Português (Brasil)

OPORTUNIDADES para gerar sustentabilidade no campo

OPORTUNIDADES para gerar sustentabilidade no campo

Nossos jovens só vão permanecer no meio rural se as novas oportunidades forem construídas. Pedro Rigo, superintende do Sebrae ES, está entusiasmado com as possibilidades de geração de renda a partir da criação e das inovações nos negócios já existentes, que vão alicerçar a sucessão familiar. O projeto voltado para o turismo de experiência, lançado durante a RuraltuES, veio para atender a uma nova demanda do mercado e ampliar os horizontes das propriedades e dos empreendimentos turísticos

Compartilhe este conteúdo:
‘‘A RuralturES é uma feira que representa a força do Agroturismo Capixaba. Além
de exposições das potencialidades dos empreendimentos rurais em suas diferentes
manifestações culturais e diversidades de produtos, esta RuralturES vai apresentar
para o público uma nova vertente do Agroturismo, o turismo de experiência. Nesta
oportunidade, o Sebrae irá lançar produtos elaborados para que o turista viva a
experiência rural de uma forma real e acolhedora. Realizar a RuralturES é sim
uma construção coletiva que envolve parceiros institucionais e empreendedores
rurais, na sua mais esplêndida manifestação de negócios que é possível". 
Superintendente do Sebrae/ES, Pedro Rigo

Num pós-pandemia, qual é o objetivo principal da RuralturES?

Precisamos primeiro relembrar a importância do papel da Ruraltur, se-diada por Venda Nova em 2019, promovida em parceria com o Sebrae da Paraíba, que nos permitiu agora promover o evento no Espírito Santo.

Com o resultado positivo, vimos que não deveríamos parar na nacional e o Sebrae da Paraíba nos permitiu usar como RuraltureES e fazer uma edição capixaba.

Quanto à atual conjuntura, precisamos aquecer novamente o importante agroturismo, e de forma mais abrangente, o turismo rural. Trata-se de uma região vocacional e precisa tornar as atividades mais profissionais, voltadas mais para os negócios. É isso que precisa.

Passamos por um momento importante, que é a valorização do turismo local. As pessoas estão viajando menos para longe e estados como o do Rio de Janeiro e o de Minas Gerais, que formam o nosso público, estão procurando mais nossa região como destino e querem um turismo diferente, não só passeio e compra de produtos: querem viver as experiências.

Nada melhor do que as Montanhas, com a prática do agroturismo e o que já vivenciamos no passado. Resgatar com mais força e colocar outras oportunidades com esse novo produto, que é o turismo de experiência. Clamamos por tudo isso. E integração de toda região do Espírito Santo, que esse modelo se fortaleça e gere empregos a todos do campo. É nossa preocupação mostrar que a sucessão familiar está alicerçada nessas novas oportunidades.

 

Essa feira é ainda maior do que a anterior, de cunho nacional, que foi feita em 2019. Qual o motivo dessa ampliação?

Pela necessidade de fato em ter espaço para mostrar toda potencialidade da região e o Espírito Santo. A região é berço do agroturismo, mas precisamos que outros Municípios da região e do Estado apostem e invistam na atividade. A Feira é uma vitrine e mostra um conteúdo qualificado não somente para o turista, quanto também para o empreendedor, para se motivar. O turista vai entender os novos destinos e o visitante local vai conhecer e se apropriar.

 

A região faz parte de um plano piloto do Sebrae ES sobre turismo de experiência. Qual é a proposta do Sebrae para este setor?

É uma demanda de mercado: o visitante quer viver experiência no turismo. Não adianta só vender o chope, pois as pessoas querem saber quem produz e qual a história daquele empreendimento e o que deu origem aquele produto. Com o café é a mesma coisa. No caso da experiência e da cultura tropeira, queremos transformar em produto os serviços que os envolvidos já prestam. O papel do Sebrae é formatar uma metodologia para o empreendedor ter um caminho a seguir, se organizar e precificar seu produto, sempre respeitando as características que o dão personalidade. É partir do entendimento de que história e cultura também se vende.

 

 

O que foi percebido nesse período de preparo destes roteiros?

Um retorno muito positivo. Muitos tinham vontade, mas não possuíam conhecimento e técnica para se encorajar. Com apoio e consultoria, o retorno é de muita satisfação, pois o empreendedor tem mais confiança pelo produto preparado.  É fundamental que essa primeira entrega seja bem trabalhada para criar uma marca positiva. Com a técnica e dentro da metodologia, isso é possível. 

 

Como os empreendimentos interessados a partir de agora poderão incorporar suas atividades ao Turismo de Experiência?

Essa é a intenção. Que todas as propriedades de café especiais e cervejarias de todo o Estado que desejem vender experiência procure o Sebrae, que estará à disposição para receber os pedidos de consultoria. A intenção é disseminar a consultoria e multiplicar as ofertas turísticas. 

Já para os setores na região e do Estado, o Sebrae vai ter que preparar outras metodologias, que serão formatadas de acordo com a realidade e com cada seguimento. Este é o projeto piloto, que já está estimulando isso. O Sebrae vai buscar o que existe hoje e vai transformar num produto.

 

 

E o que dizer dessas três vertentes: café, cerveja e cavalgada?

O grande desafio é a vertente da cavalgada. É um produto mais melindroso, pois exige segurança e equipamentos adequados. Essa experiência primeira no Celso Oliveira vai exigir acompanhamento mais minucioso. Já têm outras propriedades pedindo consultoria, pois é uma necessidade da região. Esse primeiro produto é o maior desafio.

Ainda sobre as cavalgadas, trata-se de uma grande oportunidade. A atividade é rica na região... Ibatiba é a 'Capital do Tropeiro', tem museu... Será importante transformar todos esses movimentos, fazer esse resgate cultural da expedição tropeira, que tem um trabalho fantástico, e transformar em negócio. Quem tem animais para lazer, passa a ter para negócios, principalmente porque existe esse carimbo forte da expedição.

Na sequência, o segundo grau de dificuldade é o café especial, ao incluir incursões pelos plantios, matas e terreiros. Já o de cervejaria é mais tranquilo. Vamos propor eventos testes nos três setores, que a partir da RuralturES terão um roteiro oficialmente reconhecido, com uma estratégia de marketing para alavancar os empreendimentos e o conceito do turismo de experiência que, por certo, trarão mais turistas para a região.

Compartilhe este conteúdo: