Um casal que trabalha lado a lado pela Festa da Polenta
Analete e Evaldo amam participar e estão torcendo para que em 2021 tudo esteja bem e a Festa volte com todo seu esplendor
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Ele sempre trabalhou no bar e se juntou a ela anos mais tarde na cozinha. Assim o casal Evaldo Zandonade, 77 anos, e Analete Sossai, 75, tem em seu currículo anos de dedicação à Festa da Polenta. “Precisei sair em 1994 e retornei trabalhando em 2007. Fui para a equipe da cozinha trabalhar com carnes e molhos, sempre ao lado dela”, disse se referindo à esposa.
Tanto Evaldo como Analete sentem falta da Festa da Polenta, que não vai acontecer nos mesmos moldes dos anos anteriores. “O trabalho é intenso, o dia inteiro e no calor. Olho para o lado e vejo que tem gente com mais de 70 anos trabalhando. Essa é a nossa tradição: do voluntariado”.
Para Evaldo, o que mais o estimula a trabalhar é a finalidade da Festa ser beneficente. “A gente se sente valorizado ao ver distribuir a maior parte dos lucros entre as entidades, o que fortalece nossa comunidade e beneficia a todos no final”.
Evaldo tem uma filha e uma neta que foram primeiras princesas (Adriana Zandonade e Júlia Zandonade) e se sente orgulhoso disso. Ele também gosta de ver os jovens se envolvendo no voluntariado da Festa, pois essa cultura vai passando de geração em geração.
Ele também vê nos investimentos da cozinha uma valorização do voluntariado, que sempre se dedica para fazer o melhor. “Temos equipamentos mais modernos, dos fogões às panelas”.
O casal está na equipe do molho à bolonhesa, aquele que vai em cima do macarrão da polenta mole do prato típico. Analete conta que os trabalhos começam sempre antes da Festa, picando o tomate, a cebola e fazendo a preparação com alho. Tudo é fervido e a carne moída (uma mistura de carne de boi com carne de porco) , frita. No outro dia a carne e molho são misturados, o sal é acrescido, e vão para o fogo. Na verdade, isso acontece só com a parte que será usada no dia.
Antes esse molho era preparado em uma panela de 100 litros, que precisava ser transportada de um lado para o outro da cozinha. “Agora contamos com uma panela à vapor que comporta uns 1.000 litros e que necessita de pouco deslocamento e nem de ficar mexendo”, observa Evaldo.
Para ele, esses investimentos são fundamentais para que os voluntários deem conta de produzir todo o alimento que o público demanda. “Hoje o volume é maior e não daríamos conta se não fosse essas inovações. Também acho que mais jovens deveriam se envolver nesse setor. Tem jovens, mas acho que mais deveriam aderir”.
Analete vê na adesão de bandejas retangulares para acondicionar e servir o prato típico um grande ganho para a Festa da Polenta. “Facilita o trabalho da cozinha ao poder antecipar o preparo de uma parte e diminui a fila, pois uma pessoa pode pegar umas cinco bandejas de uma vez para levar para toda família”, observa.
Evaldo e Analete é o exemplo de um casal que trabalha com amor e por isso comemora as vitórias e o crescimento da Festa da Polenta. Eles, como todos os outros que amam participar, estão torcendo para que em 2021 tudo esteja bem para o evento voltar a acontecer.