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Endocrinologia - A importância de fortalecer o sistema imunológio em tempos de covid-19

Endocrinologia - A importância de fortalecer o sistema imunológio em tempos de covid-19

A imunidade é a primeira linha de defesa do corpo contra infecções e doenças

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Embora ainda não sejam conhecidos todos os efeitos da covid-19 nas doenças endocrinológicas e a princípio, não há medicação específica capaz de combater o novo coronavírus, é fundamental relembrar a importância do fortalecimento do sistema imunológico.

Para manter o bom funcionamento do sistema imunológico, os médicos prescrevem a mesma receita: alimentação saudável e balanceada, exercícios físicos, reduzir o estresse e ter sono de qualidade. Hábitos que prejudicam o equilíbrio desse sistema aumentam o risco de contrair gripe e resfriados e diminuir a capacidade do organismo reagir a uma ameaça (doença).

Doenças relacionadas à endocrinologia estão na linha de frente como de grupo de risco à covid-19. Grupo de risco é como são designadas as pessoas que, devido à determinadas características comportamentos ou profissões, estão mais sujeitas a adquirirem uma doença ou a desenvolver tal enfermidade de uma forma mais grave.

Levando tudo isso em consideração, a médica Adriana Andrade de Sousa fala da importância de manter as vitaminas em dia. “São muitos os benefícios da vitamina C, D e do Zinco. São famosos para proteção do corpo, conservação da boa saúde e combate a vírus que atacam nosso corpo diariamente”, ressalta.

 

Vitamina C

A vitamina C é essencial em humanos, contribui para a defesa imunológica do nosso organismo e possui ação antioxidante. A falta dela resulta em prejuízo da imunidade e maior suscetibilidade a infecções.

Ela age como um antioxidante e está presente em alguns alimentos, além de poder ser obtida por meio de suplementos – ela não é produzida na-turalmente pelo organismo humano.

Sua principal função é ajudar a blindar o sistema imunológico contra gripes, resfriados e outras doenças, apesar de também proporcionar outros benefícios ao corpo. Além disso, também ajuda na manutenção da saúde e boa aparência da pele, pois ela está relacionada com a produção de colágeno. Dessa forma, com a maior resistência da pele – impulsionada pela maior produção de colágeno, beneficia o processo de cicatrização. Também incentiva a atividade dos fagócitos, os leucócitos do sangue que protegem o corpo por meio da ingestão (fagocitose) de partículas estranhas, bactérias e células mortas ou células a morrer.

 

Vitamina D

A vitamina D é muito importante para o corpo humano, sendo fundamental para a manutenção de alguns sistemas e funcionamento de outros. Além de suas funções mais conhecidas relacionadas à saúde dos ossos, é responsável também por outras atividades, trabalhando como reguladora do cresci-mento, sistema imunológico, cardiovascular, músculos, metabolismo e insulina. Diferente de outras vitaminas, a vitamina D é produzida pela pele e por esse motivo é conhecida por ser um ‘pré-homônio’ já que sua suplementação não se dá, em sua maioria, por alimentação. Existem sim, alimentos que contém vitamina D (como peixes gordurosos, óleo de fígado de bacalhau, cogumelos secos, leite, ovos e fígado bovino), mas em baixas dosagens.

Sua produção começa quando os raios solares (UVB) entram em contato com a pele o que ativa a produção de vitamina D (em sua forma inicial), sua metabolização é feita no fígado e rins, ocorrendo a transformação da vitamina D em sua forma ativa. Já para ser absorvida no intestino quando consumida por meio de alimentos, precisa da presença de gorduras. Por isso ela é lipossolúvel. Então, o ideal é tomar sol sem filtro solar pelo menos 20 minutos por dia, entre 10 e 15 horas.

A falta da vitamina D no organismo deixa os ossos frágeis (osteoporose), com riscos de fraturas espontâneas. Concomitantemente, ocasiona uma perda da força muscular, o que pode facilitar quedas. Ela é essencial para a absorção do cálcio, sendo que sem ela só 10-15% do cálcio é absorvido pelo intestino. Auxilia na resposta imunológica e processo de força muscular e equilíbrio.

Gravidez mais segura - A deficiência de vitamina D durante a gestação está associada ao aumento de risco de hiper-tensão arterial e o diabetes gestacional, bem como ao nascimento de bebês de baixo peso; Doenças autoimunes - A vitamina D está sendo usada de forma experimental no tratamento de doenças autoimunes, pois acredita-se que a substância poderia inibir de forma seletiva a reação do organismo de se auto atacar; Prevenção do câncer - Estudos iniciais indicam que a vitamina D poderia auxiliar na prevenção de diversos tipos de câncer, já que atua no processo de diferenciação celular, evitando o aparecimento de células cancerosas; Controle do diabetes - Uma concentração diminuída de vitamina D em crianças está associada ao aumento de incidência de diabetes tipo 1.

 

Zinco

O zinco é um mineral muito impor-tante para a manutenção da saúde por-que ele participa em mais de 300 rea-ções químicas do corpo. Dessa forma, quando está em pouca quantidade no organismo, pode causar várias alterações, especialmente no sistema imune e na produção hormônios. As principais fontes de zinco são os alimentos de origem animal como ostra, camarão, e as carnes de vaca, frango, peixe e fígado.

Existem várias razões para justificar a importância da ingestão de alimentos ricos em zinco, no entanto, algumas das mais importantes incluem: contribui para um cabelo macio e brilhante, combatendo a queda; Ajuda na absorção da vitamina A; Ajuda no tratamento da depressão; Estimula a função da tireoide; Protege contra infecções porque atua no sistema imune; Previne a diabetes tipo 2; Facilita a cicatrização de feridas; Previne o aparecimento de câncer; Ajuda no tratamento da acne; Previne o câncer e o envelhecimento, por ter ação antioxidante. No entanto, como participa na maior parte das reações corporais, o zinco tem outras ações importantes, especialmente em nível neuronal e hormonal.

O Zinco tem sido muito usado recentemente como parte do protocolo de defesa contra o covid-19 com uma carga bem alta nos cinco primeiros dias da confirmação da doença, justamente porque o zinco informa ao seu corpo que ele precisa reagir ao ataque do vírus.

 

Controle da glicemia e a covid-19

Já está cada vez mais claro que pessoas com diabetes têm maior risco de encarar formas graves de covid-19. Mais isso não é nem de longe uma sentença de complicação e morte. Sabemos que indivíduos com diabetes bem controlado têm um risco mais baixo de adquirir quadros severos de infecção pelo coronavírus quando comparados aqueles descontrolados.

Mas se engana quem pensa que o valor da glicemia no sangue importa só para quem convive com o diabetes. A glicemia elevada é um sinal de fumaça, que pode indicar a presença de fogo. Digo isso porque qualquer doença aguda como infarto do coração, derrame cerebral ou apendicite tende a ter um desfecho pior quando o paciente dá entrada no hospital com níveis altos de glicemia. Isso mesmo que ele não tenha diagnóstico prévio de diabetes.

E por que isso ocorre? A glicemia elevada é um sinal de que o organismo passa por um grande estresse. Ela é uma espécie de dedo duro de que o corpo está sofrendo. Nosso organismo disponibiliza mais glicemia para a corrente sanguínea para que ela seja utilizada por órgãos e tecidos em apuros. É um mecanismo de sobrevivência.

Em algumas pessoas, esse aumento da glicemia é apenas transitório e, uma vez resolvido o problema, o valor retorna ao normal. Em outras, é apenas transitório e, uma vez resolvido o problema, o valor retorna ao normal. Em outras, a glicemia permanece elevada mesmo após a alta hospitalar e o paciente acaba desenvolvendo diabetes pra valer.

Durante a pandemia do novo coro-navírus, pesquisadores chineses avaliaram a evolução clínica de 605 pacientes em diabetes que foram internados por covid-19. Os estudiosos compararam o que aconteceu com aqueles que entraram no hospital com glicose abaixo de 110mg/dl com aqueles com glicose acima de 126 mg/dl.

E o que aconteceu? Num seguimento de apenas 28 dias, notaram que o risco de morte foi duas vezes maior naqueles com maior valor de glicemia. E o risco de complicações foi quatro vezes maior.

Então, se a glicemia está elevada na admissão dos hospitais, mesmo que o paciente não tenha diabetes, há um sinal de alarme para a equipe de saúde redobrar a atenção e cuidados a fim de evitar complicações.

 

Obesidade e as suas implicações na saúde

Obesidade é uma doença que acomete boa parte da população do Brasil e está relacionada a outras doenças crônicas. É o acúmulo de gordura no corpo, que pode ter diversas causas, mas ocorre principalmente pelo consumo excessivo de calorias e pela falta de atividades que possam queimá-las.

O excesso de peso, ou a obesidade, podem acarretar outros diversos problemas, como insuficiência cardíaca, diabetes, disfunções pulmonares, doenças cardiovasculares, pressão alta, dificuldades respiratórias, apneia do sono e até alguns tipos de câncer.

 

Tratamentos

O tratamento mais recomendável para a obesidade é a adoção de um estilo de vida mais saudável, com dieta balanceada e  rotina de exercícios. Se for mais grave, como em boa parte dos casos de obesidade mórbida, o uso de medicamentos também passa a fazer parte do tratamento. Mas jamais deve ser usado sem prescrição, pois além de não ser eficaz sozinho, pode causar sintomas adversos como insônia, aumento da pressão, depressão, ansiedade e até dependência.

A gastroplastia, popularmente conhecida como cirurgia bariátrica, também é empregada no tratamento da obesidade mórbida, em casos em que o paciente não obteve sucesso por meio de outros tratamentos e já sofre com outros problemas relacionados à obesidade. Esse tipo de processo é muito complexo e está sujeito a complicações e os  pacientes devem ter acompanhamento de um médico endocrinologista por um longo tempo após a cirurgia, mesmo porque ela pode resultar na deficiência de algumas vitaminas.

 

Diabetes: sintomas, tratamentos e causas

O diabetes é uma síndrome metabólica de origem múltipla, decorrente da falta de insulina e/ou da incapacidade de a insulina exercer adequadamente seus efeitos, causando um aumento da glicose (açúcar) no sangue. O diabetes acontece porque o pâncreas não é capaz de produzir o hormônio insulina em quantidade suficiente para suprir as necessidades do organismo, ou porque este hormônio não é capaz de agir de maneira adequada (resistência à insulina). A insulina promove a redução da glicemia ao permitir que o açúcar que está presente no sangue possa penetrar dentro das células, para ser utilizado como fonte de energia. Portanto, se houver falta desse hormônio, ou mesmo se ele não agir corretamente, haverá aumento de glicose no sangue e, consequentemente, o diabetes.

Os principais sintomas do diabetes são vontade frequente de urinar, fome e sede excessiva e emagrecimento. Esses sintomas acontecem em decorrência da produção insuficiente de insulina ou da incapacidade de a insulina exercer adequadamente sua ação, causando assim um aumento da glicose no sangue.

Pessoas com história familiar da doença devem manter o peso normal, não fumar, controlar a pressão arterial, evitar medicamentos que potencialmente possam agredir o pâncreas e praticar atividade física regular.

Diabetes tipo 1- O pâncreas perde a capacidade de produzir insulina em decorrência de um defeito do sistema imunológico. Acontece em cerca de 5 a 10% dos pacientes com diabetes e pode ocorrer por uma herança genética em conjunto com infecções virais. A doença pode se manifestar em qualquer idade, mas é mais comum ser diagnosticada em crianças, adolescentes ou adultos jovens.

Pré-diabetes - A pré-diabetes é um termo usado para indicar que o paciente tem potencial para desenvolver a doença, como se fosse um estado intermediário entre o saudável e o diabetes tipo 2 - pois no caso do tipo 1 não existe pré-diabetes, a pessoa nasce com uma predisposição genética ao problema e a impossibilidade de produzir insulina, podendo desenvolver o diabetes em qualquer idade.

Diabetes tipo 2 - Neste tipo existe uma combinação de dois fatores - a diminuição da secreção de insulina e um defeito na sua ação, conhecido como resistência à insulina. Geralmente, o diabetes tipo 2, que ocorre em cerca de 90% dos pacientes com essa doença, pode ser tratado com medicamentos orais ou injetáveis, contudo, com o passar do tempo, pode ocorrer o agravamento da doença.

 

Tratamento – o médico vai avaliar caso a caso para definir o tratamento adequado, com cada tipo de diabetes e perfil do paciente.  Os tratamentos são, geralmente, são aplicação de insulina, medicamentos específicos via oral e adoção de exercícios físicos, dieta alimentar e outros hábitos saudáveis, como supressão do fumo e das bebidas alcoólicas.

Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para cada caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e nunca se automedique. Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.

 

Dra. Adriana Andrade de Sousa

CRM 8463/ES

28 3546 1497  / 99962 1181

consultoriomedicoaee@hotmail.com

Avenida Domingos Perim, 234 – sala 307

Centro – Venda Nova do Imigrante

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