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PEÇAS DE TABOA: o artesanato com matéria-prima natural que faz sucesso na decoração

PEÇAS DE TABOA: o artesanato com matéria-prima natural que faz sucesso na decoração

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Cestarias, sousplat e jogos americanos estão entre as peças que Adelaide Dela Costa, a Dê, produz em sua casa em Venda Nova. Com a matéria-prima que ela e o companheiro Damásio trazem do sítio na Fazenda Guandu, em Afonso Cláudio, ela deixa a criatividade conduzi-la e se realiza com o resultado desse trabalho.

“Deixei de trabalhar em escola para cuidar de meu pai, que já está idoso e precisa de atenção, e abri um atelier para dedicar meu tempo livre e me realizar em outra atividade”. Esse processo começou no início de 2021. “Sempre gostei de trabalhar com tecidos e logo no início do atelier fiz muitos jogos americanos, necessaires e jogos de aventais”.

Mas o desejo de Dê era trabalhar com matérias-primas naturais e biodegradáveis. E foi nessa procura que se deparou com o mundo das cestarias e se apaixonou. “Eu passei a pesquisar o modo de produção em vários tutoriais nas redes sociais, me encorajei e comprei uma máquina de costura semi-industrial que faz zig-zag, ponto necessário para unir as cordas de fibra natural. Pesquisei o uso de juta e de fibra de bananeira, dentre outros, mas percebi que os materiais não seriam viáveis naquele momento.

Em um final de semana, quando se ocupava nas atividades do sítio, ela observou as taboas no brejo, resolveu fazer novos testes e as incorporou com sucesso em suas produções. “Nosso sítio é o nosso refúgio, para onde vamos todos os finais de semana. Plantamos milho roxo, todos os tipos de frutas que são produtivas naquele clima e solo, assim como vários tubérculos. Perceber que a taboa era o que eu procurava para minhas cestarias foi um verdadeiro presente”.

A artesã explica que depois de colhidas, as taboas ficam secando por cerca de 12 dias. “Colhemos quase todos os finais de semana. Preciso deixa-las secando, mas somente o suficiente para preservarem a flexibilidade. Depois as armazeno e vou trabalhando com elas. Eu comecei fazendo peças menores e fui ousando aos poucos”.

Versáteis, as cestas produzidas pela Dê podem ser usadas para várias funções. Na cozinha, para colocar frutas, enquanto na sala, para deixar as mantas que aquecem pés e pernas no inverno. Também ficam lindas com vasos de plantas, na sala ou na varanda.

“Fazer cestaria é viciante. Eu gosto muito”, diz Dê, que administra os cuidados com o pai de forma que sobram boas horas para se dedicar ao artesanato. Eu me dedico de três a cinco horas por dia e, quando a demanda é muito grande, até mais tempo. Muitas pessoas descobriram as peças da Dê como ótimas opções para presentear e o último Natal foi de muitas encomendas. Devido à sua rotina, Dê investe pouco em pronta-entrega e prefere mesmo e fazer as peças sabendo para quem vai entrega-las.

Para Dê, produzir algo só faz sentido se essa atividade estiver conectada com a sua filosofia de vida. “Gosto do que vem da roça, pois lá é um lugar cheio de história. Quase tudo que eu e meu companheiro colhemos somos nós mesmos que plantamos e cuidamos. A taboa é um presente da natureza, que tratamos com deferência e gratidão”.

 

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