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Saúde vascular: check-up preventivo é muito importante

Saúde vascular: check-up preventivo é muito importante

O angiologista e cirurgião vascular Leonardo Dias Gonçalves afirma que durante os exames é possível identificar sinais de doenças arteriais, venosas ou linfáticas, que muitas vezes ainda não se manifestam clinicamente

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O frio intenso do inverno está entre os fatores subjetivos que elevam o risco de doenças cardiovasculares, como o infarto, o AVC e a hipertensão. “No inverno as pessoas se recolhem mais, praticam menos atividades físicas, ingerem alimentos mais ricos em açúcar e gordura, bebem menos água e também ficam mais vulneráveis a depressão. Esse cenário é favorável ao aumento de pressão, que pode ocasionar episódios graves, como os temidos AVCs e infartos”.

O alerta vem do angiologista e cirurgião vascular, Leonardo Dias Gonçalves, que atua em Venda Nova, Afonso Cláudio e Castelo. Pelos motivos citados, por outros hábitos desfavoráveis e pelos riscos de sua condição em particular, pessoas com doenças crônicas, como a obesidade, o tabagismo, o sedentarismo ou a dislipidemia (colesterol e/ou triglicerídeos elevados), devem realizar o check-up anualmente, assim como aqueles com histórico familiar dessas doenças. “Sempre é melhor prevenir”, reforça o médico.

 

Varizes

E as medidas preventivas também valem para as pessoas saudáveis, mas que convivem com as incômodas varizes, condição que afeta a sua qualidade de vida. “As veias contêm válvulas que fazem o sangue fluir em direção ao coração. Alguns fatores levam as veias a se dilatarem e as válvulas começam a falhar. À medida que as veias se expandem, elas se tornam mais visíveis, formando os padrões típicos das varizes e vasinhos. Um certo volume de sangue vai ficando estagnado na perna, sobrecarregando os capilares, favorecendo o inchaço, causando sintomas e desencadeando as alterações de pele”, explica o médico.

De acordo com o angiologista, no passado, a única solução para o tratamento das varizes era a cirurgia. Hoje, as varizes podem ser eliminadas com a escleroterapia (aplicação), microcirurgia, radiofrequência ou o laser. “ Na escleroterapia com espuma, por exemplo, podemos tratar veias de pequeno, médio ou grosso calibre, em ambiente ambulatorial e sem a necessidade de afastamento das atividades profissionais”.

 

O que é trombose?

A trombose é a formação de um coágulo dentro de um vaso sanguíneo.     Quando isto acontece há o bloqueio da passagem de sangue neste vaso. A obstrução pode ocorrer em dois níveis diferentes: um nas veias mais próximas da pele, ocasionando as flebites, e o outro nas veias profundas, ocasionando as temíveis tromboses venosas profundas.

Se a obstrução pelo coágulo estiver nas veias superficiais, os sintomas geralmente são: presença de um cordão vermelho, endurecido e doloroso na perna. Quando ocorre nas veias profundas, as manifestações clínicas geralmente são: inchaço repentino da perna, dor, principalmente ao palpar a musculatura da panturrilha, e vermelhidão.

Nos dois casos, o coágulo pode sair da veia e se dirigir ao pulmão, o que caracteriza a embolia pulmonar, que é mais frequente na trombose venosa profunda do que na flebite.

Pessoas com veias normais podem ter trombose venosa profunda ou flebites.  Dentre os fatores de risco, podemos citar o sedentarismo, a obesidade, o uso de anticoncepcionais, a reposição hormonal, o tabagismo, a imobilidade prolongada (cirurgias de longa duração, o pós-operatório, as viagens de avião) e as trombofilias (tendência genética a ter trombose).

Na maioria dos casos, a trombose é tratada com o uso de medicamentos anticoagulantes, impedindo a formação de novos coágulos, bem como a migração deles para outras regiões do corpo. Há situações pouco frequentes, em que não se usar medicamentos anticoagulantes, sendo então indicada a colocação de filtro na veia cava, evitando a chegada do coagulo ao pulmão. Em situações de risco extremo, pode-se lançar mão de medicamentos chamados de fibrinolíticos, que dissolvem o coagulo diretamente, ou então, o uso de cateteres para aspirar o coagulo, por meio de ambiente de hemodinâmica.

 

Pé diabético

A diabetes começa de forma silenciosa e sem dar sinais. Com o passar dos anos, o descontrole metabólico se acumula e, eventualmente, o primeiro sintoma pode ser uma complicação grave. Os pés dos diabéticos estão particularmente em risco. Em sua evolução, a doença leva a perda de sensibilidade dos pés, à diminuição da circulação do sangue, a perda da capacidade de cicatrização e de defesa contra infecção.

Um diabético tem mais chance de sofrer uma amputação, e isto está muito ligado a dois pontos: a falta de sensibilidade, que facilita a ocorrência de lesões nos pés, gerando uma porta de entrada para germes ou bactérias, e a imunidade diminuída dos diabéticos, fazendo com que esta infecção possa se alastrar rapidamente. Outro ponto importante é que a diabetes mal controlada leva à deterioração das artérias das pernas, prejudicando a condução do sangue até os pés, com chance de gangrena e amputação.

A melhor forma de prevenir as complicações do pé diabético é o diagnóstico precoce e se atentar aos cuidados com os pés.

 

Erisipela

A erisipela é uma infecção causada por uma bactéria na região da pele. O processo infeccioso pode atingir a gordura do tecido, e se propagar pelos vasos linfáticos. É mais comum nos diabéticos, obesos e nos portadores de deficiência da circulação linfática dos membros inferiores.

A porta de entrada da bactéria quase sempre é uma micose entre os dedos ou qualquer outro ferimento. A localização mais frequente é nos membros inferiores, mas pode ocorrer na face e no tronco. No início, a pele se apresenta lisa, brilhosa, vermelha e quente. Com a progressão da infecção, o inchaço aumenta, surgem as bolhas e é comum o paciente queixar-se de “íngua” (aumento dos gânglios linfáticos na virilha).

Quando o paciente é tratado logo no início da doença, as complicações não são tão evidentes ou graves. Não tratados a tempo, os casos podem progredir com abscessos, feridas superficiais ou profundas e trombose de veias. A sequela mais comum é o linfedema, um inchaço persistente e duro localizado principalmente na perna e no tornozelo.

O tratamento é uma combinação de várias medidas e só deve ser administrado pelo médico. Já a prevenção está em evitar e tratar as frieiras, bem como os ferimentos das pernas, e tentar manter as pernas desinchadas. Deve-se evitar engordar, permanecer muito tempo parado, em pé ou sentado. O uso constante de meia elástica é uma grande arma no combate ao inchaço, bem como fazer repouso com as pernas elevadas sempre que possível.

 

Outras doenças vasculares

Doença da artéria carótida- Afeta as duas grandes artérias do pescoço que fornecem sangue ao cérebro, chamadas artérias carotídeas direita e esquerda. A doença surge quando as artérias se tornam estreitadas pelo acúmulo de placa aterosclerótica.

Um risco aumentado de desenvolver doença ocorre se a pessoa tiver diabetes, pressão alta, colesterol alto ou história familiar de aterosclerose. O tratamento é com medicamentos prescritos por um especialista, mudança no estilo de vida ou até mesmo a realização de tratamento cirúrgico, tudo com o objetivo de se reduzir o risco de acidente vascular cerebral (AVC).

 Doença arterial periférica- A doença arterial periférica também é frequentemente associada à aterosclerose e se torna muito mais provável à medida que a pessoa envelhece. Nela as artérias mais distantes do coração, tais como as da pelve e pernas, tornam-se estreitas devido ao acúmulo de placa aterosclerótica. A diminuição do fluxo sanguíneo para os músculos pode causar dor e fadiga nas pernas, principalmente durante os exercícios físicos.

Doença vascular renal- Corresponde a uma estenose (estreitamento) das artérias renais que transportam sangue para um ou ambos os rins.  Pode piorar com o tempo e, muitas vezes, levar à pressão arterial alta e danos renais.  Com o tempo, a estenose da artéria renal pode levar à insuficiência renal.

Cerca de 90% dos casos de estenose da artéria renal são causados pela aterosclerose, porém pode ser causada por displasia fibromuscular. Essa condição é mais vista em mulheres e pessoas mais jovens e é potencialmente curável. 

 

Quem é Leonardo Gonçalves

 

Formado em medicina pela Universidade Federal do Espírito Santo- Ufes em 2004, Leonardo Dias Gonçalves concluiu residência em cirurgia geral em 2007 e em cirurgia vascular em 2010, ambas na mesma universidade. Ainda em 2010, o angiologista passou a atuar em Venda Nova: no seu consultório particular no edifício Solares e no Posto de Saúde (do bairro Vila Betânea)- hoje transformado numa policlínica-, e também a fazer cirurgia no Hospital Padre Máximo, onde fez plantões de  2011 a 2020.

 

Leonardo passou a atuar em Venda Nova quando uma clínica de especialidades (a Solaris, de Liliane Faé) estava procurando um angiologista. “Um amigo o indicou e eu passei a atender uma vez por semana em Venda Nova. A procura pelos meus serviços aumentou e havia uma lacuna de profissional para operar pelo SUS, o que me levou a aumentar meus dias de atendimento na cidade. Quando meus atendimentos em Venda Nova passaram a ocupar a maior parte de minha semana, resolvi arriscar e me mudar para a cidade. A comunidade me recebeu muito bem, bem como as instituições públicas e privadas”.

 

Devidamente estabelecido em Venda Nova, o angiologista expandiu seu atendimento para as cidades vizinhas. “Com o deslocamento apenas na região, minhas viagens passaram a ser mais curtas. Também ganhei qualidade de vida ao morar num lugar tranquilo e seguro”.

 

Com atendimento em seu consultório particular, quando necessário, Leonardo agrega à consulta exames de ecodoppler e tratamento de varizes com aplicação convencional ou espuma. As cirurgias, das mais simples às mais complexas, são feitas no centro cirúrgico do Hospital Padre Máximo, em Venda Nova.

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