Português (Brasil)

Cresce a procura pelos partos adequados no Hospital Pe. Máximo

Cresce a procura pelos partos adequados no Hospital Pe. Máximo

Eliana Modesto: o desenrolar do parto depende também da evolução do pré-natal e de como os familiares incentivam a parturiente

Compartilhe este conteúdo:
Eliana Modesto Teixeira, ginecologista e obstetra, é coordenadora da obstetrícia e diretora técnica do HPM:
“O mais importante na obstetrícia é a confiança. A mulher grávida quer segurança e a obstetra se torna
a clínica geral dela, dando todo suporte que ela precisa”.

A maioria das gestantes que busca o atendimento obstétrico no Hospital Padre Máximo opta pelo parto adequado”, a afirmação é da obstetra Eliana Modesto, que está à frente do serviço de maternidade da instituição. Na avaliação dela, está aumentando a consciência de que o parto normal, quando possível, traz mais benefícios para a mãe e para o bebê.

“Elas, algumas vezes acompanhadas do pai da criança ou de algum familiar, comparecem previamente para conhecer a estrutura da sala de parto e saber o que terão de apoio no momento do nascimento de seu filho”. Eliana enfatiza que as pacientes são acolhidas e orientadas sobre os tipos de parto e é muito raro solicitarem analgesia. “Durante o trabalho de parto, elas podem fazer diversos exercícios para alívio da dor, utilizando a bola, o espaldar, assim como tomar banhos quentes ou ganhar massagens dos acompanhantes para relaxar”.

“As pacientes ficam encantadas com a estrutura e com o sistema de atendimento às parturientes. A equipe de enfermagem da maternidade é muito qualificada e está bem preparada para dar conforto e segurança, isso reflete nos ótimos resultados que colhemos: aumentou muito o número de parto normal, por escolha das pacientes e apoio dos familiares”, afirma a obstetra.

 

Pré-natal

O primeiro passo rumo ao parto adequado é a consulta. “É importante que as parturientes estejam bem informadas e isso faz uma enorme diferença na hora do parto. Bem informadas, elas conhecem seus limites e têm consciência de que nem sempre é possível o parto normal, embora seja o mais desejado. É essencial o entendimento da importância de uma cesária bem indicada”.

“Quando a paciente chega com dois ou três centímetros de dilatação, ela passa a fazer os exercícios para facilitar o trabalho de parto. Ela é orientada a caminhar, pois a caminhada contribui no ritmo das contrações, melhora o ângulo de encaixe do bebê e pode reduzir o tempo do trabalho de parto. Também é estimulada a usar a bola suíça e o espaldar, e pode receber massagem, o que diminui o estresse e melhora o fluxo sanguíneo. Possibilitamos escutar músicas da preferência dela, reduzir a claridade ou assistir a um vídeo que a acalme. A parturiente pode escolher o acompanhante, que vai ficar ao lado dela do início ao fim do processo, ajudando tomar banho, fazendo carinho e falando palavras de incentivo”.

Dentro desta estrutura e práticas (disponíveis para pacientes do SUS, de convênios ou particular) está a cama PPP, que se adequa aos diferentes períodos do nascimento do bebê: pré-parto, parto e pós-parto. Todo esse processo é conduzido por uma equipe multidisciplinar que oferece apoio e que empreende técnicas não medicamentosas de alívio da dor.

Eliana Modesto enfatiza que é preciso ter a compreensão de que cada parto é diferente do outro. “Existem casos que uma mulher fica 24 horas em trabalho de parto e este acontece de forma natural, num parto espetacular. Elas ficam livres para caminhar, tomam banho, se alimentam e se concentram em vivenciar o que está acontecendo com elas. Esse é o verdadeiro parto natural, que deve ocorrer respeitando-se o papel de protagonismo da mulher nesse processo, e limitando a intervenção profissional ao acompanhamento, monitoramento do batimento cárdio fetal (conhecido como BCF) e o acompanhamento da evolução do parto, junto à paciente, registrando e avaliando no partograma, visando a segurança da paciente e do bebê”.

Importante ressaltar que durante a avaliação da evolução do parto, a experiência técnica e o acompanhamento previnem problemas advindos da via vaginal, distocias de trabalho de parto, distocias de ombro e hemorragias pós-parto. Assim como a segurança na condução diante de uma apresentação pélvica ou de intercorrências com o binômio mãe e filho, sendo de suma importância considerar a prática de comunicação assertiva entre o profissional, toda equipe e a paciente / familiar. “O Parto Adequado é um dos maiores projetos de melhoria na prática obstétrica”, celebra Eliana Modesto.

Mesmo que não tenha intercorrência e tudo esteja favorável para o parto normal, Eliana ressalta que atualmente a mulher tem a liberdade de optar pela cesárea. “Na maioria dos casos, a escolha da parturiente depende da evolução do pré-natal, de como as informações estão sendo trabalhadas na cabeça dela, bem como do posicionamento da família, incentivando um ou outro tipo de parto”, diz a obstetra que exemplifica o caso de uma parturiente muito jovem, de 16 anos, que desejou e foi protagonista de um parto normal, sob o incentivo de sua mãe.

Fazer um bom pré-natal, com consultas mensais até a 28ª semana de gestação (7° mês), consultas quinzenais da 28ª à 36ª semana (8° mês), até as consultas semanais da 36ª ao final da gestação (9° mês), está na base das condições do preparo ideal das futuras mães.  “Cada semestre pede exames diferentes, tanto clínicos como os de imagem (ultrassom), e existem tipos de vitaminas para cada fase da gestação”. O acompanhamento obstétrico é essencial no pré-natal. 

Neste período as futuras mamães recebem orientações relacionadas à vida sexual, atividades físicas e alimentação. “Fazer exercícios físicos de forma regular e com orientação é muito importante, como o pilates, por exemplo. Além disso, o esclarecimento de dúvidas e as orientações sobre cada fase gestacional, sobre o parto, sobre o puerpério e sobre a amamentação, trazem muita segurança para a grávida e seu acompanhante. Por essa razão, sempre indico que minhas pacientes fiquem à vontade para trazerem o esposo, familiar ou acompanhante de sua escolha para participar das consultas, assim como anotem suas dúvidas antes da consulta, pois ocorre delas estarem tão empolgadas que esquecem o que desejavam perguntar. Todos esses cuidados são fundamentais para a saúde da mãe e do bebê, bem como para preparar a gestante para o momento do parto. Esse bem-estar costuma reverberar no puerpério e na amamentação”.

 

Disponibilidade

Eliana Modesto se dedica exclusivamente ao atendimento no Hospital Padre Máximo. Ela faz plantões nas terças e quintas-feiras, atendendo urgências ginecológicas, obstétricas e trabalhos de parto, no Pronto-Socorro da maternidade (SUS, convênios e particulares), além disso, atende no ambulatório de especialidades (consultas particulares e por convênios) nas quartas e sextas-feiras.

Os atendimentos pelo SUS ocorrem também de forma eletiva, na especialidade ginecologia, mais especificamente, cirurgia ginecológica, onde os agendamentos são feitos pelas secretarias  de saúde dos municípios contratualizados com o hospital. Atualmente Afonso Cláudio, Brejetuba, Conceição do Castelo, Ibatiba e Venda Nova fazem parte desses atendimentos. 

Sobre o atendimento ambulatorial em que realiza as consultas de pré-natal, Eliana reforça “Eu sempre me coloco à disposição de minhas pacientes. A partir do momento que elas me procuram e iniciam o pré-natal, eu tenho que estar pronta para atendê-las. Essa forma de trabalho sempre fez parte da minha conduta.  Sou a médica do período da gestação e isso engloba qualquer outro sintoma que a paciente apresente, além dos diretamente relacionados à gravidez. Se ela pegar uma gripe, sentir uma dor de ouvido ou outra patologia, eu serei a médica responsável por atendê-la, medicá-la ou indicar o tratamento ou outro especialista se for necessário”. Eliana ressalta a importância da grávida se sentir segura e acolhida. “É uma relação de confiança”.

A obstetra observa que neste período a mulher fica com medo de tomar algum tipo de remédio por conta própria e reforça que esta postura é correta e segura. “A futura mãe está vulnerável e precisa da médica por perto”.

Ela registra e acompanha todas as pacientes grávidas, isso para que haja planejamento para que ela esteja em Venda Nova no período previsto para ocorrer o parto de cada uma delas.      “Quando planejo alguma viagem ou preciso me ausentar para fazer algum curso ou participar de congresso, a paciente já será informada disso na primeira consulta, pelo cálculo da data provável de parto, para que saiba que eu estarei acompanhando todo o pré-natal, mas pode ocorrer de não estar presente no dia do parto, isso dá a elas a oportunidade de escolha para continuar comigo o pré-natal. Tento planejar da melhor forma possível para minimizar as chances de não estar presente, e as pacientes gostam disso”.

Na onda da modernidade, muito do trabalho de Eliana Modesto pode ser visto nas redes sociais. “Não que eu leve jeito para influencer (...risos). São minhas pacientes que postam e elas gostam quando fazemos o mesmo”, diz Eliane que atualmente atende mais pacientes da obstetrícia do que ginecológicas.

As pacientes que procuram Eliana Modesto no consultório, além das que residem em Venda Nova, vêm de Santa Maria de Jetibá, Ibatiba, Afonso Cláudio, Vargem Alta e toda a região circunvizinha. Há pacientes de longa data, de quando ela morava e atendia em Vila Velha, que vem de lá para ter o bebê aqui em Venda Nova com ela. “Minhas pacientes sempre vêm indicada por outra que já passou pelo meu atendimento. Além de toda atenção que recebem, elas se sentem acolhidas pela equipe que atua no hospital e por todo aporte existente na sala de parto”.

Compartilhe este conteúdo: