Nos finais de tarde de inverno o dia começa a escurecer cedo e as luzes das barracas conferem um tom bucólico e de aconchego. O visual colorido das verduras e frutas fazem lembrar a beleza e a simplicidade da vida.

Nos finais das tardes de sexta-feira a Feira Livre do Produtor Rural de Venda Nova tem sido uma ótima opção de programação. Além de oferecer verduras frescas, frutas da estação, biscoitos, bolos, pães, geleias e inúmeros outros itens da agroindústria, o lugar é ponto de encontro entre os moradores e uma excelente oportunidade do visitante interagir com a comunidade local.

As mesas e cadeiras perto da barraca de pastel com caldo de cana convidam para uma paradinha e um bate papo.  Além da possibilidade de se integrar com os moradores locais, a relação amistosa com os produtores/expositores rendem uma visita posterior às propriedades e boas amizades.

Nada mais perto da realidade brasileira do que conhecer pessoalmente a família que cultiva aquela vistosa e deliciosa rúcula.  Muitos passam na propriedade, conhecem o modo de produção e muitas vezes se envolvem na rotina da família visitada. E esse entusiasmo de visitantes e moradores tem sido um estímulo a mais para as novas gerações assumirem os postos dos pais, ficando na propriedade cuidando dos cultivos e das produções caseiras.

Por isso é muito comum encontrar jovens entre os feirantes, o que confere vigor a uma atividade tão importante e que forma a base da economia e da vida social como um todo no país. A  Associação da Feira Livre da Agricultura Familiar é tudo isso e muito mais.

De acordo com Mariana Zandonadi Bissoli, presidente da Associação da Feira, são 30 barracas distribuídas ao longo da rua, especialmente fechada para o trânsito nas horas das vendas. O visitante pode ziguezaguear entre um lado e o outro ou simplesmente visitar uma lateral e depois a outra, visitando e conhecendo todas as possibilidades de deliciosas, saudáveis e justas compras.

Justas também, podemos dizer, todos os feirantes produzem seus alimentos dentro das regras de concessão do alvará sanitário, têm bloco de produtor ou outra documentação que regulariza a sua atividade específica. “Dessa forma, além de produzir renda para as famílias, as atividades geram arrecadação de impostos para o Município”, salienta Mariana.

A Feira Livre da Agricultura Familiar de Venda Nova traz o que de mais original representa a cultura da família rural local, assim como seus produtos retratam toda evolução pela qual passou e se propõe a absorver. Para participar, o produtor precisa produzir 70% do que leva para a banca, sendo que os 30% restantes têm que ser de algum produtor local. Já os alimentos da agroindústria devem ser 100% originais.

Verduras limpas, alimentos processados de forma caseira e pelas agroindústrias, além de diversos alimentos processados, são oferecidos em pequenas porções  para um público hoje formado por famílias menores. “Bandejas com mix de folhas e temperos verdes picados, por exemplo, ajudam o preparo do alimento das pessoas que não têm tempo e que querem se alimentar em casa. A oferta de pequenas porções de bolos e tortas, por exemplo, está dentro dessa mesma tendência”, explica Mariana.

Além do pastel em vários sabores, várias barracas oferecem pratos prontos para serem consumidos na hora ou levados para casa, como os caldos. Alimentos especiais para diabéticos e para quem faz regime estão entre as ofertas e podem ser encomendados para serem entregues nas semanas seguintes. “Vamos conhecendo a necessidade dos frequentadores e também o que podemos oferecer, assim atendemos as demandas e fidelizamos o cliente”, diz Katiane Monteverde Falqueto, tesoureira da associação dos feirantes.

Atualmente a Feira está elaborando o Plano de Gestão, que faz parte da primeira fase do Projeto Mais Gestão, do Governo do Estado, através do Incaper. São dois anos de projeto que irá liberar verba para capacitação dos feirantes visando garantir sustentabilidade e vida longa para a Feira.