Especial HPM: Denise Rezende Ferreira - Por mais qualidade de vida em todas as idades
Dos problemas relacionados aos ouvidos, nariz e garganta, a profissional atua de maneira ampla desde o desenvolvimento da fala nas crianças até a perda de audição nos idosos
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A otorrino Denise Rezende Ferreira está entre os profissionais que o Hospital Padre Máximo está trazendo para atuar em seu ambulatório. Como médica otorrinolaringologista, ela cuida de problemas relacionados aos ouvidos, nariz e garganta. De uma maneira mais ampla, desde o desenvolvimento da fala nas crianças, até a perda da audição nos idosos estão envolvidos na sua área.
Sua especialidade também trata de problemas de equilíbrio (labirintite), olfato, paladar, roncos e apneias. De acordo com sua experiência, as alergias respiratórias (rinites e sinusites), as infecções respiratórias de repetição e o zumbido estão entre as doenças mais frequentes do consultório.
Ainda há poucos meses morando na região, ela já pode constatar o quanto as temperaturas são baixas. “O frio facilita muito o aparecimento de doenças respiratórias. Mas ainda preciso de mais tempo trabalhando aqui para ter mais certeza de como esse fator impacta na saúde da população regional. Como minha chegada é recente, ainda estou traçando um perfil de pacientes da região. Por enquanto, não percebi muita diferença do que já estou habituada a tratar”.
A jornada da otorrino está apenas iniciando em Venda Nova, apesar de ela ter uma carreira bem-sucedida no estado de São Paulo de mais de 20 anos. “Conhecemos o Hospital Padre Máximo através de outros colegas médicos que nos indicaram e esperamos que nosso trabalho aqui mantenha o mesmo amor, dedicação e qualidade que tínhamos em São Paulo”, disse em relação a ela e ao esposo Antonio Alexandre Ferreira, o ortopedista e traumatologista/cirurgião da coluna vertebral, também formado pela Unicamp.
Doenças respiratórias, ronco e apneia são prejudiciais
Denise tem observado que muitas pessoas que têm doença respiratória alérgica não procuram atendimento, por acharem os sintomas comuns. “Elas não percebem que eles afetam de maneira importante a sua qualidade de vida. Vão convivendo durante anos, sem perceber isso. Quando tratam o problema é que se dão conta do quanto foram se prejudicando”.
A especialista chama a atenção ao afirmar que o mesmo acontece com pessoas que têm ronco e apneia. “A pessoa que dorme mal, porque respira mal, tem queda de memória e concentração durante o dia e risco aumentado de doenças cardiovasculares, além de alterações de humor. Até crianças podem sofrer disso”, alerta. “Um bom acompanhamento com um otorrinolaringologista, identificando causas e tratando corretamente o problema, melhora muito a qualidade de vida dessas pessoas”.
Quedas na velhice
Outra situação está ligada às questões relacionadas ao envelhecimento. “A otorrino-geriatria ainda é uma área pouco valorizada. Mas o que se sabe é que o envelhecimento, além da perda progressiva da audição, afeta também outros sentidos de forma importante, como equilíbrio, levando a quedas.
A otorrino explica que os nossos ouvidos têm a capacidade de converter, na cóclea, ondas sonoras em impulsos nervosos que serão discriminados no cérebro. E que, além disso, o ouvido auxilia o cérebro a interpretar os movimentos do corpo, por meio do Sistema Vestibular, localizado no labirinto (parte interna do ouvido).
Embora faça parte do envelhecimento, o desequilíbrio pode trazer consequências que arriscam a saúde do idoso. A dificuldade de locomoção causada pelas tonturas pode provocar fraturas difíceis de serem recuperadas e consequente hospitalização. Estudos demonstram que a mortalidade em um ano de idosos após hospitalização por fratura decorrente de queda foi de 25,2% e de 4% para idosos sem fratura grave.
Como a audição e o equilíbrio estão sempre conectadas, em casos de tontura o médico solicita uma avaliação audiológica para saber como está a audição do paciente. Mas, associado a audiometria tonal e vocal, o médico pode solicitar também o exame otoneurológico completo. Este exame avaliará o sistema vestibular do paciente com queixa de tontura.
Perda de olfato e paladar, levando a desnutrição e depressão, estão entre as perdas de sentidos. “A valorização dessas queixas dos idosos e o correto tratamento, pode causar um impacto importante na sua qualidade de vida”.
Aprendizado infantil
Por último, Denise ressalta as questões de aprendizado infantil, muitas vezes mal diagnosticados. A visão otorrinolaringologica da criança pode mudar seu histórico de aprendizado na escola, quando avaliado e tratado corretamente.
Denise chama a atenção para o rastreio auditivo neonatal, que deve ser feito em todos os recém-nascidos antes da saída da maternidade ou, no máximo, até aos 30 dias de vida. “Identificar precocemente déficits auditivos permite em muitos casos fazer uma intervenção eficaz e minimizar, ou mesmo eliminar, consequências que estes podem ter no desenvolvimento das crianças”.
Ainda no primeiro ano de vida, a avaliação pela otorrinolaringologia permite identificar malformações congênitas do ouvido, nariz, laringe e pescoço. “De outra forma, poderiam passar despercebidas numa fase inicial e ser posteriormente causa de problemas de saúde na criança”, pontua.
Nos anos seguintes os problemas nasais e das amígdalas podem também induzir surdez infantil. “Muitas vezes essa é a causa de problemas de desenvolvimento de linguagem, de interação e de dificuldades de aprendizagem. É comum crianças serem rotuladas de distraídas ou a fazer terapia da fala quando na realidade têm um problema auditivo.
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Quem é Denise
Graduada em medicina em 1997 pela Universidade Estadual de Campinas, São Paulo, Denise Rezende Ferreira logo em seguida engatou e fez residência em otorrinolaringologia e cirurgia de cabeça e pescoço, na mesma universidade. Também na Unicamp, ela fez mestrado e em sua tese, estudou melhor os mecanismos envolvidos no zumbido
Denise não precisou sair de sua cidade natal para se graduar, mas durante esse período aproveitou para fazer um estágio no serviço de otorrino na Itália, mais especificamente em Pavia, no Hospital São Matteo.
Depois de formada, fez uma especialização no Institut Portmann em Bordeaux, França. Ao voltar, trabalhou como médica assistente no Ambulatório de Distúrbios da Comunicação no HC da Unicamp, onde desenvolveu um ambulatório de otorrino-geriatria.
Em seu currículo, ela ainda tem sua atuação na Prefeitura de Pedreira, São Paulo, onde foi médica concursada por alguns anos. Ela também fez consultório clinico-cirúrgico na região de Campinas, São Paulo, de 2001 até 2021.
Serviço: HPM (28) 3546-1131