Escola Família Agrícola de Brejetuba vai ter sala de prova de café
Os estudantes estão entusiasmados com a possibilidade de aprender uma nova habilidade
Com a aprovação do projeto “EEFFAB de Aromas e Sabores” no edital 2023 do Sicoob seguem os preparativos para montar a sala de provas de café da Escola Família Agrícola de Brejetuba. A ideia surgiu do desejo de ampliar os conhecimentos e as possibilidades profissionais dos alunos, a maioria filhos de produtores rurais, seja na condição de proprietário, meeiro ou funcionário.
Desde que assumiu a diretoria, Sílvia Shultz Dias passou a inteirar-se da realidade da escola e ao trocar ideia com pessoas do setor percebeu que abrir uma sala de prova seria interessante. A estrutura da escola já conta com uma torrefadora e, ao procurar apoio para levar alguns alunos para um curso de degustação soube que menores de 16 anos não podem receber o certificado profissional.
“Conhecendo a realidade das famílias dos alunos e por ser a cultura do café a nossa principal economia, pensei que seria interessante a Escola investir nesse setor. A maioria dos alunos ajuda nos trabalhos familiares e, para mim, essa situação reforça a necessidade de a Escola dar um passo adiante”, avalia Sílvia.
Sílvia conta que em maio de 2021 esteve com o então gerente do Sicoob, Márcio Minete, quando ela ficou sabendo que o prazo para apresentação do projeto para o edital tinha acabado. No outro ano, Giovani Bissoli, gerente da agência local na época, fez uma visita à Escola, e ela falou de algumas ideias para incrementar o espaço.
Mas foi depois de uma visita ao Centro de Cafés Especiais do Espírito Santo- Cecafes, em Venda Nova, coordenado por Douglas Gonzaga de Souza, ex-aluno da Escola Família Agrícola, que propriamente veio a ideia de abrir uma sala de provas nas dependências da Escola. O projeto concorreu no edital do Sicoob com o nome “EEFFAB de Aromas e Sabores” e deverá ser implantado em parceria com os Ifes de Alegre e de Venda Nova, com os técnicos da Secretaria Municipal de Agricultura e com o apoio de Douglas, do Cecafes.
“Serão formulados um módulo para cada turma, agregando novos saberes a cada ano. Os alunos vão aprender, por exemplo, como armazenar os grãos para que o café mantenha suas características. Todo o pós-colheita estará em pauta nessa nova proposta que será desenvolvida dentro da disciplina de educação família, que já está dentro da grade”.
De acordo com a diretora, para que os alunos do nono período saiam com todas as informações, eles farão uma espécie de intensivo. “Embora eles sejam jovens demais para receber um certificado, estarão prontos para ajudar mais suas famílias e também uma bagagem para depois fazerem um novo curso e serem reconhecidos pela nova profissão, se assim desejarem”.
Para que os funcionários da escola estejam preparados para orientar os alunos, vários farão cursos no Cecafes, em Venda Nova. “Recebemos o apoio diário de Pedro Paulo, degustador da Secretaria Municipal de Agricultura”, disse sobre o entusiasmo de todos com o novo projeto.
Todo o funcionamento da sala de provas está na cabeça da diretora. “Vamos utilizar o café colhido na área da própria escola e abrir para as famílias dos alunos, tanto para receberem avaliação sensorial quanto para serem torrados em nossa torrefadora. Destes grãos, 10% ficarão para a escola desenvolver os projetos”.
Sílvia mostrou o espaço onde vai funcionar a sala de provas. Será no antigo laboratório, que foi transferido para outro lugar no prédio da Escola. Os equipamentos já estão sendo comprados, conforme orientação dos técnicos experientes. O sonho agora e trazer a torrefadora para a parte frontal da Escola, para facilitar o fluxo da chegada e saída dos grãos.