Empenho dos pais fez com que escola retornasse com o ensino médio
Depois de um hiato de dois anos, a Coopeducar voltou a montar turma para atender os alunos e os pais, que fazem questão de manter a formação dos filhos dentro da filosofia cooperativista
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Com 14 alunos matriculados na 1ª série do ensino médio de 2022 a Coopeducar voltou a colocar no mapa de ofertas essa fase da formação escolar. Em 2020 a instituição deixou de formar turmas, no entanto, no ano passado os pais dos alunos em conclusão do fundamental II (9ª série) fizeram um movimento pela retomada.
Entre os pais que lideraram o movimento está Agnes Lang, mãe de Martin Lang Scolforo. Ela perguntou ao filho se ele desejava continuar a estudar na escola e, diante da resposta positiva, começou a dialogar com outros pais e percebeu o mesmo desejo. “Eu concordei que ele continuasse, pois a filosofia de ensino e o ritmo de funcionamento da escola têm mais a ver com o perfil do meu filho. Ele já é competitivo por natureza e a forma como a escola conduz o ensino, estimulando e ensinando o cooperativismo, traz um equilíbrio na formação dele. ”
Ao perceber que outras mães tinham o mesmo desejo e que a ideia foi conquistando outros pais, Agnes se empenhou em ampliar o diálogo. “Na época eu falei: todas as escolas garantem o conteúdo, mas para mim o diferencial é colocar a formação humana no centro das atenções. Quero que ele seja um ser humano transformador. Em casa eu ensino isso, mas a escola traz mais riqueza: alteridade, diversidade e PCD... juntos de verdade participando'”, disse ao pontuar também a qualidade do material didático da Coopeducar.
Para Agnes, o olhar individualizado da equipe pedagógica sobre cada aluno faz uma enorme diferença nesse momento delicado da vida que mistura ebulição hormonal com a escolha profissional. “Meu filho tem facilidades e dificuldades e suas características são levadas em consideração nas abordagens. A escola enxerga os alunos, o que cada um precisa para ser uma pessoa melhor. Ele não é mais um na multidão e o mesmo vale para todo os alunos”.
Ao valorizar os métodos da escola, Agnes pondera que o ensino da instituição é consolidado em eventos como o 'Encontro com a Matemática”. “Eu gosto muito das possibilidades de aprendizado que a Coopeducar oferece. Por exemplo, são apresentados aos alunos nove formas diferentes de se fazer a mesma conta. Cada um se identifica com uma para resolver as questões. Ao não ter uma forma de pensamento engessada, a escola tira o que há de melhor em todas as áreas, em cada criança. Todos compreendem a linha de raciocínio, revelam seus talentos e não aprendem na base da 'decoreba’”.
A mãe do aluno acredita que é mais importante preparar um estudante para a vida do que somente para fazer provas. “A vida não é só conteúdo formal, aprendemos também nos caminhos por onde passamos e nas experiências ao longo da existência. Também acho importante o envolvimento da família, que é chamada para participar do cotididano desses alunos”.
Agnes, que já foi professora na Coopeducar, conhece de perto as dinâmicas da escola e, no papel de mãe, sente esse tratamento diferenciado. “Além da formação dos profissionais e da filosofia que permeia as ações da escola, a quantidade menor de alunos em sala é um facilitador. A afetividade é real”.
O diálogo que prevalece entre os profissionais impera na relação deles com os alunos. “Um profissional autoritário (característica que muitas outras escolas valorizam) não consegue permanecer na Coopeducar. As crianças têm voz e vez. Têm oportunidade de se expressar e são ouvidas. É o respeito que importa, onde o valor de cada um é reconhecido”, finaliza a mãe do aluno.