UTI atua com equipe de peso para dar conta de 20 leitos
Inaugurada em julho de 2019, a UTI do Hospital Padre Máximo ampliou sua capacidade de 10 para 20 leitos
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Mais de 70 profissionais, com os devidos revezamentos, estão envolvidos no pleno funcionamento das duas alas da UTI do Hospital Padre Máximo. São 20 leitos distribuídos de forma equitativa entre as Unidades A e B, sendo um leito particular e os outros 19 destinados a atender pacientes clínicos do SUS, que necessitam de cuidados intensivos, conforme regula a Central Estadual de Regulação de Internação.
Fazem parte dessa equipe 10 médicos intensivistas, 40 técnicos em enfermagem, 10 enfermeiros, uma coordenadora de enfermagem, quatro farmacêuticos, oito auxiliares de farmácia, oito auxiliares de higienização, uma psicóloga, uma assistente social, um auxiliar administrativa e nove fisioterapeutas. Com essa característica multidisciplinar, a equipe atua de forma conjunta traçando metas e objetivos individualizados para cada paciente internado na unidade, mitigando os riscos assistenciais, estabilizando os pacientes em estado crítico, buscando promover saúde e qualidade de vida e visando resultados de excelência, atrelados a uma assistência humanizada.
Há dois anos o Hospital inaugurava a ala A, que veio trazer uma nova perspectiva de atendimento aos moradores da região, aos transeuntes das rodovias que cortam o Município, bem como ampliar as possibilidades de atuação no Centro Cirúrgico, ofertando uma importante retaguarda que possibilitou a admissão de pacientes cirúrgicos mais críticos e cirurgias mais complexas. “Com a abertura da UTI, a Instituição ganhou em segurança para acompanhamento pós-operatório dos pacientes de média e alta complexidade, propiciando ainda as cirurgias complexas que nunca haviam sido realizadas em Venda Nova. Além dos cuidados com outras patologias clínicas e suporte para ampliação dos leitos e salas cirúrgicas. Um diferencial para a Instituição e para a população de Venda Nova e região. A equipe de anestesiologia está muito feliz em participar deste momento de melhorias para o Hospital Padre Máximo”, ressalta o médico anestesiologista Leonardo Pereira.
Pós-covid 19
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Com a pandemia e a necessidade de o Estado liberar leitos para os pacientes graves acometidos pela covid-19 nos hospitais de referência da rede, o HPM foi convidado a aumentar sua capacidade de leitos instalados, devido aos resultados consolidados da primeira unidade. A ampliação foi em junho do ano passado, menos de um ano depois da inauguração da UTI A. Para abrigar mais leitos de UTI, o Hospital passou por uma nova transformação em sua estrutura física, fazendo as adequações. “O desafio da equipe foi a partir dessa nova unidade, absorver uma demanda de pacientes ‘sobreviventes’ da covid-19, com uma soma de comorbidades incomuns a serem identificadas em um único quadro. Longos períodos de ventilação mecânica (perda de capacidade pulmonar), perda de massa muscular, feridas associadas ao longo período de imobilização, dentre outros, estão entre as consequências a serem superadas pela equipe. E o histórico de alta da unidade foi um destaque, graças ao empenho desses profissionais”, destaca o médico intensivista Manoel Mauro Starling Pedrinha.
Prontuário afetivo
Além de um atendimento terapêutico de excelência, a UTI do Hospital tem a preocupação de 'humanizar’ o atendimento, proporcionando visitas estendidas aos pacientes. “Antes da pandemia, os familiares podiam fazer visitas e ficar durante 12 horas com o paciente. Com a pandemia, as visitas precisaram ser mais restritas e passaram a ser feitas por videochamadas”, recorda Esla.
De acordo com a diretora, desde o início da pandemia, há uma comissão de gestão de crises instalada, onde uma das ações foi destinar uma equipe, formada minimamente por médico, enfermeiro e psicólogo que fazem uma avaliação diária dos pacientes e libera um acompanhante, quando necessário. “Muitas vezes o paciente necessita de adaptações em suas atividades de vida diária, auxílio de manutenção da lucidez, evitando os delírios de confinamento, que podem acometer até 85% dos idosos internados na UTI. Só há liberação do acompanhante se a presença traz benefício para o paciente, a família é abordada individualmente por médico e psicólogo em reunião para esclarecimento de dúvidas e acolhimento”.
A equipe da UTI também criou o ‘Prontuário Afetivo’, com informações pessoais do paciente internado, com registros do lugar de origem, nome do animal de estimação, tipo de comida, esporte ou a música preferida do paciente. Esse documento é afixado no box. A finalidade desse instrumento é ‘personalizar o enfermo’. Logo, o profissional que vai atende-lo conhece um pouco sobre ele e pode dialogar de forma mais calorosa, mesmo que o paciente não consiga interagir com o meio.
Coordenação
Uma empresa especializada em Terapia Intensiva, com experiência em gestão de UTI nos maiores hospitais do Estado há mais de 20 anos, coordena a UTI e participa de reuniões mensais com a direção, onde são discutidos os resultados e metas. Nessa reunião mensal, todos os indicadores são avaliados, apresentando resultados e traçando estratégias para o mês subsequente e os desafios a serem superados. Dentre os indicadores avaliados, estão custos (gastos com insumos, água, energia, telefone, etc.), resultados assistenciais, como tempo de permanência (rotatividade) dos pacientes, taxa de ocupação, número de óbitos (baseado na análise de Simplified Acute Physiology Score- SAPS), dentre outros, que ajudam a estimar a dinâmica e o que pode ser mudado para melhorar os resultados.
Carlos Augusto Pretti Madeira
“Minha motivação é levar serviço de qualidade na área de Terapia Intensiva para o interior do Espírito Santo”
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Carlos Augusto Pretti Madeira faz parte da coordenação do serviço de Terapia Intensiva- UTI do Hospital Padre Máximo e vê como diferencial entre a unidade local com as de grandes centros, o incentivo ao acolhimento de familiares, valorização da identidade do paciente e seus hábitos. E isso se resume numa só palavra: humanização. “É um incentivo diário. Aprimoramento constante do assistencialismo com finalidade de manter um serviço de excelência”, pontua.
Especialista em anestesiologia pela Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte e em Terapia Intensiva, pelo Instituto Mário Pena, na mesma cidade, ele se graduou na Emescam, em Vitória, em 1991. Atuante em terapia intensiva adulto (titulado pela AMIB – 2004), Carlos Pretti também está na área de gestão em TI no Hospital Evangélico Vila Velha, no Hospital Jaime dos Santos Neves, na Serra, e no Hospital Santa Rita, em Vitória.
“Em Venda Nova, nota-se uma grande incidência de pacientes com patologias crônicas e idade avançada. Ainda, infelizmente, na visão da grande maioria a UTI é sinônimo de gravidade e terminalidade. Nós, intensivistas, a encaramos como o ambiente mais seguro dentro de um hospital, com assistência multidisciplinar e monitorização contínuas. Lugar onde potencializamos a chance de uma recuperação plena do paciente”, pontua.
Para o intensivista, o grande desafio, além de manter uma educação continuada nos avanços técnicos na área da saúde, é treinar a equipe para a valorização do Eu do paciente, “respeitando sua individualidade, desejos, medos, frustrações, dentro de um ambiente pouco humanizado na grande maioria”.
Carlos Pretti enfatiza que uma relação entre intensivista e familiares deve ser embasada em honestidade e clareza sobre todos os aspectos técnicos e humanitários que envolvam o paciente. “Por estarmos locados numa cidade menor, existe um acolhimento maior entre familiares e equipe, culturalmente justificada pelo perfil de vida nestas regiões. Não abrimos mão de sermos excelentes tecnicamente, mas também sentimos a valorização de nossa essência como ser humano, o que nos motiva cada dia mais para atuarmos dentro desta especialidade”, finaliza.