Português (Brasil)

Transferência e troca de conhecimentos fortalecem famílias de cafeicultores

Transferência e troca de conhecimentos fortalecem famílias de cafeicultores

Iniciado no ano passado, 'Determinantes da Qualidade do Café no Espírito Santo' prossegue fazendo conexão com a comunidade regional e se prepara para projetar Venda Nova como referência na área em todo Brasil

Compartilhe este conteúdo:
Lucas Louzada Pereira é o coordenador do Laboratório
de Análise e Pesquisa em Café- Lapc do Ifes Venda Nova.

Focado no pós-colheita, o projeto 'Determinante da Qualidade do Café no Espírito Santo', tocado pelo Laboratório de Análise e Pesquisa em Café- Lapc, continua de vento em popa. Implantado no ano passado, envolve 350 famílias de diferentes municípios da região, o projeto prossegue ativo, adaptando seu modo de ação às atuais exigências sanitárias da pandemia do coronavírus.

O quadro gestor do projeto, que conta com o suporte da parceira com o Sicoob Sul-Serrano, interviu para que algumas ações fossem preservadas e mantidas. “Neste período de isolamento social estamos completamente focados na escrita de resultados inerentes aos experimentos de 2019. Além disso, todos os bolsistas estão atuando em suas residências, seja no tratamento de dados ou na escrita de materiais de suporte”, expõe o professor e coordenador do projeto, Lucas Louzada Pereira.

Professor, alunos e demais membros da equipe conversam semanalmente via Skype, a fim de ajustar processos internos. “Até o momento, já foram submetidos mais de 12 artigos a periódicos internacionais de renome, fruto da escrita científica do grupo, que deverá oportunizar mais informação e conhecimento à comunidade a nossa volta e maior difusão internacional do conhecimento produzido através do projeto”, ressalta Louzada.

Além dos registros dessa construção do embasamento teórico construído com os estudos e com as práticas, algumas ações laboratoriais estão sendo mantidas, como a construção do torrador, em fase de execução no complexo do Lapc. Lucas observa que os técnicos responsáveis trabalham isolados em laboratórios separados, a fim de mitigar o impacto do contato social nos tempos de Covid-19, conforme orientações da Instituição.

Para as ações experimentais no ano de 2020, o grupo gestor do projeto está conversando com os parceiros para implementação de novos experimentos. “Tentaremos seguir as recomendações institucionais, bem como dos órgãos de saúde, para proteger nossos alunos, servidores e a comunidade que será atendida. Ainda durante o mês de maio, o projeto iniciou uma série de cursos de curta duração para capacitação profissionalizante no modelo de teleaula, visando atendimento da comunidade local e externa”, ressalta Lucas.

Reflexos positivos

 

No ano passado foram 350 famílias beneficiadas pelo projeto e pelos programas paralelos coordenados pelo grupo gestor do Larpc.  Para o professor, a tarefa mais importante em relação ao atendimento das famílias consiste na transferência de conhecimento ou suporte a tomada de decisões que seja refletida em incremento de renda para o produtor rural. 

Lucas cita dois exemplos distintos: de Dério Brioschi Júnior e os irmãos Lucas e Isaac Venturim. Os dois têm aplicado técnicas e processos que são validados cineticamente pelo Ifes, Campus Venda Nova. Ambos estão conseguindo exportar o produto com agregação de valor de mercado em alguns casos com até cinco vezes mais que o preço de commoditie referente ao mercado interno. Para Lucas, essas pessoas conseguiram extrair o feeling da teoria e colocar em prática, associado à capacidade empreendedora, gerar novos cenários e horizontes de produção de cafés especiais.

“Em relação aos nossos egressos, temos alunos trabalhando em multinacionais Brasil afora, alunos fazendo mestrado, doutorado, e mais recentemente, iniciando novos negócios a partir de práticas empreendedoras, esse é o papel do Ifes, preparar nossos alunos para o empreendedorismo ou para a academia. Tudo com educação pública, gratuita e de qualidade”, enfatiza.

A expectativa do grupo gestor era ampliar o número de famílias atendidas pelo projeto em 2020. “Em função do cenário atual, este número deverá ser repensado, pois não sabemos ao certo quando as atividades voltarão a normalidade. Possivelmente as ações de análise sensorial, acompanhamento de safra, monitoramento da qualidade e dias de campo, serão executadas no segundo semestre de 2020, se o cenário de retomada das atividades letivas presenciais estiver em vigor”, observa Louzada.

Para se ter ideia, era para estar acontecendo dois cursos concomitantes no modelo semipresencial: um em Rondônia, Oeste do Brasil, para 220 famílias em parceria com o Sebrae, e outro em São Gabriel da Palha, no Norte do Espírito Santo, para mais 100 produtores de conilon.  Estes cursos deverão ser disponibilizados em modelo de teleaula. “Teremos que nos adequar a realidade, reduzindo a carga horária e ajustando os processos para atender a comunidade”.

Diversos eventos já organizados para este semestre e as ações fora do Estado foram remanejadas para o final deste ano e o mais provável que não sejam feitos eventos com aglomerações públicas. “Temos mantido contato com todos os parceiros de fora do Brasil que pretendíamos trazer para ministrar cursos, palestras e workshops. O cenário de paralisia é corrente a todos ao redor do mundo, eventos científicos foram cancelados, datas foram remarcadas, o mundo está experimentando uma nova e difícil fase, que exige de todos muita paciência, fé e cumplicidade neste momento”.

Compartilhe este conteúdo: