Um laticínio que produz só com o leite da propriedade
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Há seis anos a família Brioschi inaugurava o laticínio na propriedade. Já conhecida pelas premiações dos cafés, a família deu início ao sonho de montar sua própria agroindústria de lácteo, percebendo o interesse de Priscila em permanecer na atividade.
Nascida em 1993, Priscila cresceu rodeada pela produção de café e pela criação de gado leiteiro, atividades mantidas entorno da casa dos avós, dos pais e dos tios. Anos mais tarde, a família impulsionou a produção de socol e outros embutidos, abrindo uma simpática lojinha.
Priscila ainda garota viu tudo isso acontecer, pois tinha 15 anos quando a loja foi inaugurada. Com paredes de tijolinhos e portas e janelas azuis, a construção rememora à simplicidade das moradias antigas.
O desejo de Priscila montar um laticínio também nasceu de sua observação sobre os sonhos dos avós e pais que sempre trabalharam com gado de leite, conseguindo destaque com suas produções nos antigos concursos promovidos em Venda Nova.
Com a paralização imposta pela crise sanitária do coronavírus, o laticínio foi o ponto de equilíbrio da propriedade, que conseguiu colocar sua produção de queijos, iogurtes e puínas nos mercados locais. “Também fornecemos leite para a Aagrope e para outros laticínios particulares”, disse Priscila ao observar que a produção de socol foi paralisada e está sendo retomada aos poucos.
Priscila se orgulha em dizer que todos os produtos feitos na propriedade utilizam matéria-prima própria, com exceção do socol e embutidos de porco, pois não é permitido a criação e o abate de suínos fora dos frigoríficos autorizados. Atualmente, o curral rende 750 litros diários de leite. “Antes, fazíamos queijos todos os dias. Com a pandemia, reduzimos para duas ou três vezes, destinando o restante do leite para terceiros”.
Para manter uma rotina de produção tão intensa, o relógio desperta cedo. O pai ou o tio de Priscila tira o leite, que às 6h40 entra no laticínio e vai para o tanque pasteurizador onde atinge a temperatura de 65º. Depois são aguardados 30 minutos para começar a resfriá-lo para jogar o coalho, que o deixa durinho, ao separar a parte sólida do soro. “Aí começa o trabalho de enformar e passar pelo processo de cura”, explica.
Dentro do laticínio o comando fica por conta de Vitor, irmão mais novo de Priscila. Nascido em 1998, o rapaz fez administração no Ifes Venda Nova e chegou a ir para Cachoeiro estudar fi-sioterapia, mas parou ao perceber que a atividade que gostava estava na propriedade. Vitor pegou gosto pelo trabalho quando, na época que estudava no Ifes, começou a ajudar no laticínio.
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Vitor ficou responsável pela área de produção e, quando tem tempo, também ajuda no atendimento ao público. Ele e Priscila revezam o plantão de final de semana (juntamente com sua mãe e o esposo de Priscila) quando a lojinha permanece aberta para receber os turistas.
Há três semanas a movimentação na propriedade começou a dar sinais de melhora.Com a paralização do ano passado, a família aproveitou para concluir a obra de ampliação da loja e, de lá para cá, a movimentação não é a mesma, apenas com algumas tímidas reanimadas.
Enquanto o pai concentra seus esforços para tocar a lavoura e trabalhar no curral, a mãe ajuda na loja e já está retomando a produção de socol junto com Priscila e seu esposo Tadeu. O jovem casal construiu uma casa nova bem em frente à loja e, se somando as edificações do laticínio e a das casas mais antigas dos pais e dos tios, uma simpática 'vila' se forma, onde árvores e gramados seguem imponentes no meio do que seria uma rua.
Muitas flores, sorrisos e simpatia aguardam os visitantes, que vão encontrar três gerações trabalhando em harmonia e criando receitas com gosto de roça e simplicidade. Ah, a família também vende sua produção na Feira Livre!