RuralturES 2024 - Casa Nostra: Sebrae faz a maior entrega da 4ª RuralturES
Um espaço de referências históricas e culturais oferece experiência de imersão nos hábitos domésticos e na culinária da família de imigrantes italianos
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A Casa Nostra, o primeiro produto de turismo de experiência do Complexo Turístico de Pindobas, em Venda Nova do Imigrante, já está aberta e funcionando. O atrativo turístico foi inaugurado pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Espírito Santo - Sebrae/ES no último dia 5, primeiro dia da RuralturES 2024, em seguida foi assinado um protocolo de intenções para a implantação do Museu do Imigrante- MIM. A curadoria do espaço contou com o olhar apurado do trabalho do designer e artista capixaba Ronaldo Barbosa.
O espaço é um novo atrativo turístico e cultural do Estado. A Casa Nostra é uma atração imersiva, que convida o visitante a um retorno ao passado, com exposição de utensílios e instrumentos usados pelas famílias de imigrantes italianos nas primeiras décadas após a chegada em Venda Nova. O espaço também se vale de recursos audiovisuais, tendo a vivência em uma casa típica, especialmente em uma cozinha de imigrantes italianos, um dos pontos altos da experiência.
A experiência imersiva proporcionada pela Casa Nostra ficou disponível na 4ª edição da RuralturES, no entanto, a partir de então, a atração se mantém aberta com visitas autoguiadas, sem a experiência imersiva, de segunda a sexta-feira, e com a experiência imersiva, na cozinha da casa típica, aos sábados e domingos, em horários agendados.
A RuralturES, evento promovido do dia 5 a 8 de setembro, aconteceu pela primeira vez na Fazenda Pindobas, reunindo empreendedores locais. Levar a Feira para Pindobas foi uma ação pensada para fortalecer a região como um Polo de Turismo de Experiência do Espírito Santo. Com entrada gratuita, a RuralturES é uma iniciativa do Sebrae/ES, Montanhas Capixabas Convention & Visitors Bureau e Prefeitura de Venda Nova do Imigrante, com o apoio da Associação de Agroturismo do Espírito Santo (Agrotures).
Experiência Turística
A Casa Nostra surgiu na RuralturES do ano passado como um projeto-piloto, idealizada pelo Sebrae/ES, em parceria com a Prefeitura de Venda Nova e o Montanhas Capixabas Convention & Visitors Bureau. A vivência foi aprovada pelo público do evento promovido no Centro de Eventos Padre Cleto Caliman, na Sede de Venda Nova, e retornou com uma proposta em um espaço maior e permanente.
“Após o sucesso da edição anterior, a Casa Nostra voltou para ficar, tornando-se um ponto de referência para quem deseja conhecer a história dos imigrantes italianos que ajudaram a moldar a identidade cultural da região”, contou Renata Vescovi, gestora estadual do Polo Sebrae de Turismo de Experiência.
Adriana Falqueto Zandonade, 57 anos, coordenou a cozinha da Casa Nostra durante a RuralturES. Enquanto ela fazia as broinhas e ajudava a servir a polenta nos pratos; Juliana Falqueto preparava as polentas, assava as broinhas e passava o café na hora; já Cidineia Falchetto fazia as massas do biscoito frito, arrumava as mesas com os quitutes e cortava o queijo; Bernadete fazia e ensinava os turistas a enrolar os pães; Dona Gracinha enrolava os biscoitos para fritar, ajudava secar as vasilhas e ensinava os turistas a mexer com as massas e Ângela fritava os biscoitos, demonstrava como colocar a broinha na folha de bananeira e lavava as vasilhas.
Assim, dividindo tarefas e as executando diante e com a participação do público, a equipe da cozinha se desdobrou em trabalho, como sempre fizeram as mulheres das famílias de imigrantes italianos. “Fomos nos adequando às necessidades no primeiro dia e houve muita procura para a imersão, o que deixou uma movimentação muito grande na cozinha. Eram turmas de quase 40 pessoas”. Adriana fala que o grande sucesso da cozinha foi a broinha de fubá, cuja receita foi fixada na mesa para que os turistas a fotografassem. “As pessoas adoraram a broinha de fubá e por ela ser feita sem leite e sem trigo, muita gente pediu a receita. Mas tudo na Casa encantou: a construção e as comidas, o modo que a gente fazia tudo, muita gente se emocionou”.
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Museu do Imigrante
Um espaço dedicado a preservar e celebrar a história e a contribuição dos imigrantes italianos no desenvolvimento do estado do Espírito Santo. Este é o propósito do Museu da Imigração – MIM, a ser implantado no galpão onde funcionava o secador de café da Fazenda Pindobas, espaço que integra o Complexo Turístico de Pindobas.
Logo depois da inauguração da Casa Nostra, um protocolo de intenções com vistas à implantação do MIM foi assinado pelo governador Renato Casagrande, pelo superintendente do Sebrae/ES, Pedro Rigo, e pelo designer Ronaldo Barbosa, responsável pela curadoria do espaço.
Barbosa explicou que a ideia é que o MIM seja um espaço colaborativo, em que as próprias pessoas, sobretudo as crianças e jovens, possam contribuir com a sua construção. A expectativa é gerar grande envolvimento das escolas da região, como oportunidade de levar para a prática um trabalho pedagógico que vai além da simples exposição de peças e artigos. “A ideia é ter aqui um equipamento cultural vivo, contemporâneo, que permita que a juventude se reconheça, interaja e transforme”.
“Estamos reunindo na localidade de Pindobas atrações que contribuam para fomentar o turismo de maneira mais permanente e oferecendo experiência aos visitantes”, observou Pedro Rigo, reforçando que o museu é mais uma dessas iniciativas.