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Ela viu o trabalho da cozinha se transformar

Ela viu o trabalho da cozinha se transformar

Terezinha se lembra que no início os fogões eram improvisados, depois foram construídos de alvenaria, um do lado do outro, na antiga cozinha do pátio do Colégio Salesiano

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Foto Wanda Ferrera/Jean Davies

Desde a primeira Festa da Polenta realizada no pátio do Colégio Salesiano, a voluntária Terezinha Breda Falqueto, 78 anos, estava lá. “Nesse dia tinha encontro de noivos e eu estava ajudando na igreja. Euzébio estava trabalhando na Festa da Polenta foi me buscar quando eu terminei lá”.

Terezinha se lembra que, por volta das 15h30, Euzébio perguntou ao marido de Beninha Falqueto quanto pratos tinha vendido. “Ele respondeu que tinham vendido 20 pratos, o que era muito para a época, pois o público era ainda muito pequeno, formado só por pessoas de Venda Nova”.

Quando chegou ao local da Festa Terezinha foi ajudar lavar as vasilhas e organizar a cozinha. “Passei a trabalhar na cozinha todos os anos junto com Euzébio, primeiro ajudando a preparar a polenta, depois fui para a equipe do molho e, mais recentemente, estou na de preparo do macarrão. São três trabalhos diferentes, que também tiveram seu modo de preparo transformado com o passar dos anos”.

No início os fogões eram improvisados, depois foram construídos de alvenaria, um do lado do outro, na antiga cozinha do pátio do Colégio Salesiano. O calor intenso tomava conta de um ambiente, onde dezenas de voluntários se desdobravam para dar conta do serviço, pois a demanda pelos alimentos crescia ano a ano.

“Antigamente eram panelões de ferro de 40 litros. Hoje não seria mais possível produzir todo o alimento”. É que desde 2004, a panela gigante que produz uma média de 1000 quilos por vez, além do show do Tombo da Polenta, abastece a cozinha com polenta dura e cremosa.

Outras tecnologias passaram a facilitar o trabalho na cozinha, que reduziu o número de voluntárias. Panelas mais modernas e adaptadas para diminuir a necessidade de força física têm sido aliadas na produção dos alimentos O serviço de Terezinha atualmente se limita em retirar o macarrão cozido e já escorrido e colocá-lo numa caixa para resfriar. “No dia seguinte, esse macarrão é jogado numa água fervente por um minuto, escorrido, temperado e colocado numa caixa térmica ”, explica.

Terezinha explica que cada iguaria do prato típico (polenta, macarrão, molho, frango e linguiça) tem etapas diferentes de trabalho para o seu preparo. Cada etapa tem uma equipe responsável e todas trabalham sob a tutela da coordenadoria geral da cozinha.

Mesmo com todos os investimentos, o trabalho na cozinha ainda é um dos mais puxados da Festa da Polenta. O setor começa dias antes e só para pelo menos um dia depois do evento, ficando pouquíssimas horas sem funcionar. A cozinha fecha tarde e inicia as atividades ainda de madrugada.

E esse trabalho puxado não assusta os voluntários mais experientes como Terezinha. “Não consigo ficar em casa e a Festa da Polenta me proporciona os quatro melhores dias do ano”, diz a viúva do voluntário Euzébio. Ele sempre trabalhou para a Festa da Polenta, mas parou no ano de 2000 quando sofreu uma queda, que o deixou com sequelas. Euzébio faleceu em 2014 e também deixou um legado de trabalho em prol da comunidade.

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