Exercícios físicos para crianças e adolescentes
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As medidas de distanciamento e isolamento, essenciais neste momento de pandemia, trouxeram à tona uma discussão sobre a importância de movimentar o corpo. E dentre os grupos que mais “sentem” falta desse movimento estão também as crianças e adolescentes.
Sem contar o déficit cognitivo que eles estão sofrendo, já que quanto menor a idade mais importante se torna o corpo como ferramenta de aprendizagem e é na interação deste com o meio que a criança se desenvolve.
Mas o foco deste texto será em destacar o movimento corporal como meio de promover saúde.
A pandemia paralisou espaços coletivos como os centros de lazer, as Escolinhas, as praças, as academias e as aulas de educação física escolar e elas acabaram substituídas por aulas ‘online’ em frente ao computador e smartphones, excesso de jogos eletrônicos, e televisão. Em resumo, o movimento foi substituído pela inércia.
Se observarmos pesquisas anteriores à pandemia isso pode ser ainda mais grave. Por exemplo, um grupo de pesquisas liderado por GUTHOLD (2019) já apontava para um aumento considerável do sedentarismo entre adolescentes (11 a 17 anos) em comparação com décadas anteriores.
Outra pesquisa, CANABRAVA (2019), mostrou que o tempo sedentário elevado já estava associado ao aumento de fatores de risco cardiovascular.
E para concluir a linha de raciocínio cito ROSCHEL (2021) em um estudo que considerou o isolamento pela pandemia do covid 19 e apontou que dos adolescentes pesquisados 87% disseram que aumentaram o tempo frente às telas e que mais da metade deles (cerca de 56%) relataram passar mais de 6 horas por dia em atividades sedentárias.
Sim, já havia muito sedentarismo antes mesmo da pandemia e ele aumentou com ela.
Soma-se a isso a energia acumulada e teremos adolescentes e crianças literalmente nervosos o que aumenta o impacto negativo do sedentarismo na saúde deste grupo.
Se o movimentar-se já era preconizado anteriormente como meio de extravasar energia, como excelente meio de socialização, como ferramenta de aprendizagem, como meio de promover e divulgar cultura de um povo, agora com a pandemia isso ficou ainda mais evidente.
Manter o corpo em movimento deve ser preconizado como meio de manter e melhorar a saúde também deste público específico.
ORTEGA (2012), por exemplo, em um estudo longitudinal, observou que crianças que praticavam exercícios físicos diminuíram em 30% as chances de morte prematura e de suicídios e em 65% a necessidade de diagnósticos psiquiátricos.
Inclusive alguns mitos como a musculação ser proibida para adolescentes e crianças já caíram por terra. (ASSUNÇÃO 2016) concluiu que é uma modalidade extremamente segura (quando bem orientada por um profissional) e tão eficaz quanto qualquer outra modalidade. Inclusive o antigo mito que músculos desenvolvidos podiam “frear” o crescimento ósseo já está mais que ultrapassado. Se bem orientado o exercício promoverá melhor simetria e funcionalidade ao corpo, inclusive ajudando no controle das variações hormonais e humorais típicas desta faixa etária.
Devemos estimular o exercício físico em qualquer forma e/ou modalidade, principalmente nessa fase da vida para que as crianças e adolescentes cheguem a idade adulta com o hábito saudável de praticá-los com frequência. Se esse comportamento for criado e incentivado nestas faixas etárias as chances dele permanecer por toda vida aumentarão juntamente com os níveis de saúde da sociedade em geral.
Dudu Altoé
Personal Trainer
CREF.: 002126-G/ES
Especialista em treinamento físico para grupos especiais
(28) 9 9939-9260
@altoedudu