Vem o turista que mora mais próximo
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“Novos arranjos na demanda trarão um público diferente e a região se prepara para recebê-lo”. Valdeir Nunes, presidente do Montanhas Convention. |
Com a pandemia houve uma mudança no movimento turístico e o foco agora é o turista que mora mais próximo. Pelo menos essa é a mensagem de especialistas que acreditam que os viajantes passarão a adotar a busca por destinos que já tenham familiaridade. “Eles passam a dar preferência para locais que trazem bem-estar e garantia de bons momentos. Isso significa que vão acabar viajando para destinos que já conhecem e vão deixar para explorar novas opções mais para frente”, avalia Valdeir Nunes, presidente do Montanhas Capixabas Convention Bureau.
O que os especialistas dizem e Valdeir Nunes concorda pode ser comprovado no movimento turístico que começa a retomar na Região. Outra observação importante está relacionada a outra característica da região: a natureza em abundância. Depois de um longo período de isolamento em casa, os especialistas imaginam que os viajantes estarão propensos a se aventurar por destinos de ecoturismo, na praia e na montanha. “Estão falando que deve haver uma procura por natureza e eu fico otimista ao ouvir isso, pois nossa região oferece muitas possibilidades de trilhas, piscinas naturais, cachoeiras, dentre outros atrativos junto à natureza”
De acordo com os especialistas a retomada favorece muito o turismo rural, destinos como as Montanhas Capixabas com grande área verde e em locais abertos que favorecem a prática de atividades ao ar livre. Com o grande potencial na linha de interesse dessa nova fase do turismo, a região está trabalhando em um projeto de assessoria de imprensa e promoção nas mídias sociais com foco nesse raio de 300 a 400 km, atingindo regiões de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e o próprio Espírito Santo.
Valdeir Nunes diz que 90% do turista da Região das Montanhas são oriundos do Espírito Santo. Também está dentro desse público consolidado moradores de regiões de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Sul da Bahia. “Já era padrão esse público formado por famílias que moram num raio de 400 quilômetros, com maior concentração dos de origem da Grande Vitória. Sendo que no alto verão e no alto inverno, principalmente nos períodos de férias escolares, os turistas de outros estados cresciam para 25%, potencializando os 10% de épocas normais”.
Para Valdeir, a pandemia e seus efeitos colaterais trarão uma mudança de comportamento desses turistas. “Muitos desses nossos clientes do Estado perderam o poder aquisitivo. No entanto, acredito que atrairemos as famílias que costumavam viajar para Fortaleza, Campos do Jordão, para as Serras Gaúchas e até para o exterior”.
E é baseado nessa expectativa que Valdeir aposta no preparo da região para uma nova forma de receber. “Vejo grandes possibilidade de atrairmos um público ainda maior, só que dentro de uma nova realidade para nós e para eles. Trata-se de famílias acostumadas a fazer viagens nas férias que, na impossibilidade de ir para destinos mais distantes, encontrarão nas Montanhas uma grande possibilidade de lazer e descanso. É um público novo, que vai equilibrar essa parcela de pessoas que perderam poder aquisitivo”.
Hotéis de lazer, pousadas, cafés, restaurantes, propriedades do agroturismo, dentre outros, formam o portfólio de atrativos da Região das Montanhas do Espírito Santo. “Acredito que a maioria das viagens continuará dentro de seus Estados, saindo um pouco para as região no seu limite. Nossa região é privilegiada pelas rodovias e localização, o que facilita o fluxo de pessoas de diferentes regiões dos Estados que eu já citei”, ressalta Valdeir.
Além de treinar os colaboradores, os empreendimentos turísticos estão fazendo adaptações para essa nova realidade trazida pela pandemia. “Nosso grande desafio é convencer o turista a usar máscara também fora dos empreendimentos”, ressalta Valdeir. Ele acrescenta dizendo que o turista precisa entender que é necessário proteger a si e ao outro também nas ruas e em lugares que dividem espaço com outras pessoas. “No entanto, cabe aos poderes públicos, fiscalizarem e multarem os que insistirem em não adotar as medidas de proteção. O dono ou gestor só pode fazer isso nos limites do empreendimento. No máximo, pode orientar e conscientizar”.