Dr. Júlio César Caliman Berger - Graduado em medicina pela Emescam (2002), tem residência em cirurgia geral (2003-2005) e em cirurgia do aparelho digestivo (2005-2007) no Hospital do Servidor Público Municipal de S. Paulo e especialização em endoscopia digestiva (2007-2009) no Hospital das Clínicas da USP. Foi coordenador do serviço de endoscopia digestiva da Rede Greenline e do Hospital Salvalus, em São Paulo, até 2020.

Dizem que o fruto não cai longe do pé... Com certeza, esse ditado cai muito bem para o médico Júlio César Caliman Berger. Filho de médico, ele foi convivendo sempre com a rotina da medicina. “Morávamos em Domingos Martins, onde meu pai, Lourival Berger, foi um dos primeiros médicos do hospital. Sempre dava um jeito de estar com ele. Também era   muito gratificante ouvir a frase “seu pai salvou a minha vida” ou “seu pai salvou meu parente”.

Júlio conta que na época do cursinho, quando ainda poderia existir alguma dúvida, uma visita ao anatômico da Ufes o deixou fascinado. “Realmente era a profissão que eu queria! Ao longo da faculdade de medicina, na Emescam, sempre me identifiquei mais com a área cirúrgica, tanto que ficava realizado quando auxiliava meu pai nas cirurgias em Domingos Martins”.

Assim que terminou a faculdade, Júlio fez prova de residência médica em cirurgia geral e, apesar de ter passado na Ufes, decidiu buscar novos ares em São   Paulo, no Hospital do Servidor Público Municipal. Nesta instituição, foram dois anos em cirurgia geral e depois mais dois de residência médica em cirurgia do aparelho digestivo. “No último ano da residência em cirurgia, tive contato com os exames endoscópicos e fiquei interessado nesta área. Fui aprovado no curso de especialização em endoscopia digestiva do Hospital das Clínicas (USP-São Paulo), no período entre fevereiro de 2007 a  janeiro de 2009”.

O profissional também atuou como cirurgião geral concursado pelo Estado de São Paulo, atuando no Hospital Geral de Guaianases até dezembro de 2009, quando recebeu a proposta para a coordenação do serviço de endoscopia digestiva da Rede Greenline e do Hospital Salvalus. “Desde então, deixei de atuar como cirurgião e passei a me dedicar exclusivamente à endoscopia digestiva e à coordenação das equipes destas empresas, até 2020, quando, finalmente, decidi retornar ao meu querido Espírito Santo”.

Assim que retornou, inicialmente, passou a atuar em Santa Maria de Jetibá, que é a cidade natal de seu pai e para onde ele retornou desde 2001. “Realizo os exames de endoscopia digestiva alta e colonoscopia na Clínica SM Imagens. Em 2020, também iniciei atendimento em Campos dos Goytacazes, RJ, na Clínica CAD, a convite de um colega da residência e grande amigo. Em novembro de 2021, passei a atender também em Vila Velha, na Rede Medsênior”.

Um dos sobrenomes, o Caliman revela suas raízes em Venda Nova do Imigrante também. Sua mãe, Diomedes Maria Caliman Berger, é natural de Venda Nova, filha de Clementino Caliman e Erlinda Falcheto Caliman. “Este sempre foi meu destino preferido nos finais de semana, feriados e férias escolares, quando ficava na casa de meus avós. Sem contar as Festas da Polenta, Serenatas Italianas, o Baile dos Universitários e assim vai... Inclusive, sou batizado em Venda Nova”, relata.

“Essa maravilhosa memória afetiva e todo o desenvolvimento ocorrido nesta terra querida, assim como o incentivo de amigos e familiares, despertaram meu interesse em atuar profissionalmente em Venda Nova. Fechamos parceria com a anestesiologista Maria Luzia de Vargas Pinto e com a colonoscopista Julyanna Cruz França para o início do serviço de endoscopia digestiva no Hospital Dia. Os exames de colonoscopia diagnóstica e terapêutica serão feitor por mim e pela especialista Julyanna e os exames de endoscopia digestiva alta diagnóstica e terapêutica, por mim, sempre com o suporte de Maria Luzia, que promoverá maior segurança e maior conforto durante a sedação dos pacientes”.

Breve história da colonoscopia e dos demais exames endoscópicos

“A avaliação endoscópica completa do intestino grosso começou a se tornar possível após a criação da fibra óptica, em 1954. Inicialmente utilizada na endoscopia digestiva alta, buscaram também adequar o aparelho para a avaliação do intestino grosso. Em 1966, Overholt introduziu o fibrocolonoscópio nos EUA, ainda com uma angulação limitada a 90°”. A fala é do endoscopista Júlio César Caliman Berger, que depois de se especializar em São Paulo, volta à região para atuar.

Caliman fala da evolução da tecnologia como aliada aos diagnósticos precisos. E continua: “Em 1969, engenheiros japoneses da Olympus e Machida desenvolveram aparelhos de endoscopia digestiva alta e colonoscópios com fibra óptica superior, mais flexíveis e com angulações agudas de até 180° em quatro direções”.

Mas o grande passo para o aprimoramento da tecnologia      veio em 1983, quando foi desenvolvido o sistema de vídeo-endos-copia pela Welch-Allyn, com nova revolução nos exames endoscópicos. “De lá para cá, a qualidade das imagens de vídeo teve grande evolução, gerando imagens em alta definição, o que aumenta a sensibilidade dos exames, permitindo um diagnóstico e posterior tratamento mais precisos. Além da qualidade da imagem gerada, os tubos endoscópicos têm menor diâmetro, são mais flexíveis, o que diminuiu muito a ocorrência de complicações”.

Ele observa que a colonoscopia passou uma longa trajetória, saindo de uma época em que foi considerada como procedimento agressivo e arriscado para ser aceita como método sofisticado, seguro e de escolha para diagnóstico de afecções colorretais.