A fibromialgia (FM) é uma síndrome caracterizada por dor musculoesquelética crônica e difusa no corpo humano. As dores são incapacitantes, deixando os pacientes impossibilitados de executar qualquer tipo de atividade da vida diária ou profissional. Ela não tem causa definida. Aceita-se que vários fatores podem estar associados ao aparecimento da FM, a maioria deles relacionados a uma disfunção do sistema nervoso.

Estudos reumatológicos (WOLFE, 1990) apontam que para diagnóstico da fibromialgia deve se considerar o histórico de dor bilateral em membros superiores, inferiores e na espinha dorsal por pelo menos meses consecutivos associado a um excesso de sensibilidade à dor em 18 pontos específicos do corpo humano (destacados na figura). 

A imagem é de uma mulher por ser este grupo de pessoas (principalmente com idade de 35 a 60 anos) mais acometido pela FM do que os homens (HAUSER et al, 2010; ANG et al, 2011; CAVALCANTE et al, 2006).

Outros sintomas podem ser: rigidez dos músculos e articulações; redução da força e resistência muscular; intolerância a posição ortostática (em pé); intolerância ao frio; fadiga; distúrbios do sono, ansiedade, depressão, dor de cabeça e disfunção intestinal.

E mais uma vez o exercício físico aparece para ajudar no tratamento de uma patologia. Inúmeros trabalhos (GAVI 2014; BUSH 2011; ELLINGSON 2012; VALIM 2003; BUSH 2005; HURLEY 2011; HAUSER, 2010; JONES 2002; HAKKINEN 2001; VALKEINEN 2005; HOOTEN 2012; KINGSLEY 2005; MAQUET 2007; OFFENBAECHER 99) comprovam isso.

É possível encontrar na literatura bons resultados no que diz respeito à diminuição das dores em pacientes com FM que praticavam tanto atividades aeróbias como treinamento resistido como exercícios de flexibilidade. ASSUMPÇÃO (2017), por exemplo, apontou que em pessoas fibromiálgicas exercícios de flexibilidade podem melhorar a qualidade de vida e a musculação foi eficaz em reduzir sintomas de depressão. O foco do treinamento deve ser tornar o organismo (tanto a nível cardíaco como principalmente a nível muscular e articular) mais eficiente para execução de movimentos simples. Para REBUTINI et al, (2013) “Os benefícios de manter os músculos fortes é proporcionar aos pacientes com FM uma condição muscular à qual determine um menor esforço para a execução de tarefas diárias gerando menos fadiga e menos dor, inclusive em repouso”. Pense comigo: 1 - precisamos solicitar uma cadeia enorme de músculos para mantermo-nos na posição em pé (posição básica e extremamente funcional); 2 - a fibromialgia atinge principalmente esses músculos posturais. Concluímos que um paciente acometido pela FM conseguirá permanecer pouco tempo nesta posição devido às dores. Mas se os mesmos músculos estiverem mais fortes eles se tornarão menos suscetíveis a fadigar nesta posição, ou para executar qualquer tipo de atividade cotidiana.

Mas assim como qualquer medicamento, é preciso saber “dosar” a quantidade de exercício físico para não extrapolar limites e piorar a situação.

Dudu Altoé

Personal Trainer

CREF.: 002126-G/ES