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Quando a experiência abre as portas para futuros cooperados

Quando a experiência abre as portas para futuros cooperados

“É preciso dar cada vez mais espaço aos jovens nas cooperativas, principalmente agora, que é tempo de se reinventar’’ - Cleto Venturim

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“Quando acabar a pandemia, haverá muita dificuldade para quem não dominar, minimamente, as tecnologias. É fundamental que as pessoas de todas as idades tirem proveito das modernidades, as quais facilitam, em muito, a vida de todas espécies humanas. De um modo geral, o jovem pós-pandemia terá muito mais espaço no cooperativismo, desde que façam por merecer, pois são uma geração digital”, ressalta Cleto Venturim, presidente do Sicoob Sul-Serrano, que acredita que a juventude é o futuro do cooperativismo.

Inovação, tecnologia, informação, agilidade e liderança ágil, são palavras comuns aos jovens. As chamadas Gerações Y e Z estão se inserindo no mercado de trabalho, e o Sicoob Sul-Serrano tem sido palco para os novos talentos aprenderem mais sobre o mundo coorporativo: seja sendo incorporado à equipe profissional, seja como associado, se revelando como empreendedor.

Os jovens estão à frente de um movimento por um mundo melhor, mais colaborativo e quando falamos de futuro, é impossível não atrelar a inclusão da juventude no mercado de trabalho no presente. Há uma necessidade de um modelo que faça as coisas de uma maneira diferente, e a boa notícia é que já temos um: o modelo cooperativo.

O cooperativismo tem muito para aprender e ensinar com a nova geração. A inserção, cada vez maior, da tecnologia no ambiente de trabalho contribui para que os jovens tenham mais oportunidades no movimento, desde que aliem suas expectativas à visão cooperativa. "Percebemos isso depois da pandemia, quando tivemos que implementar mais tecnologia e para que isso acontecesse, pedimos a expertise dos jovens. E o movimento atrai os jovens porque, além de terem um trabalho decente, podem compartilhar o bem-estar com os demais, em uma organização centrada nas pessoas, que se preocupa muito com a comunidade, o meio ambiente e o comércio justo”.

Para Cleto Venturim, essa geração mostra um crescente potencial para contribuir nesse âmbito, seja como cooperador ou colaborador. “Muitas vezes, as cooperativas têm dificuldades em   dialogar com o público jovem. Pensando nisso, vários produtos estão sendo criados, desenvolvidos e oferecidos. Vários aplicativos, muito intuitivos, passam por adaptações, com vistas a facilitar a conexão deles com o siste-         ma”.

“Precisamos entender a relação dos jovens com o sistema, fazer leituras das sinalizações emitidas por eles e trabalhar a interação desse público-alvo com o cooperativismo. O comportamento dessa geração mostra que o que está por vir no cooperativismo são jovens empolgados por fazer acontecer. A participação dos jovens é crescente e otimista. São eles que vão garantir o futuro do cooperativismo”, pontua Cleto.

Para o presidente, os jovens têm demonstrado muita vontade de aprender e o grande envolvimento e a dedicação dessa geração refletem-se nos investimentos por eles realizados, seja na forma de negócios ou em cursos de capacitação. “A conciliação do estudo com o trabalho é outro aspecto que mostra que a nova geração se insere no mercado de trabalho para fazer a diferença”.

Cleto Venturim vê nessa relação do cooperativismo com a juventude uma união estável, pois a nova geração é engajada e inquieta. “Os jovens, ao entrarem em contato com o mundo cooperativo, garantem continuidade do movimento, desde que vejam a experiência dos precursores, como aliada. Eles pensam no futuro, representam uma forte liderança. Dedicação e lealdade caracterizam os jovens, que mostram a vontade de construir suas carreiras dentro de cooperativas”.

Jovens que crescem engajados no cooperativismo acabam engajando     seus colegas. O presidente acredita que projetos escolares são importantes para fomentar, desde cedo, o conhecimento sobre cooperativismo. “Acredito que, se queremos mudar a mentalidade da humanidade, temos que começar pelas crianças e pelos jovens. Naturalmente, estamos abertos para colocar sobre a mesa muitos tipos de discussões com uma visão de mente aberta”.

Cleto reconhece a exigência do fortalecimento da identidade cooperativa e da visibilidade do movimento, que é econômico e social de igual forma. “Talvez tenhamos que mudar a maneira como comunicamos sobre as cooperativas e sua filosofia e princípios. Significa dizer que, dar a devida importância ao passado, valorizando o presente e comunicar em uma linguagem atual e inovadora, iremos dizer a mesma coisa, porém seremos compreendidos. Precisamos nos aproximar das atuais e das futuras gerações”.

O presidente do Sicoob Sul-Serrano, Cleto Venturim, entre as diretoras Tânia Uliana
Torres e Eliane Gomes Zandonadi.

A crise trazida pela pandemia da covid-19 fez aprendermos que os acontecimentos chegam. Mudam nossos planos e, para que não tenhamos que esperar que o futuro chegará, temos que agir agora antevendo os fatos, aqueles possíveis, naturalmente.

E a palavra-chave é flexibilidade. As cooperativas têm que seguir atendendo as necessidades do quadro social e da comunidade, mas sempre considerando que poderão ter que enfrentar emergências e crises. Temos muitos projetos acontecendo e também estamos experimentando muitas mudanças em nossa estrutura organizacional, as quais, podem trazer novas perspectivas para o movimento cooperativo composto de jovens ansiosos por mudanças e pessoas mais experientes, cujo equilíbrio é facilmente entendido como necessário.

  “O que eu digo para essa nova geração?  Somos gratos a todos os jovens cooperadores. Vocês são parte da razão da nossa existência. O cooperativismo é feito por pessoas. Melhor ainda quando há jovens nos seus quadros, inclusive de lideranças. O movimento se fortalece com a união de gerações, quando o bem comum é o que se busca. As cooperativas não são a única forma de fazer economia pujante, mas como cooperados, temos que torná-las forte, com significado e expressivas. Seja em qual setor esteja presente, precisamos que sejam percebidas e façam parte das comunidades’’.

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