Hospital Padre Máximo faz obra de ampliação
O objetivo principal é a expansão do número de leitos do hospital
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A crescente procura de médicos especialistas para realizarem cirurgias no hospital e o número reduzido de leitos para comportar essa demanda, motivaram o Hospital Padre Máximo- HPM a iniciar a empreitada de mais uma obra de expansão. O projeto (em cima do segundo pavilhão) está em fase de execução e, quando concluído, compreenderá 32 leitos e abrigará toda estrutura necessária para o funcionamento da nova ala.
De acordo com Esla Lessa Borba, diretora geral do HPM, a unidade de internação privada que existia atendia às internações de convênio e particulares. “O setor foi impactado com o início da pandemia em 2020, quando passou a manter uma taxa de ocupação que inviabilizava sua manutenção. Concomitante a essa situação, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), diante da demanda existente no Estado e do histórico de resultados positivos da 1ª UTI (inaugurada em julho de 2019) convidou o hospital a realizar a abertura de uma segunda unidade”.
Esla ressalta que naquele momento, o HPM tomou a decisão de aceitar o desafio. “Devido à pandemia existia uma demanda de internações em leitos de UTI crescente no Estado e tínhamos condições de contribuir na ocasião com a assistência a esses pacientes. A UTI B foi implantada onde funcionava, até então, a internação privada, que foi reformada e passou por adequações sendo inaugurada em junho de 2020”.
A partir desta data, o HPM passou a contar com 20 leitos de UTI, divididos em duas unidades com 10 leitos cada. Do total, 19 leitos são destinados ao SUS, regulados pela Central de Regulação de Leitos Estadual, e um leito privado, destinado a atendimento de pacientes com convênios e/ou particular.
A atuação da diretoria e o interesse de profissionais em atuar e morar no município fizeram aumentar o número de especialistas atuando no Ambulatório de Especialidades do Hospital. Somado a isso, a consequente mudança de profissionais para Venda Nova e região fomentou a procura de cirurgiões interessados em fazer procedimentos no hospital.
“Essa procura nos motivou a adequar o Centro Cirúrgico, que passou a contar com cinco salas de cirurgias, completamente equipadas, aumentando a capacidade instalada para realizar procedimentos eletivos ou de urgência”. Esla explica que o número de leitos existentes ficou insuficiente para absorver essa demanda de internações (clínicas ou cirúrgicas), o que levou o HPM buscar a viabilidade de ampliação, resultando na obra em andamento.
Ampliação de leitos e novidades para as parturientes
O projeto em execução prevê a instalação de mais 32 leitos de internação, divididos em apartamentos privativos e coletivos. Para essa nova ala serão necessárias estruturas de apoio como posto de enfermagem, sala de prescrição, sala de guarda de equipamentos, sala de guarda de enxoval (rouparia), depósito de material de limpeza, sala de utilidades / expurgo, etc. Como apoio para esta nova estrutura, estão sendo feitas adequações como rampa de acesso e mais banheiros, recepção, rede de gases medicinais, rede elétrica, hidráulica, informática e telefonia, dentre outras necessidades.
Nessa nova estrutura em fase de construção, a grande novidade será o planejamento de dois quartos de PPP (pré-parto, parto e pós-parto). De acordo com Esla, esses quartos serão totalmente equipados para proporcionar um nascimento seguro e acolhedor para a parturiente, seu bebê e seus familiares.
“Cada quarto PPP será amplo, comportando a possibilidade de utilização de banheira. Além disso, as salas também possuirão equipamentos para auxiliar no controle da dor, como bola suíça, bola feijão, espaldar, cavalinho, banqueta, entre outros, onde a gestante poderá escolher a posição desejada para dar à luz, contando com apoio de uma equipe qualificada”, relata a diretora.
Esla destaca que o serviço de maternidade do HPM tem ampliado em referência, volume de atendimentos e qualidade. “Com isso, aliada à quantidade de informação que as pacientes têm acesso e seus desejos por um serviço exclusivo mais próximo de sua residência, fomos instigados a trazer estruturas e possibilidades de atendimento que proporcionem uma melhor experiência às pacientes e aos seus familiares, além de oportunizar aos profissionais a condição de melhorar cada vez mais seus atendimentos”.
De acordo com Esla, a inauguração do novo espaço será de forma gradativa, bem como a contratação de profissionais, por etapas. “Vai respeitar o dimensionamento previsto pelos conselhos de classe e a multidisciplinaridade necessária para esta nova unidade. Certamente, em mais um projeto inovador em Venda Nova, além dos benefícios previstos para a população assistida, mais uma vez será gerando oportunidade de emprego para profissionais na região”.
“Podemos resumir que os benefícios para a população vêm com a maior oferta de leitos/serviços prestados e com possibilidade de ampliação de especialidades e complexidades de cirurgias e procedimentos no hospital. Soma-se ainda a melhoria nos processos do hospital, melhor ambiência e mais conforto aos pacientes atendidos”, descreve Esla.
Balança financeira
A diretora ressalta também os benefícios financeiros para o HPM. “Haverá maior possibilidade de captação de procedimentos cirúrgicos eletivos particulares ou por convênios, viabilidade de equilíbrio financeiro, melhor financiamento para sustentar o desencaixe devido à falta de ajustes da tabela SUS”.
Esla enfatiza que é importante ressaltar que o HPM, como instituição filantrópica (privada e sem fins lucrativos) pode realizar 60% de atendimentos SUS e até 40% de atendimentos privados (convênios e particulares). “Historicamente, o hospital realiza mais de 90% dos atendimentos pelo SUS, o que dificulta o equilíbrio financeiro da instituição, devido ao desajuste da tabela SUS há mais de 18 anos”.
O hospital sobrevive então com a ajuda comunitária, através de doações, campanhas e eventos realizados na região, em benefício da organização. Sabemos que a demanda de atendimentos pelo SUS é contínua e estatisticamente crescente, acompanhando a economia e o crescimento populacional, logo a possibilidade de ampliação e captação de atendimentos realizados particulares ou remunerados por operadoras de planos de saúde são uma oportunidade de aumento de demanda privada, possibilitando o alcance do equilíbrio financeiro, há tantos anos almejado pela entidade’’.
Origem dos recursos para ampliação
Com recursos provenientes de doações, eventos e campanhas, a obra está sendo executada com uma tecnologia que tem paredes de materiais leves, com isolamento térmico e acústico. A parte externa foram utilizadas placas de Blocom (em concreto unidas por malha de ferro e com EPS em seu interior) e na interna está sendo montada com Drywall (sistema de construção a seco composto por perfis (lã mineral – Isover) e placas de gesso).
De acordo com Cleto Venturim, presidente do HPM, os projetos arquitetônico, elétrico, hidrossanitário e demais necessários foram idealizados pela direção e executados por uma equipe qualificada. A mão de obra está sendo realizada por empreiteira, com contratação direta de profissionais para a execução mais econômica do projeto e todo serviço está sendo acompanhado por empresa especializada de engenharia.
“A área total que está sendo planejada para o projeto de expansão é de 1.200 m², sendo que essa primeira etapa (em execução) compreende aproximadamente 2/3 dessa área e o restante está preservada para projetos futuros’’, explica Cleto Venturim.