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TRADIÇÃO do tropeirismo inspira cavalgadas

TRADIÇÃO do tropeirismo inspira cavalgadas

Passeios mais leves em lugares paradisíacos são opções para quem gosta do contato direto com a natureza

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A vivência na infância com os animais de carga do tropeirismo transformada numa atividade turística. José Nildo de Fabre, o Pelé, e Celso Oliveira estão proporcionando experiência de cavalgadas em mulas e burros durante a RuralturES, numa marcha a ser definida pelo nível de quem pretende fazer o passeio.

De Venda Nova, o passeio parte do Centro de Eventos, vai para Lavrinhas, passando pela Rota Imperial até, e mais duas opções: um passeio até a Fazenda Lorenção, na Tapera, ou até a Cervejaria Tarvos, ao lodo do Campo do Rio Branco, na parte Central de Venda Nova.

Pós-RuralturES os passeios continuam, em outro formato, em Conceição do Castelo, o passeio parte da Área de Lazer do Celso Oliveira, no Sítio São João da Barra, e vai até o 'Jequitibá Rei', passando somente por trilhas. São duas horas, incluindo ida e volta, em meio os remanescentes de mata atlântica, pastagens e plantios. O outro passeio promete uma vista paradisíaca do Vale do Emboque, com chegada na casinha nova ou reformada.

Para cumprir o percurso até a casinha do Emboque são necessárias cinco horas (em média) só de ida. “Quem está acostumado rende mais. Um iniciante na 'tocada de passo' faz cinco a seis quilômetros por hora enquanto um cavaleiro mais experiente rende de 10 a 12 quilômetros na 'toada', que é uma marcha mais rápida”, diz Pelé.  Ele explica que para valer a pena a mobilização dos organizadores, são necessárias pelo menos cinco pessoas, que farão os passeios com o apoio de dois guias.

E em Venda Nova, o passeio parte do Centro de Eventos, passa por Lavrinhas, subindo a Serra do Engano, passando por Barcelos até alcançar o Sitio Pizzol, onde fica o Laticínio Valentim, já em Domingos Martins. O percurso privilegia um trecho da rota Imperial, ligando duas estações: Lavrinhas e Barcelos, dois das dezenas de pontos de paradas oficiais e por onde passavam os tropeiros. Esse passeio, ida e volta, pode durar dois dias, com pernoite no Valentim.

Outro empreendimento que também vai oferecer cavalgadas, é o CTE do Belinho (Antônio Henrique Lima Carvalho), que fica na localidade do Jatobá em Conceição do Castelo, todos esses empreendimentos estão sendo capacitados pelo Sebrae, atrás o projeto “Espírito X”, que prepara empreendimentos para oferecer as melhores experiências do nosso rural

Pelé se recorda que a retomada da cavalgada como estilo de vida teve um grande impulso em 2006, quando conversou com Marco Grillo, que estava entusiasmado com uma reportagem com o jornalista Milton Ribeiro, que fez uma experiência no Sul do país com o tropeirismo. Pelé, que já fazia pequenos passeios aos finais de semana com familiares e amigos, se animou para empreitadas maiores. Em 2010, com ampla cobertura da imprensa e documentação em fotos e vídeos, foi promovida a Cavalgada do Imigrante, de Anchieta a Venda Nova, que refez o percurso dos imigrantes italianos que chegaram pelo Rio Benevente. A chegada foi na 1ª Festa do Galo Caipira, promovida pelo padre João Luiz.

Em 2011 a experiência se repetiu, mudando a chegada para Conceição do Castelo e, em 2012, Venda Nova voltou a recepcionar os cavaleiros. Em 2013 foi de Ibatiba, denominada Capital Estadual dos Tropeiros, até Castelo, de 2014, de Ibatiba até Viana e, em 2015, de Irupi até Santa Leopoldina.

A aventura de maior porte foi em 2016, quando os cavaleiros se dispuseram a sair de Ouro Preto, Minas Gerais, e fazer todo o percurso da Rota Imperial (que escoava o ouro de Minas até o Porto de Vitória). Foram necessários 21 dias para cumprir todo o percurso de aproximadamente 750km, sendo que a última parada foi em Venda Nova. O Palácio Anchieta, em Vitória, fica o marco 1 da Rota Imperial.

Na sequência, em 2017, teve cavalgada de Santa Tereza até Iúna. No outro ano a cavalgada saiu de Águas Santa, Iúna, até Aparecida do Norte, em São Paulo, e a última foi em 2019, uma curtinha: saindo de Iúna  até o Centro de Eventos em Venda Nova, na Ruraltur.  No ano passado, em razão da pandemia não teve cavalgada.

As grandes cavalgadas contam com um esquema amplo de organização, com carros de apoio e também é permitido que algumas pessoas façam apenas algum trecho. Nesses casos, o participante precisa de uma certa experiência e disponibilidade na agenda, pois levam muitos dias. “Somente são permitidos burros e mulas para montaria, pois são os animais tradicionalmente usados pelos tropeiros. Essas cavalgadas resgatam costumes de uma época e geralmente percorrem caminhos históricos, sejam pelas rotas comerciais, do ouro ou religiosas”, explica Pelé.

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