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Pediatra especializada em endocrinologia atua em Venda Nova

Pediatra especializada em endocrinologia atua em Venda Nova

Kátia Salazar fala da área médica que requer conhecimento pediátrico e de endocrinologia para diagnosticar e tratar disfunções hormonais do período neonatal até o final da adolescência

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A médica pediatra Kátia Salazar, que possui especialização em endocrinologia pediátrica, deixou a capital mineira para retornar à cidade onde cresceu e atuar profissionalmente. Ela, que atende os bebês, crianças e adolescentes, explica que a endocrinologia pediátrica é voltada para o diagnóstico e tratamento de distúrbios hormonais durante a infância e adolescência.

“A pediatria sempre me encantou desde a faculdade de medicina. Acompanhar o desenvolvimento de uma criança é algo muito prazeroso e presenciar sua recuperação durante um tratamento é muito gratificante”, ressalta Kátia. Após concluir a residência médica em pediatria ela se especializou em endocrinologia pediátrica.

Kátia explica que a endocrinologia pediátrica é a área médica que requer conhecimento pediátrico e de endocrinologia para diagnosticar e tratar disfunções hormonais, desde o período neonatal até o final da adolescência. “As alterações mais comuns consistem nos distúrbios do crescimento (baixa ou alta estatura), colesterol alto, obesidade infantil, diabetes, alterações na puberdade (puberdade precoce e atrasada), doenças de tireoide, da hipófise, da adrenal e do metabolismo ósseo, distúrbios da diferenciação sexual, dentre outras.  Além disso, a especialidade também engloba doenças congênitas como hiperplasia adrenal congênita e hipotireoidismo congênito que podem ser diagnosticados no teste do pezinho já nos primeiros dias de vida”.

A pediatria, além de exigir muito conhecimento técnico, também exige muita sensibilidade para lidar com a família nas ações preventivas e curativas, bem como nas orientações, que vão desde o aleitamento materno até o acompanhamento interdisciplinar tão necessário e importante na infância. 

“Nós, pediatras, somos os profissionais que acompanham o desenvolvimento do bebê desde o nascimento até o final da adolescência. Somos responsáveis pela formação de jovens adultos. Com a detecção precoce de doenças podemos curar ou realizar intervenções a fim de oferecer qualidade de vida para a criança, dando oportunidade para que ela tenha um bom desenvolvimento ao longo da vida”.

 

A Endocrinologia Pediátrica

De acordo com Kátia, a endocrinologia pediátrica é uma área de atuação relativamente nova e que vem recebendo cada vez mais destaque. Preocupações relacionadas às questões hormonais na infância e adolescência geralmente geram ansiedade e insegurança nos pais. “São inúmeras as condições que levam os pais a buscarem uma avaliação especializada da endocrinologia pediátrica sendo as mais comuns as alterações no crescimento, sobrepeso e obesidade, sinais de puberdade precoce, diabetes tipo 1 (dependentes de insulina), alteração nos hormônios da tireoide e no metabolismo ósseo.

 

Teste do pezinho, um importante aliado

O teste do pezinho tornou-se obrigatório em todo território nacional através do Programa de Triagem Neonatal a partir de 2013. O programa possui em seu escopo seis doenças, dentre elas o hipotireoidismo congênito-HC e a hiperplasia adrenal congênita -HAC (ou hiperplasia congênita da supra-renal). Ambas são consideradas doenças endocrinológicas que podem comprometer gravemente a vida das crianças quando não tratadas, podendo inclusive levar a óbito.

“A triagem neonatal já era incorporada, mas a partir deste período ficou obrigatória,  representando um enorme ganho para a criança e para a família, bem como para o sistema público de saúde”, pondera a pediatra.

O popular teste do pezinho deve ser realizado preferencialmente entre o terceiro e quinto dia de vida, podendo ser coletado até o sétimo. “Esse exame garante a detecção e tratamento do hipotireoidismo congênito prevenindo deficiência cognitiva’’.

 

Período neonatal

No período neonatal, o endocrinologista pediátrico frequentemente acompanha as anormalidades como diferenciação genital, hiperplasia adrenal congênita, hipoglicemias e hipotireoidismo congênito.

 

Puberdade precoce ou tardia

De forma natural, o início da puberdade deve acontecer entre 9 aos 14 anos em meninos e, 8 e 13 anos, em meninas. Qualquer alteração relacionada à puberdade antes ou após este período deve ser avaliada pelo profissional.

 

Baixa estatura

Um dos motivos das procuras mais frequentes ao especialista, a baixa estatura é definida como altura menor que menos dois desvios padrão para a idade e sexo. Assim, é essencial que o endocrinologista pediátrico faça a avaliação dessa criança para diagnosticar de forma correta esse possível distúrbio.

Estaturas abaixo do alvo genético, desaceleração e estagnação do crescimento também precisam ser avaliadas pelo especialista.

 

Hipotireoidismo

A tireoide é a glândula responsável pela função de inúmeros órgãos importantes, como rins, fígado, coração e cérebro devido à produção de hormônios indispensáveis para todas as idades. De forma geral, as doenças relacionadas a essa glândula são mais comuns no sexo feminino.

A avaliação da função da tireoide do bebê deve ser feita logo após o parto, pois pode-se nascer com o disfunção ou adquiri-la ao longo da vida.

O período em que essa condição apresenta maiores prejuízos é no neonatal, quando recebe o nome de hipotireoidismo congênito.

Uma vez que os hormônios da tireoide são fundamentais para o desenvolvimento do sistema nervoso da criança, essa condição deve ser diagnosticada o mais rápido possível. Por esse motivo, o teste do pezinho passou a incluir a dosagem do hormônio produzido pela glândula, possibilitando o diagnóstico e tratamento precoce da doença na tentativa de reduzir possíveis sequelas.

 

Obesidade e diabetes

Um dos maiores problemas que aparecem na pediatria atualmente é a obesidade.  Isso se intensificou durante a pandemia. Grande parte das crianças e adolescentes acima do peso também poderá desenvolver obesidade durante a vida adulta.

Além dos determinantes genéticos, elas costumam manter os mesmos erros  alimentares e sedentarismo (estilo de vida). O uso  excessivo de telas tem afastado as crianças da movimentação natural da idade.

Obesidade infantil é sempre um desafio para o profissional, pois é preciso educar os hábitos alimentares da criança e de toda família.

O ganho de peso excessivo durante a infância apresenta problemas múltiplos, do psicológico ao físico. Desde o risco de bulling até o de diabetes, hipertensão arterial e doenças cardíacas na fase adulta. Em pacientes com história familiar dessas doenças é necessária atenção especial.

 

Diabetes

Na infância, o mais comum é o diabetes tipo 1, que ocorre quando o pâncreas, por uma causa genética, para de produzir insulina. Por isso, o tratamento com uso de insulina é indispensável para a vida dessas crianças. O manejo clínico requer o acompanhamento de um especialista.

 

Quem é Kátia Salazar

Nascida em Alegre, Kátia Salazar cursou farmácia na Universidade Federal de Alfenas- Unifal/MG do ano de 2004/2 até 2009/2. Em seguida, fez vestibular para medicina e passou  na faculdade Multivix, em Vitória, iniciando o curso em 2010/1.

Quando foi aprovada, Kátia estudou minuciosamente o edital do Fies para pleitear o financiamento e assim conseguir se manter estudando. “Para ajudar nas despesas eu revendia Natura e bijuterias”.

No ano seguinte à aprovação, ela se casou com Tedesko Duda Deps Almeida, que foi transferido para trabalhar em Belo Horizonte. A necessidade de manter duas moradias aumentou as dificuldades financeiras para vivenciar este momento. Por esta razão, ela teve que ser criativa para aumentar sua renda.

No final do ano 2014 Kátia  se formou e, em janeiro de 2015, foi para Belo Horizonte e ficou um ano trabalhando em prontos-socorros e unidades de saúde. “Atuando como clínico geral, sempre tive preferência para o atendimento infantil”.

Em 2016, Kátia passou na residência em pediatria em São Paulo e novamente teve que morar longe do marido. “Tudo ia na contramão. Eu atuava de segunda à sexta-feira, viajava no sábado para Belo Horizonte e retornava no domingo. Foram quatro meses assim (morando em sistema de república com mais cinco amigos do esposo) até que Tedesko conseguiu transferência para São Paulo. No final de 2017, ele retornou para trabalhar em Belo Horizonte e eu continuei até concluir, em fevereiro de 2018”.

Depois que concluiu a residência, Kátia foi aprovada em endocrinologia pediátrica no Hospital das Clínicas em Belo Horizonte, da UFMG. Ela retornou então para a capital mineira.

Kátia concluiu sua segunda especialidade em fevereiro de 2020 e se tornou mãe em agosto de 2021. Em Belo Horizonte, atuou em endocrinologia pediátrica nos ambulatórios de dois grandes hospitais (Mater Dei e Vila da Serra), no Centro de Especialidade da Prefeitura de Belo Horizonte e em clínicas privadas (Baloar e Bem-me-quer. Esta última em Ouro Preto) e como pediatra geral nos prontos-socorros públicos e privados. Ela também atuou na linha de frente da Covid 19 em 2020.

No início deste ano, em busca de qualidade de vida e de novos projetos, o casal resolveu retornar para Venda Nova. Tedesko, que atua na área de tecnologia da informação de uma empresa norte-americana, faz trabalho remoto e é sócio de uma cervejaria artesanal, enquanto Kátia abriu seu consultório no Evoluir (um espaço interdisciplinar de atendimento infantil), atende no ambulatório do Hospital Padre Máximo e em Unidades Básicas de Atendimento do SUS do município. Ela, que concilia sua vida profissional com o desafio de ser mãe, relata que a maternidade lhe deu uma outra visão profissional. “Meu olhar mudou e, acredito, para melhor. Colocar no mundo, cuidar e desenvolver o potencial de uma criança é um grande desafio para os pais. Nós, profissionais da pediatria, estamos aqui para dar este suporte”.

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