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Uma parceria perfeita: a comunidade e o poder judiciário local

Uma parceria perfeita: a comunidade e o poder judiciário local

O juiz Valeriano Cezario Bolzan quer manter a Comarca de Venda Nova do Imigrante como uma referência na prestação da Justiça

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“Não existe outro lugar que eu consiga trabalhar que não seja Venda Nova”, afirma o juiz Valeriano Cezario Bolzan. Ele diz isso se referindo à cultura organizacional do município, bem como a seriedade como de forma geral o lugar é conduzido pelas suas lideranças políticas, empresariais e comunitárias, características que permitem que ele se realize profissionalmente e como pessoa. “Eu me sinto útil, com energia e com a cabeça cheia de projetos. Venda Nova imprime isso, me torna melhor como pessoa e como profissional”, afirma.

Antes de se tornar juiz, Valeriano foi assessor jurídico dos desembargadores Antônio José Miguel Feu Rosa e Alemer Ferraz Moulin. No entanto ele afirma que foi atuando em Venda Nova que ele deu vazão ao seu lado profissional ao implantar projetos   criados a partir da sua visão de mundo. “Estou feliz hoje ao estar à frente de uma Comarca tão procurada na região. São 5 mil processos tramitando, sendo que apenas 5% com mais de 100 dias no meu gabinete. Trabalho para buscar celeridade”.

Uma das metas de um futuro próximo é a criar a 2ª Vara, que dará direito à Comarca ter mais um juiz para dividir os trabalhos, sempre numa linha ascendente de demandas. “Em média, temos mais processos que Afonso Cláudio, Iúna e Domingos Martins, que contam com duas varas”, explica o juiz que aguarda a correição para fazer a reivindicação.

Em Venda Nova desde o final de 2004, ele logo detectou duas necessidades: estrutura física adequada e recursos humanos, pois eram poucos servidores para muita demanda. Seu trabalho efetivo começou mesmo no início de 2005, quando Valeriano colocou como meta construir a nova sede do Fórum e montar uma equipe de trabalho condizente com as necessidades.

As construções das sedes próprias do Fórum e da Justiça Eleitoral estão entre as vitórias de Bolzan, que já traz entre o seu legado, a agilidade da tramitação dos processos, fruto da dedicação de uma equipe de profissionais afinada com os propósitos do juiz. E as conquistas não foram por acaso: ele construiu boas relações dentro e fora do município e tem o hábito de começar cedo suas atividades.

No ano de 2008, Valeriano foi reconhecido pela Câmara como cidadão vendanovense. Para ele, o reconhecimento é fruto de um trabalho conectado com as reais necessidades da comunidade e do seu compromisso e comprometimento com a prestação da justiça.

Trajetória

Valeriano nasceu em Guaçuí, em 03 de maio de 1971, mas sua família é originária de  Muniz Freire, onde foi educado quando criança. Aos 14 anos se tornou estudante do Seminário dos Missionários Sacramentinos, em Manhumirim, MG, onde ficou de 1986 a 1988, indo depois para Vitória, Espírito Santo, fazer o cursinho pré-vestibular durante 1989.

Em 1990 iniciou o curso de direito, tendo sido graduado na Ufes em 1994, oportunidade que foi o orador da turma.  Foi aprovado no concurso público para trabalhar no Tribunal de Contas do Espírito Santo como auditor de finanças públicas. Antes de ser juiz, exerceu o cargo comissionado de assessor jurídico no Tribunal Regional Eleitoral e no Tribunal de Justiça de 1994 a 2002

“Existe um fato interessante em minha vida. Em 2000 eu fiz o concurso para juiz e, diante de uma performance que considerei abaixo da minha expectativa, na manhã seguinte deixei minha rotina e fui ao Convento da Penha andar, meditar e relaxar. Lá eu vi a frase: 'Felizes os que não se cansam de recomeçar”. No mesmo momento eu me encontrei com Eleotério Paste, pois era feriado de aniversário de emancipação de Venda Nova, e ele me perguntou: “Quando vai para Venda Nova como juiz?”. Eu respondi: “Não vai ser desta vez, mas eu vou””.

Para Valeriano aquela experiência foi profética, pois ele acredita na força das palavras ditas na Casa de Deus. “Se falarmos as coisas na Casa de Deus, Ele vai ouvir e providenciar”, diz sobre o que ele preconizou naquele dia. 

Valeriano passou no concurso seguinte e em janeiro de 2003 foi para o Norte do Estado trabalhar, atuando em Mantenópolis e em Alto Rio Novo, com juiz substituto. A promoção como juiz de direito foi para a Comarca de Ibatiba. “Todos que foram promovidos não puderam efetivar a promoção devido às eleições municipais de 2004. No entanto, teve um processo de remoção no Estado com possibilidade de atuar em Conceição do Castelo ou em Venda Nova”, recorda-se.

Ao indagar aos colegas qual seria a comarca mais interessante, Valeriano foi aconselhado a assumir em Conceição ao enumerar as vantagens sobre Venda Nova: menos processos, processos menos complexos, melhor equipe, fórum reformado, gratificação eleitoral e uma comunidade mais aberta e participativa. “Eram seis vantagens elencadas, mas eu respondi: 'Eu gosto de desafios e eu vou para Venda Nova'”.

Quando chegou em Venda Nova Valeriano foi logo avisado que para se adaptar e ser bem aceito, ele precisaria frequentar a missa da manhã de domingo, a famosa 'Missa das Dez' para tomar vinho e jogar futebol. “Eu não fazia nenhuma das três coisas sugeridas, mas sabia que o lugar aprecia o trabalho e seria pelo trabalho que eu conquistaria a todos, como aconteceu”.

Em 2019, Valeriano fez o curso de pós-graduação em psicologia positiva pelo PUC-RS. Foi um ano que considerou marcante, pois estava completando 25 anos de formado e 15 anos de atuação na Comarca de Venda Nova. "Desenvolvi o projeto ‘Viva Acima e Além’ que procurou falar com a comunidade sobre autoconhecimento, sentido da vida, propósito, autorresponsabilidade, mentalidade e o poder do agora.

“Tenho um pouco de experiência em termos de história de vida e acho que posso inspirar outras vidas”, diz sobre o projeto de conversas que contribuiu com a comunidade de uma outra forma: a do crescimento pessoal.

"Aprendi muito com a psicologia positiva, que está presente em minhas relações pessoais e de trabalho. Tenho muito ânimo, projetos e sonhos. Espero sempre inspirar pessoas e aprender com elas também”.

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