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A experiência que uniu três sócios na criação de uma farmácia

A experiência que uniu três sócios na criação de uma farmácia

Data de Publicação: 25 de agosto de 2017 09:57:00 Dilênio, Levindo e Gil se uniram e em 2006 colocaram em prática o sonho de serem donos do próprio negócio: nasceu aí a Farmácia Santa Terezinha

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Com quatro farmacêuticos contratados, as Farmácias Santa Terezinha trazem na sua raiz a experiência de três profissionais de balcão oriundos de uma época em não era exigida a presença de um profissional formado enquanto as portas do estabelecimento estivessem abertas. Com sensibilidade, busca de conhecimentos e, principalmente, aprendendo com os mais experientes, atuava-se atendendo a população.

Estamos falando de Levindo Messias Piazzarollo, Dilênio Cossetti Codesso e Josmar Aloísio Zandonadi, o popular Gil.  Os três são os sócios das Farmácias Santa Terezinha, em Venda Nova, sendo que Levindo, por sua maior e reconhecida experiência é o pilar deste projeto, que tem no carisma, na empatia e no cuidado as bases do atendimento.

Os três tinham experiência no setor, quando em 2006 resolveram montar uma farmácia. Sendo que Dilênio e Gil se encorajaram quando Levindo resolveu de vez assumir este novo empreendimento, já que trabalhava nos setor há 37 anos. Muito popular na cidade e na região, o nome de Levindo reforça a identidade da Farmácia nas divulgações ao vir logo depois da marca “Santa Terezinha”. Por sinal esta é a padroeira do bairro Vila Betânea, local onde instalaram a Matriz. A filial fica bem no Centro da cidade.

Com 48 anos de atuação em farmácia, Levindo é um dos poucos profissionais
antigos ainda em atividade no ES.

Levindo é de Fruteiras, Vargem Alta, e ainda jovem foi convidado por um tio a trabalhar numa farmácia em Nova Venécia, Norte do Estado. O convite foi feito no final de 1969 e no início de 1970, ele já estava lá, trabalhando ao dia e estudando à noite o curso de contabilidade.

No início de 1970, já formado e namorando na cidade, sentiu desejo de ficar mais perto da família. “Minha irmã Marlene de vez em quando ia visitar nossa tia e em uma destas vezes eu falei com ela do desejo de sair de Nova Venécia. Foi então que Marlene, que trabalhava na Cesan na época, ficou de ver algo em Venda Nova. Eu gostei,    pois estaria mais perto dos meus pais e dos demais familiares”, relembra Levindo.

Logo, logo Levindo recebeu a notícia de que Anchieta Feitosa tinha interesse em contratá-lo. Ele veio para Venda Nova trazendo na bagagem a experiência adquirida, mas retornou a Nova Venécia para se casar com Ernestina. Levindo passou a trabalhar ao lado de Dona Brígida (mãe de Anchieta e viúva de Antônio Roberto Feitosa), pois Anchieta estudava em Vitória.  A Farmácia ficava ao lado da Casa Perim, e logo depois foi para o bairro Vila Betânea.

Levindo fazia de tudo: comprava medicamentos, vendia, controlava estoque.  “Além de poucos profissionais de saúde atuando em Venda Nova, era uma época de poucos laboratórios e ofertas mais restritas... Sempre procurei ser dedicado, escutar as pessoas com atenção e também ler livros, pesquisar e estudar bastante os efeitos dos remédios, as contraindicações... Na maioria das vezes, as pessoas estavam muito fragilizadas por doenças e nos procuravam em busca de atenção... Sempre atendi com bom grado, pois gosto de fazer atendimentos e sempre fiz muitos amigos."

Somados os seis anos em Nova Venécia, os 31 trabalhando para Anchieta e os 11 com a Farmácia Santa Terezinha, Levindo tem 48 anos de atuação e é um dos poucos quase cinquentenários ainda na ativa no Estado. 'Amo o que faço e pretendo continuar trabalhando enquanto eu tiver força”, diz Levindo nos alto dos seus 65 anos de idade.

Levindo é de uma época de poucos médicos, quase nenhum farmacêutico formado e das ruas sem calçar em Venda Nova: o Centro era uma estrada de chão e a Vila Betânea quase toda um brejo e mato, com umas três casas apenas. Na época, antes de ter telefone fixo, o meu endereço ficava fixado na porta da farmácia para que pudesse ser achado quando alguém precisava de comprar médicamento à noite, feriados e finais de semana. “Ficava disponível para fazer atendimento e abria as portas de aço da farmácia a qualquer hora da noite. Como as ruas não tinham calçamento, muitas vezes enfrentei lama.”

Pela sua boa vontade, Levindo se tornou e continua sendo referência para muitas pessoas, principalmente as que moram em comunidades rurais.    “Aprendi a ser carinhoso com os clientes com o meu tio, em Nova Venécia, e tenho Anchieta Feitosa como meu segundo pai. Gosto de lidar com o povo e me sinto homenageado pelos meus sócios, ao me colocar como referência na Farmácia. Nossa sociedade é tranquila, nosso trabalho flui bem e isso se reflete na qualidade do atendimento”, diz.

Trazendo a realidade das farmácias para a atualidade, Levindo reconhece que os inúmeros laboratórios com suas ofertas, assim como as exigências legais, tornaram a administração das farmácias bem mais complexas. No entanto existe a facilidade de acesso aos medicamentos, que antigamente levavam dias para chegar e serem entregues ao cliente, no caso de encomenda. “Antigamente o medicamento levava dez dias para chegar e, muitas vezes, peguei o meu carro e fui buscar em Domingos Martins ou Castelo para atender o cliente. Depois que o remédio chegava eu o devolvia para a farmácia que tinha nos socorrido.”

Levindo sempre se dedicou a resolver os problemas medicamentosos da comunidade e também levou com equilíbrio sua vida financeira e familiar. “Estudei minhas filhas: uma é fonoaudióloga e a outra formada em educação física, mas passou em um concurso da Polícia Federal. Sempre que posso, ainda as ajudo. Tenho casa própria, que é fruto das boas aplicações que fiz quando meu pai ganhou na loteria (em 1979) e dividiu o prêmio entre os filhos.”

Os sócios

Os sócios Dilênio, Levindo e Gil trabalham em perfeita sintonia para manter as duas unidades
da Farmácia Santa Terezinha: a matriz na Vila Betânea e a filial, no Centro de Venda Nova.

No ramo farmacêutico há 34 anos, sendo todos trabalhando ao lado de Levindo, o sócio Dilênio Cossete Codesso também é do tempo que a presença do farmacêutico não era exigida em tempo integral nas farmácias. Por esta razão, o aprendizado era obrigatório, embora ele tenha se dedicado mais a parte administrativa do que ao balcão.

“Nos unimos em 2006 e criamos a Farmácia Santa Terezinha, no bairro Vila Betânea. Mais tarde, em agosto de 2010, criamos a filial no Centro. O que nos encorajou foi a experiência somada”, relata Dilênio. Ele se orgulha dos companheiros e destaca que em 2007 Levindo foi homenageado na Assembleia do Estado do Espírito Santo com uma comenda pelos serviços prestados e, em maio de 2012, pela Câmara Municipal de Venda Nova, com o Mérito Municipal.

Assim como Levindo, a experiência de Gil Zandonadi é mais forte no atendimento no balcão na farmácia.  Antes, de 1987 até 1993, ele trabalhou no Hospital Padre Máximo como técnico do raio X e como auxiliar de enfermagem. Na ocasião, ele tentou conciliar o curso de administração em Cachoeiro de Itapemirim, mas teve que optar pelo trabalho, cuja carga horária na época não permitia o deslocamento diário para estudar. Ele só deixou estas funções quando foi convidado para atuar numa farmácia.

Gil Zandonadi se identifica com a atuação direta com o público e acredita que sua experiência no Hospital o ajudou bastante no atendimento no balcão da farmácia, pois além do conhecimento prático, também se desenvolveu na parte de relacionamento. “São formas diferentes de cuidar das pessoas, mas em todas as situações a necessidade é sempre a mesma: atenção.”

Depois que se tornou sócio da farmácia, Gil voltou aos estudos e concluiu o curso de administração pela UBra, há cinco anos. Os estudos e esta nova experiência ampliaram sua visão da farmácia como um negócio que promove a saúde e a qualidade de vida da comunidade onde atua.

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