O morango, uma fruta de forte presença na cultura das Montanhas Capixabas, pode ser colhido no pé em algumas propriedades da região.  O Sítio Pedreiras, na Rota do Carmo, em Pedra Azul, oferece a experiência há 18 anos, incluindo nesse rol a amora, a pitaia e a mexerica, dependendo da época do ano.

Dentro da experiência do “colha você mesmo a sua fruta”, que vem crescendo cada vez mais, no Sítio Pedreiras os cultivos são preferencialmente com produtos biológicos, evitando ao máximo o uso de agrotóxico. O atendimento ao turista, uma atividade que começou com os pais de Wilson Uliana, foi assumido por ele e por sua esposa Bárbara Uliana. Há três anos, o casal deixou uma promissora carreira na agência do Sicoob Sul-Serrano em Pedra Azul depois de se empolgar com uma experiência de vender morangos no espeto com cobertura de chocolate aos finais de semana na propriedade da família. E o produto se tornou um dos carros-chefes do empreendimento.

A lojinha já funcionava e o casal aproveitou a crescente demanda durante a pandemia para investir mais. Em meio ao caos da necessidade de afastamento social que gerou uma grande movimentação na propriedade, Wilson e Bárbara resolveram montar uma cafeteria e um restaurante para oferecer uma melhor estrutura de atendimento às famílias que já procuravam o local para colher frutas.

O empreendimento funciona de quarta a domingo com todos os serviços. As segundas, terças e quartas formam o hiato necessário para as frutas amadurecerem e formarem uma nova carga para a colheita dos clientes que começam a chegar na quarta. Para dar conta de todas as atividades, o casal se levanta em torno das 4h30 para fazer o serviço e depois poder dar um pouco de atenção aos visitantes.

“Eles gostam de saber da história do lugar”, observa Bárbara, que também cuida da contabilidade do empreendimento turístico de seus pais localizado na Vila Uliana, a 5 Km do Sítio. “Os visitantes não querem simplesmente pegar os produtos na prateleira ou colher os frutos nos cultivos. Eles querem compreender o processo, saber quem somos e conhecer um pouco de nossa trajetória”.

Já com a prática de receber os turistas, o casal fez vários cursos e participou dos projetos do Sebrae para aprimorar o formato da experiência que já oferecia. Eles relatam que a escassez de mão de obra limita a ampliação do leque de novos formatos para o turismo de experiência e da criação de novos serviços e, que apesar disso, otimizam a gestão da propriedade para seguirem investindo na atividade.

Ao lado do café e restaurante fica a estufa de cultivo de morango suspenso com 6.500 pés, que produz a fruta o ano todo à base de insumos exclusivamente biológicos. Os pés de pitaias ficam no entorno do cultivo do morango, produzindo de março a abril, enquanto as mexericas começam em junho/julho e segue até agosto se os frutos não fossem todos colhidos antes.

Com produção de outubro a dezembro, a amora é outro destaque, que faz do empreendimento rural um atrativo que praticamente cobre o calendário anual. Depois que cessa a produção (na virada do ano), o plantio é podado com uma roçadeira comum e recomeça a crescer. Com as temperaturas mais altas, a colheita está se antecipando e pode começar ainda em setembro.