O professor Lucas Louzada Pereira e a doutoranda Taís Rizo Moreira exibem o resultado do projeto que envolveu autores de diferentes partes do mundo.

Um exemplar do lançamento da Springer Nature já chegou até as mãos do professor Lucas Louzada Pereira que, ao lado da doutoranda  Taís Rizo Moreira, fez uma postagem no último dia 12, comemorando a chegada da publicação, antes só disponível online.

“Poderíamos ter escolhido um lugar diferente para divulgar, mas escolhemos nosso cotidiano, pois é aqui que construímos e realizamos vários sonhos”, disse o professor sobre a foto feita no deck do Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento de Café- Lapc, no campus do Ifes Venda Nova do Imigrante.

“Trata-se de uma obra ousada e moderna, que apresenta uma nova perspectiva sobre a produção de cafés especiais com elevado padrão de qualidade. Agradecemos a todos os colaboradores, coautores e pessoas que nos ajudaram, especialmente os familiares que acompanham nossa caminhada”.  Louzada estende os agradecimentos a todos da sua equipe e dedica a obra aos produtores de café do Brasil e às inúmeras pessoas que colaboram as investigações científicas e com o trabalho de sua equipe.

A publicação é resultado de um projeto com duração de 48 meses, que envolveu escritores da Ásia (China e Japão) e da Rússia, além de muitos pesquisadores de diversas universidades do Brasil. Nessa primeira edição a obra versa do pós-colheita às tendências de mercado internacional. De acordo com Louzada, “a publicação foca principalmente a parte de fermentação, microbiologia, bioquímica, química do café, processos de torra e análise sensorial, além de um cenário microclimático para a cafeicultura do Espírito Santo e como isso poderá nos afetar nos próximos anos, se medidas não forem mitigadas”.

Em inglês

Publicado somente no idioma inglês, o livro deve ganhar uma versão em português. Pelo menos esse é o plano do professor Lucas para 2022. “Já para 2023, pretendemos ampliar e revisar, tendo em vista a dinâmica das pesquisas e das tecnologias no ramo da cafeicultura. No entanto, isso não depende somente de mim”.

A publicação lançada no final do ano passado já reverbera no meio, o que tem rendido um grande número de consultas e busca de informações por diferentes partes do mundo.

“Fizemos uma abordagem inovadora para toda a cadeia, demonstrando o que o mundo ainda não conhecia.      Quando falamos em qualidade, falamos do conceito do cotidiano de algo não acessível para quem mora fora do Brasil”, disse sobre as práticas brasileiras no pós-colheita. Um exemplo é a classificação física e sensorial, que são protocolos de rotina no Brasil. “Muitos estão me escrevendo para dizer que não conheciam essas práticas”.

Tanto o livro como outras publicações do professor e também dos atuais e ex-alunos têm rendido uma grande procura ao Lapc por informações em relação à cafeicultura. A demanda vem de diferentes países e Lucas atribui ao grande interesse dos alunos pela pesquisa, que geram produção de conhecimento que, publicados, alcançam o mundo.

Como a coordenação dele e do professor Aldemar Polonini é baseada no incentivo e na liberdade de escolha dos temas, todos os alunos fazem uma entrega total. “Cito a publicação do então ex-aluno Dério Briosch Júnior sobre Maceração Carbônica - Microbial fermentation affects sensorial, chemical, and microbial profile of coffee under carbonic maceration, publicado na Food Chemistry, uma das mais respeitadas revistas de comunicação científica da química de alimentos do mundo.

‘’A qualidade causou surpresa em pessoas fora do país que acreditavam se tratar de uma tese de doutorado e não de uma publicação de um graduando”, finaliza Lucas.