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DEZ ANOS do Centro Cultural e Turístico Máximo Zandonadi

DEZ ANOS do Centro Cultural e Turístico Máximo Zandonadi

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No momento em que as atividades culturais estão voltando, a Secretaria de Turismo, Cultura e Artesanato de Venda Nova promoveu diversas atrações, dentro de uma programação comemorativa ao aniversário de dez anos do Centro Cultural Máximo Zandonadi. Os preparativos foram ajustados à realidade vivida.

“O mês de março foi cheio de comemorações aos dez anos. Gostaríamos de ter trazido mais apresentações, mas tivemos que adequar, pois ainda estamos limitados pela pandemia. Então evitamos um investimento muito alto, num momento que poucas pessoas poderiam desfrutar, e fizemos uma programação que deu destaque aos fazedores de cultura locais. Mesmo assim, montamos uma programação comemorativa interessante num gesto de gratidão por poder desfrutar de um espaço tão maravilhoso”, diz a secretária de Turismo e Cultura, Carla Caliman.

O prefeito Paulinho Mineti destaca que a proposta de sua gestão é atender a comunidade, seja no papel de expectadora quanto no de produtora cultural. “Temos grandes talentos locais, que merecem um lugar no palco e o reconhecimento  do público. Com a programação comemorativa, trabalhamos para oferecer o melhor dentro das possibilidades que a atual realidade permite. E é gratificante saber o quanto

Venda Nova é rica culturalmente e o quanto está aberta para prestigiar a prata da casa e as atrações que trouxemos de fora, como a Camerata Sesi”.

 

Camerata Sesi

A programação festiva começou dia 9 de março com a apresentação da Orquestra Camerata Sesi, que      atraiu um grande público na noite de plena quarta-feira. E quem assistiu ficou encantado, aplaudindo com entusiasmo ao final da execução de cada música. Fizeram parte do repertório desde a clássica “Primavera”, de Vivaldi, até a música tema do filme     “Guerra nas Estrelas”. O público ficou encantado e, no coquetel promovido após o espetáculo, muitos perguntaram ao maestro Dennys Serafim, quando haveria uma nova apresentação em Venda Nova. “Basta nos convidar”, respondeu. 

Para a população capixaba, o Sesi Cultura ES oferece uma rica programação destinada a democratizar o acesso a espetáculos culturais, como os concertos da Orquestra Camerata Sesi, espetáculos, peças teatrais, shows e exposições. Diante do sucesso da apresentação em Venda Nova, Carla Caliman disse que pretende viabilizar outra apresentação da orquestra mais adiante. “É muito interessante perceber o quanto as pessoas apreciam. A Orquestra tem outros shows e pretendemos trazer”.

Com mais de dez anos de estrada, a Orquestra Camerata Sesi/Findes lota os teatros por onde passa. A equipe de músicos é famosa por inovar no formato de suas apresentações, normalmente aplaudidas com entusiasmo, com fusões de gêneros musicais eruditos e populares como rap, MPB, forró e rock'n'roll, incluindo parcerias com bandas locais e músicos consagrados nacionalmente. Constam no currículo também apresentações para trabalhadores da indústria capixaba na Grande Vitória e interior do Estado, em projetos sociais diversos.

O  “A luz da Cultura” - Quatro estações de Vivaldi, um espetáculo bem intimista, todo a luz de velas, fez sua última apresentação na capital no dia 25 e vai começar a rodar pelo interior.  Nos próximos dias, a Camerata fará quatro concertos de Páscoa na Região Metropolitana, o “Camerata Sesi Catedrais”. Além desse, a Camerata tem outros espetáculos com temas de filmes e de tango.

 

Diversidade de estilo

Com a percepção que a proposta do Centro Cultural é abrir para a diversidade de estilos musicais e de origens dos artistas, a programação festiva abriu espaço para os artistas locais, como a 'Batalha do Imigrante', de hip hop, um estilo que até então não tinha se apresentado em espaços culturais 'oficiais' em Venda Nova.

A Batalha do Imigrante é um evento já existente que ganhou espaço no Centro Cultural na tarde do domingo, dia 13. O artista Ubirajara Rodrigues Salles Júnior, cujo o nome artístico é ‘‘Ubira’’ está coordenando esse novo movimento artístico. Já existia a Batalha da ADL, que ganhou essa nova roupagem ao conciliar essas características locais, abrangendo assim mais expansão para levar para outras comunidades. Antes, só estava na Área de Lazer.

Nascido em Cariacica e criado em Viana, Ubira sempre circulou pela Grande Vitória, ligado ao movimento hip hop há sete anos, ele foi apresentado a esta arte através das batalhas do MCs na Grande Vitória. Ele passou a morar em Venda Nova em setembro de 2021. Os parentes moram aqui, no distrito de São João, há muito tempo, e Ubira veio para morar com a mãe decidido ter novas experiências de vida.

“É uma nova cultura e pessoas e tem sido muito interessante. Conheci minha namorada, Letícia Sossai, que trabalha com projetos culturais. Eu me uni a outros artistas locais e criei a competição de hip hop em homenagem à cultura local: a Batalha do Imigrante. Junto com Letícia e outros participantes, foi promovida a primeira edição no Centro Cultural”. Ele afirma que está promovendo a Batalha dentro de um outro conceito: andar em outras praças e outras comunidades, conhecer outros lugares e, iniciar pelo Centro Cultural foi começar com pé direito. “O lugar é incrível, o espaço é muito bom. Estamos juntos com a cultura local’’.

Ubira confessou que ficou surpreso ao ser convidado e ainda muito mais quando se depararam com um considerável público. Ele acha importante que o pessoal ligado ao hip hop reconheça aquele espaço como seu também

E é isso que pensa Carla Caliman ao pontuar que 'foi a primeira vez que esse movimento foi convidado para ir ao Centro Cultural. Quero que as pessoas de diferentes linguagens artísticas saibam que esse espaço é para a comunidade. Esses são os novos fazedores de cultura do município. Eu fiquei muito realizada”.

 

Diversidade de estilos foi a grande marca das comemorações dos

10 anos do Centro Cultural. Cultura hip hop, contação de história,

música do Coral Santa Cecília e outras atrações subiram ao palco, num

ato de apropriação de um espaço cultural que sempre deve ser plural

 

Na sequência, o Contarelê e o Coral Santa Cecília levaram ao público histórias e música na noite de 18, uma sexta-feira. Mais uma vez, a organização do evento colocou no palco do Centro Cultural duas propostas culturais diferentes de Venda Nova

Seis das dez mulheres que compõem o Contarelê subiram ao palco para animar a plateia com uma apresentação que mesclou música, contação de histórias e interação com o público. O grupo de contadoras de histórias é um movimento voluntário, que começou sua trajetória em 2010 com a iniciativa de Maria Filomena Muciaccia e Ligia Altoé, com o apoio do Instituto Jutta Batista- IJBS.

Dora Bragato, Maria Filomena, Márcia Stein, Marcilene Silva, Raquel Beirut, Maria de Lourdes  Lima, Antônia Maria Fiorot, Nice Moreira Lordelo, Maria Moreira e Zélia Rébuli, fizeram cinco anos de cursos de formação com a professora Madalena Monteiro, através de uma parceria do IJBS, Prefeitura de Venda Nova e Cedac. “O objetivo do grupo é o resgate da cultura popular,  tradição oral e o folclore”, explica Filomena .

Com uma dinâmica envolvente, o Contarelê tem contos e histórias que agradam desde crianças a idosos, com tiradas cômicas e também de lições de vida. As mulheres se revezam interpretando de contos antigos a histórias        reais, mas sempre com o objetivo de proporcionar cultura, alegria e aprendizado aos seus ouvintes.

 

Coral Santa Cecília: 78 anos de história no palco do Centro Cultural

Com a apresentação e várias músicas, o Coral Santa Cecília deu a sua contribuição na comemoração do Centro Cultural e Turístico Máximo Zandonadi. O tradicional Coral completa 78 anos de formação em 2022 até pouco tempo contava com vozes que cantava desde quando o grupo começou a se apresentar, em 1944. Além da música, os cantores perpetuam a tradição e valores dos imigrantes italianos que chegaram ao município.

Com o nome completo de Escola Dramática e Musical Santa Cecília, o começo do grupo teve relação com a religiosidade. O então recém-criado coral, que se chamava Grupo da Cantoria, se reunia para cantar nas igrejas. O objetivo era cantar nos momentos litúrgicos na Igreja Católica. Com o passar do tempo, o repertório foi se diversificando e o Coral passou a cantar em aniversários, casamentos e festas na região e até fora do Brasil.

Na ocasião que o Coral fez 70 anos, o saudoso  Benjamim Falchetto (na época com 86 anos) lembrou de algumas histórias, como a dificuldade que enfrentou no início. “No começo era muito difícil. A gente tinha um instrumento que chamávamos de harmônio e ele ficava na casa dos Lorenção, para o rapaz que tocava poder treinar e ensaiar, uma vez que ele também trabalhava na roça igual a gente. O harmônio ficava na casa dele e, no dia de festa que a gente ia cantar, ele tinha que transportar o instrumento em carro de boi!”, contou na época ao jornalista Valdinei Guimarães.

O coral traz em seu currículo a gravação de um CD e dois DVDs  produzidos com recursos de projetos culturais.     Quando comemorou 70 anos, lançou um kit com um livro contando a sua história, um DVD com um documentário e um suplemento com as partituras das canções mais antigas e mais conhecidas do Santa Cecília. O Santa Cecília se apresentou no Centro Cultural de Venda Nova na cerimônia de entrega do kit.

A apresentação comemorativa aos 10 anos do Centro Cultural foi sob a batuta do regente Romualdo Falqueto, que apresentou cada música antes da execução. Com o grupo contando com vozes mais jovens, a experiência dos veteranos continua a contar muito. Percebe-se que grande parte não precisa tanto da memória, porque já tem conhecimento musical.

A vida cultural e turística de Venda Nova conta com um espaço considerado o mais bem estruturado do interior do Espírito Santo. O empreendimento surgiu da disposição de uma família e do empenho do município, que buscou parcerias no Estado e na União

Inaugurado em 9 de março de 2012, o Centro Cultural e Turístico Máximo Zandonadi faz parte das grandes conquistas de Venda Nova. Dez anos depois, dezenas de milhares de pessoas já passaram por lá e, depois desse hiato provocado pela necessidade de novas adequações e pela crise sanitária gerada pela pandemia do novo coronavírus, espera-se que a movimentação passe a fazer parte da sua rotina.

Para Carla Caliman, secretária de Turismo e Cultura, uma grande conquista recente do Centro Cultural veio em 2020, com o alvará de licença,  que chegou no dia 15 de abril, praticamente quando foi decretado o distanciamento social pela pandemia. Ela ressalta que, mesmo assim, o espaço serviu para muito eventos, como lives do Hospital e da Apae. 

Em 2017 o Centro precisou ser fechado para eventos com possibilidade de gerar grandes aglomerações. Carla observa que antes de passar pelas adequações foram poucos eventos de grande público. Depois, foram paralisados, quando começou o processo de ajustes na última gestão do Braz Delpupo e dado sequência na de Paulinho Mineti. “O Centro foi inaugurado sem a licença de funcionamento junto ao corpo de Bombeiros e, quando foi solicitada, a legislação modificada pedia novas adequações na estrutura. E estar dentro das novas diretrizes proporciona mais segurança para o público frequentador e para quem organiza os eventos”, explica Carla.

Para adotar essas novas medidas de segurança foi feito um levantamento minucioso de todas os pontos que pudessem gerar problemas de segurança.  Mudanças como instalação de hidrantes na quadra do Centro Cultural (parte externa) estão entre as adaptações, que Carla acompanhou em sua fase final, quando assumiu a Secretaria.

Já em 2018, de fevereiro a abril, o Centro voltou a funcionar parcialmente com restrições de acesso.

 

O Centro Cultural

O Centro Cultural e Turístico foi   inaugurado graças a uma parceria entre o Governo do Estado, Ministério do Turismo e a Prefeitura de Venda Nova. O Centro Cultural é dotado de dois andares, sendo o primeiro com salas multifuncionais e área destinada à galeria de arte, além de espaço para lanchonete, banheiros, copa e sala de administração.

Já no segundo andar está instalado um teatro/auditório, com 450 lugares e ampla infraestrutura para atender aos mais exigentes eventos socioculturais da região. A estrutura está preparada para a realização de eventos como cursos, treinamentos, qualificação profissional, espetáculos, mostras de arte, projeção de cinema e vídeos e apresentações e formação de orquestra e teatro. O prédio possui rampas de acesso para atender às pessoas com deficiência e o teatro/auditório possui cadeiras especiais para obesos.

A estrutura é apta para receber eventos nacionais e internacionais. Esta é uma obra muito importante para a Região Serrana e, além de um novo espaço de cultura e lazer, contribui para o desenvolvimento do turismo local e regional.

 

O que funciona no Centro Cultural

O Centro Cultural abriga as secretarias de Turismo, Cultura e Artesanato e a de Esporte e Lazer. Também é sede da Banda Municipal Marcial Emiliano Pedrino Lorenção. A sala de ensaio é toda equipada com instrumentos e foi especialmente preparada para os ensaios musicais.

O espaço atende ao projeto Campeões do Futuro, modalidade Karatê, e em breve vai ter ginástica rítmica.

Pelo segundo ano consecutivo, o Centro Cultural está recebendo o QualificarES e o QualificarES Mulher, do Governo do Estado, com cursos de doces para festa, preparação de salgados, balconista de farmácia, cuidador de idosos e agente comunitária de saúde. No ano passado foram seis meses de atividades e os cursos são abertos à comunidade.

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