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Hospital Padre Máximo readequa e amplia Pronto-Socorro

Hospital Padre Máximo readequa e amplia Pronto-Socorro

Dentro das inovações, funcionam uma sala de observação pediátrica e outra de medicação de adultos

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Na manhã do dia 4 de março último, o Hospital Padre Máximo, de Venda Nova, fez uma solenidade de apresentação das instalações reformadas e ampliadas do seu Pronto-Socorro, que passou a receber os usuários daquela instituição na segunda-feira seguinte, dia 7.

Dentro de um projeto maior, onde está incluído o acesso ao Hospital pelo seu outro lado, o PS ficou ainda mais na extremidade oposta, onde originalmente funcionava. O projeto de readequação reaproveitou os espaços existentes para expandir, transformando a recepção da Unimed (que passou a funcionar no acesso anterior do PS), a lavanderia e o vestiário, no novo espaço de PS. A nova recepção tem agora uma sala de observação pediátrica, outra de medicação de adultos e outra de classificação de riscos, além de dois banheiros, um com trocador para crianças (fraldário) e outro totalmente acessível, para cadeirantes.

Com esse novo espaço físico - que foi construído graças ao apoio da Unimed Sul Capixaba e da doação de vários empresários e profissionais da região, o Hospital espera acolher melhor os pacientes que procuram a unidade para atendimento de urgência e emergência.  Manter o atendimento do Pronto-Socorro é um dos maiores desafios do Hospital Padre Máximo, que tem ali um dos maiores gargalos financeiros da instituição.

O município de Venda Nova, como não possui PA (Pronto Atendimento), contratualiza há anos o serviço com o HPM. Para a manutenção do PS, a instituição também mantém contrato com o Estado (Sesa), além de receber verbas federais, também para esta finalidade. No entanto, no modelo “Porta Aberta”, recebe pacientes de toda região e também os transeuntes das rodovias BR-262, ES-166 e ES-472, logo, a demanda é crescente ao longo dos anos, e junto com esta, as despesas, dificultando o equilíbrio econômico da instituição.

Com o custo mensal elevado, o PS é o grande gargalo ao funcionar como urgência e emergência e não receber os repasses por pacientes atendidos, por procedimentos executados. Mesmo com essa situação, o HPM mantém um clínico durante 24 horas, outra mudança recente, é a contratação de um segundo clínico durante seis horas (de segunda a sexta-feira, no período da tarde). Além disso, na equipe há um pediatra presencial durante 12 horas (diurnas), mantendo sobreaviso noturno, um ortopedista por seis horas (período da tarde) e, na retaguarda, um cirurgião presencial durante 12 horas (diurno) com sobreaviso durante a noite e aos finais de semana. O hospital também mantém o serviço de obstetrícia presencial 24 horas, sem contar as equipes de enfermagem, farmácia, recepção e outros.

“Todos esses profissionais têm que ser mantidos, independente da demanda no Pronto-Socorro. No entanto, quando há um grande movimento, embora haja desejo e necessidade, não podemos aumentar o número de profissionais, visto que não há disponibilidade de recursos. Muitas vezes, quando é possível, e há muitas emergências, algum médico de plantão, de outra especialidade, desce para ajudar nos atendimentos, e minimizar a situação. O ideal seria que tivéssemos pelo menos dois médicos de plantão 12 ou 24 horas, mas mal temos condições de manter esse atual quadro”, explica Esla Lessa Borba, diretora geral do HPM.

“As contas do Hospital são apoiadas com a receita gerada pelo ambulatório, que conta com 32 profissionais de diferentes especialidades, as cirurgias eletivas (convênios e particulares), as verbas provenientes das emendas parlamentares e as campanhas de doações. Doações de alimentos, as rouparias produzidas pela Associação das Voluntárias Pró-Hospital Padre Máximo, dentre outras iniciativas, fazem com que o Hospital continue funcionando, mesmo com toda dificuldade que as pendências financeiras proporcionam”, reitera Esla.

 

Obra e acolhimento

A obra que aprimorou a estrutura de atendimento no Pronto-Socorro melhorou o acolhimento e, pela sua arquitetura, deixou mais eficiente o fluxo dos profissionais e dos pacientes. A diretora explica que “a distribuição dos espaços deu mais agilidade aos profissionais, agilizou o fluxo interno e proporcionou mais conforto e acolhimento”.

Voltando à necessidade do aumento de profissionais no Pronto-Socorro, Esla lembra que quando chega uma ambulância, o único médico de plantão precisa parar de atender os pacientes triados para socorrer os graves, em situação de risco de morte, como as vítimas de AVC, traumatismos graves, infarto, dentre outros. “Essas paralisações no atendimento geralmente geram insatisfações e críticas entre os pacientes que estão aguardando, muitas vezes sentidos dores também. Muitos não entendem que estamos fazendo o melhor possível, com as condições que temos. Reconhecemos nossas fragilidade e desafios, mas não podemos parar”.

 

Campanhas

Apesar de sempre sensibilizados com as campanhas promovidas pelo hospital, muitos não entendem que as doações geradas nesses momentos são para determinados fins: reformas, ampliações, modernizações e outros. Esses recursos quase nunca são para o custeio, onde estão englobadas despesas diversas com manutenção de equipamentos, veículos, gerador, serviços de dedetização, controle de qualidade da água, a aquisição dos materiais e medicamentos, custeio de gases medicinais, pagamento de energia e água, insumos de higienização e lavanderia e com a mão de obra (médicos, enfermeiros, farmacêuticos, nutricionistas, psicóloga, assistente social, dentre outros).

Para buscar recursos ou para minimizar os custos, o Hospital conta com o apoio das Voluntárias (rouparias, reparos e até alguns equipamentos), com parcerias, doações de empresários, pessoas físicas e também com campanhas de doações. Em forma de dinheiro, parte desses recursos chegam via doações em contas de energia, doações através das caixinhas distribuídas nas recepções do hospital e nos comércios parceiros, doação da Festa da Polenta e do sorteio anual com a realização da Domingueira.

No dia a dia, várias ações voluntárias ajudam o Hospital manter o funcionamento. Muitos produtores e donos de comércio doam alimentos. Mesmo assim, o hospital se mantém proativo na busca constante de apoio.

Marcos Antônio Tonole Dalfior, motorista do Hospital Padre Máximo há cinco anos, sempre que está com o tempo mais livre se dedica, por conta própria, a fazer esse movimento. “Nas horas vagas, procuro manter contato com diversas pessoas e empresas. Sempre sou bem recebido pelos empresários. Durante a conversa, consigo mostrar a necessidade e logo em seguida recebo a doação”.

Marcos explica que faz isso tudo, voluntariamente, por ver a necessidade das pessoas em ter um ambiente hospitalar de boa qualidade e por acreditar que é possível melhorar cada dia mais. “Penso que não é o hospital que precisa de mim e sim eu que preciso do hospital. Eu tenho muita gratidão a todos que ajudaram e ajudam a manter as portas do nosso hospital sempre abertas. Cresci com pessoas que tinham o espírito de ajudar o próximo. Sempre fui voluntário em diversos eventos da cidade, principalmente da Festa da Polenta, aonde tive como exemplo de voluntário o saudoso Padre Cleto”.

 

Porta de entrada

Para o presidente, Cleto Venturim, uma instituição fundada há 64 anos merece uma porta de entrada capaz de gerar uma boa impressão, embora a importância fundamental esteja no bom atendimento. “Até há pouco tempo, a entrada era a mesma. Fizemos um reposicionamento há alguns anos e agora melhoramos a recepção”.

O presidente continua sonhando com novos investimentos, mas se diz realizado em ir promovendo à medida que consolida novas parcerias e ganha apoios importantes, como o deputado federal Evair Vieira de Melo e do prefeito Paulinho Mineti. Cleto reforça que “embora não tenhamos feito toda a modernização que gostaríamos, acreditamos que com estas ampliações na nova recepção, vamos melhorando o primeiro impacto e oferecemos aos pacientes um ambiente melhor na chegada”.

A nova estrutura também oferece mais conforto, principalmente aos pacientes que estão aguardando a evolução do quadro. “Em caso de atendimentos mais simples, com rápida resolução, o paciente é acomodado nas poltronas, recebe medicamentos e é liberado. Ele também tem mais conforto para aguardar a internação ou transferência, dependendo de cada caso, sendo acomodado nos leitos”.

Para Cleto, um dos maiores ganhos foi separar a pediatria do atendimento ao adulto. “Até então era tudo misturado, crianças e adultos, devido à falta de espaço. Essas alterações foram muito importantes, pois além de exigir um olhar diferente, as crianças agora têm um ambiente mais apropriado. Estamos felizes com essas entregas”.

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