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Uma década à frente da Torrefadora Café Pedra Azul

Uma década à frente da Torrefadora Café Pedra Azul

De estagiária à administradora, Ádria comanda uma pequena indústria que coloca café torrado e moído no mercado regional

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Com uma voz baixa e um jeito tranquilo de ser, Ádria Pagoto Piassi, 42 anos, formada em administração de empresas pela Faveni, administra a Torrefadora Café Pedra Azul,

numa demonstração de que, para ter liderança, não é preciso embrutecer. Sua relação mais próxima com a Torrefadora começou em fevereiro de 2008, quando, estudante de administração de empresas, foi cumprir horas de estágio atuando como auxiliar administrativo na empresa da família de seu esposo.

“O escritório estava precisando de um estagiário. Eu não imaginava na época que me tornaria administradora. É claro que houve um caminho percorrido e muitas de nossas conquistas se devem aos que ficaram à frente da Torrefadora anteriormente”, relata. Três anos depois de ter entrado na empresa, ela já assumia a administração.

Logo que assumiu, Ádria começou a organizar os setores: estoque de cafés crus, setor de produção, de torra, de embalagem, limpeza, parte administrativa, fiscal e, é claro, de vendas. “Sempre que observava uma necessidade, eu focava na busca da solução e aparecia a pessoa certa para assumir essa nova demanda. A empresa já possuía em seu quadro uma excelente vendedora e, devido à demanda, veio outro vendedor, super focado e organizado. Tenho ao meu lado uma ótima pessoa para trabalhar na parte fiscal, muito atenciosa e competente. Tanto na área administrativa e de produção, quanto na limpeza, venda e distribuição, a minha equipe, hoje, está 100%, observando a atual demanda”.

A marca Café Pedra Azul foi lançada em 1996 pela família de Joaquim Sgária, sendo que seus filhos se dedicam também a outros negócios ligados ao café. Quando assumiu a administração da Torrefadora, em 2011, Ádria se empenhou em ampliar a produção, sempre aliada às vendas. Em seu período à frente da Torrefadora, a produção e a presença do Café Pedra Azul no mercado quadruplicaram.

Com uma distribuição regional, é comum encontrar as embalagens do café em supermercados, mercados, padarias e mercearias. A torra dos grãos é feita de acordo com as previsões semanais de venda, e quem dá este norte para a torrefadora são os próprios vendedores. Já Ádria fica com a planilha em mãos e organiza, juntamente com o responsável pelo setor, o modo de produção da semana.

“Trabalhamos na Região Sul, Serrana e Grande Vitória e posso afirmar que temos um ótimo relacionamento com nossos clientes”. Os fornecedores dos grãos crus são definidos pelo escritório de prova de Márcio Sgária, que é corretor de café no Palácio do Café, em Vitória, e com quem Ádria é casada e tem um filho de 21 anos.

Os grãos vêm de regiões capixabas reconhecidas nacionalmente pela alta qualidade do café. Após a chegada ao armazém, os grãos selecionados passam pelos processos de torra e moagem. Para finalizar o processo de embalagem, a automação das máquinas possibilita a apresentação do produto em três tamanhos: 250g, 500g e 1kg.

E foi assim, fazendo a conexão entre os cafés arábicas da região e os consumidores, que a marca Café Pedra Azul fidelizou sua produção. Para que tudo funcione a contento, Ádria diz que a parceria é a palavra que impera nas relações de trabalho. “Todas as decisões são tomadas em harmonia, e nossa estrutura física foi toda pensada de forma que o trabalho seja feito com conforto e otimização do esforço de cada um”, diz de sua mesa do escritório.

Do lado de dentro, a organização e a higiene predominam, assim como a harmonia entre a equipe do Café Pedra Azul. “Tudo flui bem quando temos liberdade de dialogar. Tento, na medida do possível, ajudar os funcionários a resolver seus problemas, pois penso que faz parte da nossa relação a retribuição à dedicação deles. Construir uma boa equipe, oferecendo a eles um trabalho digno talvez seja o meu maior legado até aqui”.

Ádria tem novas metas pela frente. “Ainda não estou realizada, mas sou   muito grata pelas minhas conquistas”.  E essa evolução é percebida e começa a gerar interesse de estudantes em visitar a empresa e conhecer mais de perto todo o processo de produção.

Na parede lateral à sua mesa, Ádria mostra todas as licenças de funcionamento, atualizadas, assim como os certificados de qualidade da marca. “Temos tudo sob controle, como pode ser observado nas licenças ambientais, no alvará sanitário, no selo da Abic... Gosto de tudo organizado, gosto de administrar, não deixando de lado o papel de ser mãe. Acredito que tudo está relacionado ao cuidar”.

Ela lembra que, no início foi bem difícil. “Existiam muitos obstáculos. Eu era a única mulher e a minha forma de trabalho era diferente do modelo de gestão da empresa. Confesso que pensei em desistir, mas a vontade de ver a Torrefadora se desenvolver foi maior”, diz sobre os dez anos de muita dedicação, disciplina, amor pela administração e o desejo de ver a evolução de todo o processo.

Ádria avalia a Torrefadora Café Pedra Azul como uma pequena indústria e sente-se muito grata por tudo que ajudou a conquistar. "Dou muita importância à qualidade de vida e valorizo a dedicação de nossos parceiros de trabalho, procurando fazer o melhor para eles. A meu ver, o sucesso de uma empresa está relacionado à satisfação dos profissionais em fazer parte da equipe”.

Como o posicionamento na comunidade onde está inserida também é importante para a marca, a Torrefadora apoia projetos e eventos de cunho social, como a Festa da Polenta. Dentre os projetos sociais apoiados, estão o 'Turma' e o 'Pequenos Empreendedores' e, no esporte, o 'Projeto Meninos de Ouro', ´Grupo Capoeira Reviver de Muniz Freire´ e o atleta Thiago Pagoto Marinho, de Venda Nova, que já conquistou vários títulos e deixa a empresa orgulhosa muito com suas conquistas.

“Acreditamos que um mundo melhor, com profissionais capacitados, depende de uma infância feliz, com boa alimentação, bons estudos, bons educadores e a prática de esportes. Nossa satisfação está ligada ao bem-estar da comunidade onde estamos inseridos. Podemos dizer com segurança que Venda Nova e seu entorno têm uma população ativa, que se organiza e luta pelo bem comum. Também fazemos parte desse time”, finaliza Ádria.

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