Português (Brasil)

Gláucia: vitórias pessoais e profissionais

Gláucia: vitórias pessoais e profissionais

Data de Publicação: 26 de fevereiro de 2016 19:15:00 Ela, que toca empreendimento familiar e é dona de um vasto conhecimento acadêmico, travou uma luta íntima em busca de sua identidade pessoal. Apaixonada pela cultura herdada das famílias de imigrantes italianos, faz trabalhos voluntários e participa dos movimentos de Venda Nova

Compartilhe este conteúdo:

 
 

No Ristorante Dalla Ninna, do Alpes Hotel, Gláucia Altoé trabalha organizando eventos
corporativos e familiares. Ela ainda é técnica bancária e administra o empreendimento
da família como um todo. (Wanda Ferrera / Jean Davies)

Ao completar meio século de vida, Gláucia Altoé descobriu ser ela o foco da sua vida: quer investir no seu bem estar, cuidar da saúde, vivenciar as amizades e se descobrir a cada dia mais. Bancária e gerente de hotel traz uma história cheia de nuances, tanto no lado emocional quanto na formação intelectual. 

Como construir uma personalidade sendo filha e neta de mulheres fortes, de personalidade marcante enquanto a cabeça se confundia com a avalanche de informações externas? Isso, quando ao mesmo tempo carrega um transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, a tal de TDAH, só diagnosticada quando completou 50 anos.

Funcionária concursada da Caixa Econômica (desde 2005), gerencia o Alpes Hotel desde 1994.  Atualmente desenvolve o trabalho na promoção de eventos na estrutura do Ristorante Dalla Ninna, que ficou desativado para o público externo durante alguns anos e agora se consolidou como local de eventos, já que a especialidade da casa é fazer buffet com alto padrão de serviço. Ela tem em seu currículo uma temporada como professora de faculdade e a realização da pesquisa de campo do mestrado, no Incaper.

Essa flexibilidade profissional pode ser explicada pela diversidade cultural da família e também na sua formação acadêmica. Saiu de Venda Nova para estudar antes de concluir o ensino médio na Escola Fioravante Caliman, pois ganhou uma bolsa de estudos em uma escola particular de Vitória, onde fez o terceiro ano.

Primeiro ela passou no vestibular de psicologia na Ufes, onde seus preceitos religiosos entraram em conflito com o ensinamentos de filosofia. “Cresci numa família e comunidade católicas e de repente o professor de filosofia diz que Deus não existe. Pirei e deixei o curso. Mais tarde resolvi prestar vestibular pra agronomia, na Universidade Federal de Viçosa- UFV, e tive o apoio dos meus pais para esta decisão. Fui então para Viçosa, Minas Gerais, onde fiz graduação, especialização e comecei a fazer o mestrado. Como a área de trabalho exigia uma estrutura de pesquisa como a do Incaper, vim para o Espírito Santo concluí-lo.”

Gláucia fez vários concursos em sua área e, embora aprovada, nunca era chamada. Foi quando resolveu assumir o Alpes Hotel, empreendimento familiar que precisava de alguém para gerenciar, e mais tarde fez o concurso da Caixa e passou. Ela também passou num concurso do Incaper, mas teria que se mudar e o salário (na época) não compensava esta mudança.

Ela tem orgulho de tocar o projeto do Alpes Hotel, que inaugurado em 1992, foi um marco para a história de Venda Nova. “Como hotel urbano e no interior, precisava oferecer atrativos  e inspirado na experiência da Itália, meu primo Luiz Perim, utilizando duas kombis, organizou visitas para os hóspedes conhecerem pontos turísticos e as propriedades. Meu primo e Ruth Paste também criaram os primeiros mapas turísticos do município.”

O Hotel foi inaugurado com os serviços do Ristorante Dalla Ninna, que, como foi dito, foi fechado para o público externo como restaurante propriamente dito. A demanda por serviços de buffet, serviço já oferecido quando o ‘Ristorante’ funcionava regularmente, foi contínua e crescente desde o fechamento. Assim, o espaço permanece ativo especificamente para eventos, além, é claro, de oferecer o café para os hóspedes.  Mais uma vez, a demanda e o cenário colocaram Gláucia Altoé neste tipo de negócio.

Para manter estes serviços, ela conta com uma equipe sólida de profissionais, que atua com a mesma qualidade em sua ausência. “Acredito que minha forma de gerenciar construiu uma relação tranquila e de confiança. É uma troca e ganhamos as duas partes.”

Paralelo à sua múltipla vida profissional, Gláucia mantém sua faceta como voluntária atuando no Circolo Trentino, na Festa da Polenta e eventualmente para a Apae, Comunidade Santa Rita e Associação de moradores da Vila da Mata. Fazem parte da sua história, a atuação na Amena - Casa da Cultura, e no Agrotur. Enfim, Gláucia é uma típica descendente de imigrantes italianos: sempre inquieta, gosta de contribuir e se incomoda em ficar parada enquanto o mundo gira. Afinal, acredita fortemente que a ação das pessoas é que torna o mundo melhor.

Foto Wanda Ferrera / Jean Davies
Compartilhe este conteúdo: