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A saúde e a prática regular de atividades físicas

A saúde e a prática regular de atividades físicas

O personal trainer Dudu Altoé fala de como e em quais níveis que a prática pode proporcionar benefícios

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Saúde é um termo amplo com inúmeros pontos a serem considerados, mas, segundo a Organização Mundial da Saúde- OMS, é definida como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças”.

Hoje, as evidências científicas são mais consistentes em associar saúde e prática regular de atividades físicas e há também um maior incentivo de médicos e das redes sociais objetivando tornar as pessoas mais ativas.

O paradoxo é que apesar da aceitação desses benefícios demonstrada pela população, a maioria das pessoas não é ativa em níveis que possam trazer tais ganhos.

Sobre isso podemos citar LEE et al (2012), que apontou, numa pesquisa mundial, que a inatividade física foi causa de 9% das mortes por motivo prematuro. Isso quer dizer que estas mortes seriam facilmente evitadas com a inclusão de exercícios na rotina das pessoas. Este estudo ainda fez um prognóstico destacando que se houvesse redução de 10% do sedentarismo no mundo, um pouco mais de meio milhão de óbitos seriam evitados.

Uma das formas de incentivar uma vida menos sedentária é propor mudanças simples em rotinas de vida. NAHAS (2017) em seu livro “Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo” dá dicas e até mesmo quantifica “doses” de atividade física recomendada.

“Doses moderadas de atividade física correspondem àquelas que não exigem esforço muito grande e promovem um gasto energético aproximado de 150 kcal (quilocalorias) por dia, ou 1.000 kcal por semana  (valores de referência para uma pessoa de aproximadamente 70 kg de peso). Devendo-se considerar como gasto energético mínimo relativo o valor de 15 kcal/kg/ semana. Ou seja, para uma pessoa de 60 kg de peso, o gasto calórico semanal em atividades físicas diversas deve ser – no mínimo – 900 kcal por semana, e para alguém com 80 kg, este montante chega a 1.200 kcal por semana (15 kcal x 80 kg). Isto pode ser conseguido com atividades com duração de 15 a 60 minutos, dependendo da intensidade, podendo ser realizado numa sessão única ou em vários momentos (ao menos 10 minutos) durante o dia.

As evidências atuais indicam que doses moderadas de atividades físicas, realizadas na maioria dos dias da semana (cinco ou mais vezes), já são suficientes para promover a saúde e prevenir doenças. A prática de 150 minutos/semana de atividades físicas moderadas, ou 75minutos de atividade vigorosa, pode reduzir o risco de doença coronariana em 30%, o risco de diabetes em 27% e de câncer (cólon e mama) em 21 a 25% (WHO, 2008).

 

São exemplos de doses moderadas de atividades físicas (gasto energético de ±150 kcal):

· Correr 2 km em 15 minutos;

· Nadar por 20 minutos;

· Dançar durante 30 minutos;

· Caminhar 3 km em 35 minutos;

· Andar de bicicleta por 30 minutos (±8 km);

· Jogar voleibol durante 45 minutos;

· Lavar e encerar carro (aproximadamente 45 minutos);

·Trabalhar no jardim por 45-60 minutos;

·Subir e descer escadas durante 15 minutos.

 

NAHAS ainda ressalta que é importante repetir que, para a atividade física trazer benefícios à saúde, ela pode ser realizada de forma contínua (30-45 minutos de uma vez) ou acumulada em duas ou três oportunidades ao longo do dia. Por exemplo: pode-se caminhar 30 minutos de uma só vez ou fazer 3 caminhadas de 10 minutos num dia; ou ainda caminhar 10 minutos, dançar 10 minutos e lavar o carro por mais 10 minutos.

Para obter benefícios substanciais à saúde, todo adulto deve acumular ao longo da semana 150 a 300 minutos de atividades físicas de intensidade moderada (3-6 METs); 75 a 150 minutos de atividades físicas vigorosas (>6 METs); ou a combinação dessas atividades em três ou mais dias da semana.

Ficou claro no texto ao lado que atividade física é prevenção, e que doses diárias de movimento são fundamentais para um organismo se manter saudável. Mas, para além da prevenção, o exercício físico também deve ser implementado em situações onde alguma doença já está instalada. Diabetes, hipertensão arterial, obesidade, câncer, fibromialgia, parkinson, seja qual for o acometimento patológico instalado, praticar exercícios ajudará a minimizar o impacto que a doença causará.

Já há evidências bastantes fortes que abonam a prática de exercícios físicos como terapia auxiliar no tratamento de qualquer doença. Estudos inclusive já comprovam que aliar exercício físico ao procedimento medicamentoso torna este mais eficiente, atenuando os sintomas e por vezes diminuindo inclusive doses de medicamentos. Por isso, cada vez mais, cresce o número de médicos que o indica.

 É claro que cada doença traz consigo uma modificação, seja biomecânica ou fisiológica, que imporá limitações que deverá ser considerada na hora da prescrição pelo profissional de educação física. A partir destas limitações que cada pessoa (com doença) apresenta e dos objetivos do tratamento, o professor então orientará quais exercícios/modalidades promoverão o maior benefício com o menor risco de agravar problemas.

 

Quem é Dudu Altoé

Eduardo Altoé Possebon, o Dudu Altoé, se formou em educação física (licenciatura plena) pela Universidade Federal do Espírito Santo- Ufes em 2007. No período de formação acadêmica, mais precisamente em 2003, fez estágios em academias de Jardim da Penha, Ilha do Boi e Bento Ferreira.

Com 39 anos e casado há 13 com Camila Voss, Dudu é pai de Alice, 10 anos, e Maitê, cinco. O professor e treinador concilia suas atividades profissionais com seus compromissos com a família. “Eu adoro participar da vida das minhas filhas. Gosto de ser um pai presente e isso me traz muita satisfação”, diz o professor.

Ao retornar para Venda Nova, Dudu passou no concurso da Prefeitura e atua na rede municipal de ensino desde 2008, mais precisamente como professor de educação física na EMEI Antônio Roberto Feitosa, com crianças de 3 a 5 anos. Já na Coopeducar, atuou na mesma função  de 2010 a 2016.

Como professor, Dudu Altoé vê sua função de educador ligado ao compromisso de formar cidadãos mais saudáveis. “Atuo dentro do princípio de utilizar a atividade física como ferramenta de interação e aprendizagem das crianças. Incentivo desde cedo o gosto por movimentar-se, um hábito saudável que pode prevenir o aparecimento de doenças típicas do sedentarismo* na fase adulta da vida”.

Dudu Altoé também atuou como professor/tutor do curso à distância da Ufes durante os anos de 2009 a 2013. Estudioso, continua fazendo cursos, lendo livros e artigos científicos para se aprimorar e também para escrever os artigos que publica mensalmente em sua coluna “Mexa-se”, da Revista Folha Nova. Ele sempre lê muito e sempre traz informações baseadas em estudos

Seu movimento profissional o levou a dar aulas e fazer treinamentos para cursos livres (tanto para a área pedagógica, como para a área da saúde) em faculdades da região e na unidade do Senac em Venda Nova.

Dudu Altoé atua como personal trainer (atendimento presencial e modalidade de consultoria de treinos à distância) e faz atendimentos na medida que pode conciliar com suas atividades como professor. Atualmente, ele ocupa também a função de diretor da EMEI Antônio Roberto Feitosa.

“A saúde, que é a soma do bem-estar físico e mental, está no meu principal foco. Penso na educação física (ou no treino) como algo que traga qualidade de vida, seja em qualquer idade. A manutenção ou melhora da aparência física é consequência da dedicação e do foco do aluno que, ao confiar seu treino a um profissional qualificado, sempre terá bons resultados”, finaliza.

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