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Loteamento Olímpio Perim: Um legado de um homem progressista e à frente de seu tempo

Loteamento Olímpio Perim: Um legado de um homem progressista e à frente de seu tempo

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Por volta de 1954, quando a sociedade entre os herdeiros de Domingos Perim se desfez, Olímpio Perim ficou com a Casa Perim. Ele sempre atuou no comércio, mas gostava mesmo era de desenvolver ações que colocassem a então vila de Venda Nova para frente. Pela sua trajetória, que traz inúmeros outros feitos, sua importância foi reconhecida em vida publicamente.

Como construtor, ele executou projetos dos quais sempre se orgulhou, como a atual Igreja Matriz, erguida ao lado da antiga. Olímpio ficou 21 anos à frente da Comissão da Igreja. E foi esta sua atuação que o levou a assumir a obra idealizada por padre Cleto e até hoje considerada moderna.

Ele relatava que as famílias de Venda Nova não tinham hábito de vender terrenos e ele viu na venda de alguns lotes no Centro uma forma de alavancar o comércio e fazer o lugar progredir. “Tinha muita gente boa vindo para cá”.

A abertura regular da Avenida Domingos Perim fez o antigo casarão onde morava e mantinha o comércio no térreo ficar avançado na via. Olímpio resolveu então fazer uma ampla e moderna casa- onde mora a viúva Haydê Feitosa Perim, bem ao lado da antiga. A Loja passou para o terreno em frente e o casarão foi demolido, deixando espaço para um estacionamento.

Olímpio relatava que Venda Nova teve um arranco tão rápido como poucos lugares da região. “Isso foi a partir de 1970, com a abertura da BR-262. Eu percebi que para o lugar crescer era preciso ter pontos e casas para receber bem quem quisesse investir em Venda Nova”.

 

Espírito de João de Barro

Assim como o sonho de fazer o loteamento, seu lado construtor era muito forte. A experiência como dono da Casa Perim favorecia o trabalho dele, que conhecia bem os materiais e como e em quais condições utilizá-los para apresentar o melhor resultado na obra.

Na ocasião em que os irmãos ainda eram sócios, ele, Deolindo e Vicente compravam muitas novidades para a loja. “Levávamos café, feijão e madeira para o Rio de Janeiro e trazíamos sal, arroz e carne seca, além de tecidos, calçados e chapéus. Aos poucos fomos introduzindo material de construção”.

Olímpio Perim também foi convocado pela comunidade e se elegeu vereador, representando o lugar na Câmara de Castelo, chegando a exercer a presidência. Na ocasião chegou a substituir o então prefeito, Zezito Vivácqua por alguns meses. Como contrapartida, ele condicionou a ocupação do cargo ao atendimento de várias demandas da então vila de Venda Nova.

Ele aproveitou a oportunidade para deslocar uma grande equipe de funcionários e maquinários de Castelo para Venda Nova e realizou muitas obras públicas, como pontes, abertura de ruas, manutenção de estradas, reforma de escolas, dentre outros benefícios.

 

O loteamento

Como herança, além da loja, Olímpio ficou com o sítio de 269 ha, localizado na estrada para Castelo. Na época, parecia longe da Vila. O lugar já tinha servido para experiência com plantio de trigo na década de 30 e o Estado fez vários testes de cultivo, como o de tomates e de batata semente.

Com a expansão urbana cada vez mais acelerada, principalmente nas duas últimas décadas, Olímpio fortaleceu a ideia de tornar esse terreno precioso em um loteamento de alto padrão. Enquanto isso não acontecia, ele fez várias edificações em Venda Nova.

Entre 2006 e 2007, a família começou o projeto do loteamento pelo processo de licenciamento ambiental, sendo o pioneiro na Prefeitura Municipal, quando o município passou a ter esta prerrogativa.

Com lotes que variam de 300 a 1.500 metros quadrados (dependendo da declividade do terreno), o loteamento conta com ruas largas (8 a 11 metros) e com passeio de dois metros de largura.

Dentro da filosofia progressista do patriarca, a administração do lote implantou uma Área de Preservação Permanente (APP), que ocupa 42.698,89m³, 19,27% do Loteamento, com várias arvores nativas. Todas as encostas e passeios estão gramados e as ruas foram arborizadas em árvores floríferas, sendo que as espécies nomeiam a maioria das vias.

O projeto hidrossanitário foi executado pela Providência e se tornou patrimônio da Cesan, concessionária que o recebeu em forma de doação e que se tornou a responsável por abastecer os moradores com água tratada e por colher e tratar o esgoto.

A Providência concluiu o projeto elétrico (já implantou postes, cabeamento e iluminação), que é operado pela Escelsa.  Já o projeto de drenagem foi todo executado e entregue para a Prefeitura. Todo Loteamento está manilhado obedecendo estudo de vazão das águas, de acordo com as normas e aprovado pela Prefeitura.

 

 

 

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