Parceria com o Sicoob possibilita projetos
Os benefícios diretos gerados pelas premiações dos concursos superam os investimentos
De forma especial, o movimento que envolveu os jovens hoje protagonistas, o Lapc e os projetos relacionados ao pós-colheita do Ifes campus Venda Nova trouxeram um frescor ao negócio cafés especiais. “Tudo convergiu quando o Sicoob resolveu acreditar. Em 2017 estávamos com o projeto para realizar o concurso Cup of Excellence em Venda Nova e fomos desafiados pelo Sicoob a incluir o conilon na pauta desse evento que trouxe provadores de diferentes partes do mundo para Venda Nova”, recorda-se Lucas.
Na ocasião, o provador Sílvio Leite fez uma apresentação e 15 pessoas (dentre provadores da Europa, Ásia, Estados Unidos e de outros países) foram conhecer a produção do Norte do Espírito Santo. “Dez meses depois, o conilon foi aceito como especiais pelo BSA. Esse reconhecimento se tornou um marco para o conilon capixaba”.
Lucas faz as contas dos recursos investidos e conclui que a venda dos lotes nos leilões internacionais dos concursos do primeiro colocado (Henrique Sloper/Domingos Martins) e do quarto (Josélio Meneguetti/Brejetuba) em 2017, somados a venda do primeiro (Luiz Ricardo Pimenta/Venda Nova), do quarto (Eduardo Tozi/Castelo) e do oitavo (Jeremias Braga/Afonso Cláudio) de 2020, rendeu à região mais do que o dobro do investimento do Sicoob nos projetos do Lapc.
“Esses três anos de investimento nos projetos foram mais do que compensados, se falarmos só dos benefícios diretos das vendas em questão. Todos são cooperados do Sicoob. Vários negócios foram gerados, como a exportação de um contêiner de café conilon por um produtor do Norte em 2018, graças a uma visita técnica”, explana Lucas.
Os bolsistas do Lapc e a capacitação dos produtores
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É interessante destacar que os bolsistas do Lapc vivenciaram todo esse movimento, atuando como voluntários junto aos provadores internacionais nos concursos (2017 e 2019 no Ifes Venda Nova), observando o que eles faziam, além de participarem de toda a logística dos concursos. Vários deles se tornaram provadores em condições de atuar internacionalmente. “Esses meninos participaram de tudo isso, fazendo parte de cada passo dado, sabendo dos recursos disponíveis e do que ainda faltava para transformar projetos em realidade”, disse ao reconhecer que o campus de Venda Nova do Ifes se transformou em um grande celeiro de formação de provadores de cafés especiais e capacitador de jovens produtores.
Com foco em capacitar os produtores da região, o Ifes iniciou o projeto de criação do Lapc em 2014, com o professor Lucas Louzada. Ele era recém-chegado ao campus local e deu sequência à profissão que exercia no setor privado como provador, buscando atender a comunidade e treinar alunos para a prática de análise sensorial e produção de cafés especiais.
Lucas relata que tudo nasceu de forma muito simples, fruto de parcerias para aquisição dos equipamentos para a montagem do Laboratório. “Com o passar dos anos, o projeto ganhou força e robustez em relação à comunidade científica, dada a notoriedade junto ao território e ao lastro de produção científica dos pesquisadores que hoje atuam junto ao Lapc”.
O docente considera a vitória do café do irmão de Luiz Henrique Pimenta uma grande surpresa e uma prova dessa conexão entre a vida acadêmica e a comunidade. “Luiz aprendeu no Ifes um pouco de cada fase da cadeia produtiva e está pronto para uma história muito bonita. Com certeza, ele contribuiu para a conquista desse prêmio da família, pois conhece as nuanças de um concurso tão exigente”.
“Para nós, é uma realização ver o que foi aplicado na vivência acadêmica refletir de forma tão positiva na vida destes egressos, que estão conseguindo empreender, ousar e realizar coisas grandes com a produção de especiais”.