Especial MORADIA e CONSTRUÇÃO - EMÍLIO Caliman- A arquitetura que agrega valor: ao produto, ao ambiente, ao indivíduo e ao coletivo
Arquiteto vendanovense vê relação direta da atuação dos profissionais com o modo de desenvolvimento local e regional. Ele também acredita que a conexão com outros ambientes possibilita uma influência saudável ao proporcionar novas soluções e até um olhar mais generoso sobre as potencialidades da comunidade
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Sempre ligado no que pode deixar de legado no desenvolvimento do seu lugar e da sua região, o arquiteto Emílio Caliman se propõe a ser um profissional antenado com os recados que a natureza, a cultura e a história do ambiente onde atua têm a dar. “Um dos principais pilares do escritório é a valorização da relação com a comunidade, por duas razões que para mim são claras. A primeira delas é se eu me empenho em ajudar a comunidade a se desenvolver, também estarei ajudando a criar oportunidade para mim e para os demais. A outra razão, parte de que cada um tem um papel no coletivo da sociedade. Então cabe ao escritório oferecer o que temos de melhor, dentro das habilidades dos resultados que a arquitetura enquanto profissão deve oferecer”.
Para Emílio, o profissional precisa estar conectado com o ambiente para poder enxergar e oferecer soluções para os seus clientes. Com a evolução tecnológica houve uma expansão, ultrapassando os limites geográficos. “Levo em consideração o seguinte fato: a formação de comunidade hoje é muito diferente da que era pouco tempo atrás, sob a ótica de que era mais limitada pela influência geográfica, ou seja, da vizinhança local. A presença local ainda continua, entretanto, a evolução da comunicação nos permite participar de uma diversa gama de comunidades, que nos influencia mais, e que nos permite ser imensamente útil e produtivo, mesmo totalmente independente da realidade local da nossa vizinhança. Tenho me mantido muito presente, participando de comunidades da área de arquitetura, engenharia e construção em contato com profissionais de todo o país, para adquirir aprendizado e experiências e aplicá-las no dia a dia do escritório’’.
Sobre os trabalhos e resultados do escritório
O escritório de Emílio tem atuado com projetos em diferentes áreas. Neste momento, ele e sua equipe estão com os trabalhos direcionados para a região de Venda Nova e Pedra Azul, embora tenham recebido convites para projetar em outros estados. “Por enquanto estamos nos mantemos como um escritório local”.
No volume de trabalho, os projetos que o escritório tem mais trabalhado são os de residências, tanto a arquitetura quanto o de interiores. Emílio explica que este é o estilo de projeto que mais exige deles a percepção de sonho que o cliente imagina para viver em sua casa. “Estamos sempre de poros abertos para captar estas essências das pessoas e das famílias que nos contratam”.
Tem sido notório os projetos comerciais, principalmente de estabelecimentos turísticos, dada a aplicação de muita identidade na composição estética. Emílio explica que esse cuidado é para que o estabelecimento seja um complemento de valorização do produto, como foi o caso da Cervejaria Aurora, em Bela Aurora. “Fomos convidados para fazer o projeto de interiores e o feedback das pessoas que frequentam a cervejaria tem sido muito positivo”.
Emílio relata que outro projeto desafiador foi o da fábrica e da Loja da Lab Kombucha, na Rota do Lagarto, em Pedra Azul. “Por ser um produto muito específico, foram necessárias muitas reuniões e pesquisas junto com uma equipe multidisciplinar para encontrarmos as alternativas para projetar a fábrica. Como resultado, criamos uma fábrica com a funcionalidade da produção garantida e a lojinha ficou um charme e cheia de identidade, tal qual o produto ali comercializado”.
Outra frente de trabalho do escritório está na área de projetos turísticos de hospedagem, a exemplo da Jomi Houses Venda Nova, na qual estão atuando. “Trata-se de um empreendimento que capta investidores que visam rendimento financeiro e sua finalidade é de hospedagem turística. A característica da arquitetura é de módulos pré- fabricados, que serão implantados no terreno, com uma abordagem de contato com a natureza e com a beleza das montanhas da região. É um projeto com características de inovação, que vem de encontro ao potencial turístico local”.
Uma fachada com identidade cultural
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Da época de estágio, em Vitória, no escritório DG Projetos que foi responsável por desenvolver o Senac Venda Nova e no qual Emílio teve a oportunidade de trabalhar, veio a referência para um trabalho desenvolvido agora em 2022, pelo arquiteto. Trata-se do projeto para a fachada de uma escola municipal de Venda Nova a ser erguida na mesma linha de estilo.
Emílio conta que a iniciativa de oferecer um projeto da fachada partiu do Loteamento Olímpio Perim, onde estão localizados os terrenos públicos onde vai ser instalada uma escola municipal de creche e educação infantil. “Os responsáveis pelo loteamento propuseram à Prefeitura a alternativa de doação do projeto da fachada, como forma de incentivo de a Prefeitura executar a escola com uma arquitetura mais bela e significativa”.
O Loteamento procurou Emílio para elaborar o projeto, especificamente da fachada da escola, para ofertá-lo à Municipalidade. “Esta iniciativa do Loteamento, para mim, é de fundamental importância. Digo isso, independente do meu escritório ser responsável pelo projeto, e sim, da participação dos empreendimentos em oferecer algo mais para o bem coletivo. Eu me entusiasmo com esta iniciativa, pois tenho a certeza que ela é um caminho de resultados extremamente positivos para todos nós e para a cidade”.
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