a história de cada movimento e de cada comunidade onde a Instituição funciona”, explica a diretora e vice-presidente do IJBS, Marlene Piazzarollo Zandonadi.

Em função desse projeto, o Instituto amadureceu e começou a criar critérios para selecionar os artesanatos comercializados, fazendo uma triagem quando eles chegam à sede.  São observadas a qualidade dos materiais utilizados, o acabamento, a combinação de cores e também o preço.

Logo no início foi sentida a diferença nas experiências de venda. “As peças confeccionadas sob o olhar de um designer têm todo o diferencial de cores, combinações, novas técnicas e isso impactou diretamente junto a nossa clientela”, declara a gerente geral do IJBS Mirian Furtado Dazílio. Ela acrescentou ainda que cada associação começou a criar a sua identidade em relação a produção, e isso chegou até os clientes que passaram a identificar de onde alguns produtos são, mesmo sem olhar a etiqueta.

Mariana Arnal Sperancin Buaiz - Diretora-presidente do IJBS.

De acordo com a diretoria do IJBS, há todo um contexto que gerou os bons resultados desse trabalho. Tudo iniciou com o processo de reciclagem do artesanato com um designer, depois veio à divulgação, incluindo o evento de lançamento das peças e, posteriormente, a abertura de novos pontos de vendas. O resultado, além da excelência do artesanato, chegou com o aumento das vendas. Em função desse conjunto de ações, o IJBS registra um aumento de 108% nas vendas de um ano para o outro.

As peças são comercializadas na loja Da Tutte Mani, no Quadrado de São Paulinho, em Pedra Azul.  E em datas comemorativas, como Natal e Dia das Mães, é montada uma loja temporária no Shopping Vitória. Este ano, a previsão de inauguração da Da Tutte Mani no Shopping é para o início de dezembro. Com uma clientela fiel e exigente, o sucesso de vendas é certo.

E é essa clientela exigente, de muito bom gosto e que está sempre em busca de novidades, que ajuda a nortear essa busca de rumo do IJBS. “Existem pessoas que têm nosso artesanato como referência desde a época de Dona Jutta. Se não prezarmos pela qualidade e inovarmos, elas irão buscar outros locais que oferecem coisas novas”, ressalta Marlene.

Além da qualidade as clientes do artesanato do IJBS querem peças originais e, por isso, toda intervenção é trabalhada de forma personalizada com cada associação. Como as habilidades de cada grupo são conhecidas, as propostas de inovações remetem à cultura local, as habilidades existentes são potencializadas e, algumas vezes, são inseridas novas técnicas, que são trabalhadas conjuntamente com as que dominam. Para melhorar a produção e propor um valor justo para venda das peças, além de resolver outras questões relacionadas à gestão, o IJBS procura parceiros como o Sebrae, o Sesi e profissionais voluntários, que se disponham a ajudar.

Dentro dessa linha evolutiva dos trabalhos voluntários com as artesãs, estão previstos novos cursos de bordados ofertados mensalmente na Escola de Bordados do Instituto Jutta Batista da Silva. Durante esse ano foi identificada a necessidade de trabalhar a precificação do artesanato. “Alguns grupos vêm praticando os mesmos valores há mais de cinco anos, absorvendo todos os reajustes de insumos e matérias-primas. No final das contas, não estava sobrando recurso para ser aplicado nas obras sociais que eles apoiam. E como essa é a finalidade, é necessário fazer a conta de produto por produto, identificar o custo real, margem de lucro e desmitificar a ideia que pela mão de obra ser voluntária, ela não deve ser contabilizada como custo”, diz Mirian.

Escola de Bordados

 

 

 
 

 

A Escola de Bordados do Instituto Jutta Batista da Silva iniciou suas atividades em 2016 com o propósito de resgatar técnicas de bordados através da realização de cursos. Os cursos ofertados acontecem em parceria com Sesi, são gratuitos e colaboram para a formação profissional dos participantes na arte de bordar, permitindo geração de renda para algumas envolvidas.

Com o andamento dos cursos, o IJBS vai trabalhando com os participantes o espírito comunitário, a essência do trabalho voluntário, e assim estimulando a criação de um grupo de voluntárias. Quando os profissionais que ministram os cursos tem disponibilidade, os levamos para conhecerem os grupos voluntários em outros municípios para desenvolverem minicursos, apenas para aprimorar as técnicas já existentes, tirar dúvidas, etc.

Com essa rotina, além de aprimorar a qualidade global do artesanato, o IJBS alimenta o círculo virtuoso que alimenta o voluntariado. Gera-se excelentes resultados, que trazem qualidade de vida para quem participa e também para toda comunidade em seu entorno.

(foto) “O artesanato do IJBS é uma característica forte que define a beleza, o bom gosto e acima de tudo fortalece o envolvimento de pessoas voluntárias que se solidarizam para melhorar a vida de vários beneficiários nas suas obras/projetos sociais dos 11 municípios da área de atuação. Por meio de tantas mãos habilidosas são desenvolvidos os mais variados bordados que nos dá a garantia do resultado final de ótima qualidade e faz com que esses produtos continuem sendo de referência. Investir e capacitar o voluntariado tem sido nossa grande preocupação para que possamos oferecer produtos de alta qualidade, respeitando as culturas locais e acompanhando as tendências. O nosso objetivo é que a clientela possa comprar um produto não apenas para ajudar, mas sim para adquirir uma peça que irá encantar e valorizar qualquer ambiente. Acreditando no engajamento e melhoria do artesanato, estamos promovendo o empreendedorismo social, por meio de 17 núcleos voluntários. Destaque para a Escola de Bordados, que desde 2016 oferta cursos para pessoas que desejam potencializar o aprendizado para geração de renda, bem como oportuniza o convívio social e o envolvimento em causas de interesse coletivo, conquistando novos voluntários’’.

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