Cantando ou pegando no pesado, sempre feliz em trabalhar na Festa
Ataide, que já carregou muita grade de cerveja nas costas, está na infraestrutura e continua nas cantarolas
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Ataide Zavarize, 73 anos, recebeu a reportagem da Revista Folha Nova com uma mesa típica: polenta feita na hora, linguiça frita, queijo e vinho. Tudo isso para demonstrar o quanto é apaixonado pela Festa da Polenta e pela cultura do lugar que escolheu para viver.
Ele começou a trabalhar como voluntário da Festa da Polenta em 1982 como atendente do bar. Ele ficava no balcão aos sábados, das 12 às 24 horas e, no domingo, das 7 às 13 horas. “Nessa época o bar era montado debaixo de uma lona e carregávamos as grades de cerveja nas costas”, recorda-se.
Quando a Festa da Polenta passou a ser promovida no Centro de Eventos Padre Cleto Caliman, em1985, Ataide passou a colaborar na equipe de infraestrutura. Apesar dos dois galpões fixos em estrutura de aço, tinha muito o que fazer: tablado, palcos, passarela, os caixas e algumas barracas.
“Contamos uma certa vez: furamos 54 buracos. Tinha que usar muito a força e o trabalho era bastante cansativo. Trabalhávamos montado antes da Festa e desmontando depois. No caso da passarela para o Desfile de Eleição da Rainha da Festa da Polenta, fazíamos o desmonte logo depois do Desfile ainda à noite ou na manhã de sábado”.
Quando a diretoria comprou um 'trado motorizado' tudo ficou mais fácil, conforme se recorda Ataide, que confessa gostar muito da convivência que o trabalho voluntário na Festa da Polenta proporciona. “A gente trabalha muito, mas sempre nos divertimos no final”.
Ataide, que é membro do Coral Santa Cecília e também da Cantarola Italiana, acredita que o Coral fez crescer a Festa da Polenta. “Por todo lado que olho eu vejo um membro do Coral envolvido no trabalho. Além de cantar, todos colaboram em alguma equipe e dão a sua contribuição. A gente cantava sempre na missa do domingo da Festa, mas como todos envolvidos nos trabalhos, passou a ser muito cansativo ir cantar logo cedo na manhã de domingo”.
A Cantarola continua dentro da Festa da Polenta e é lá que o público vê pessoas como Ataide envolvidas nos trabalhos da comunidade, cantando as músicas típicas trazidas pelos imigrantes italianos. Eles também estão cantando nos Desfile Cultural e no Desfile das Famílias, ao sábado pela manhã.
“Esse ano não teve Serenata Italiana e nem vai ter a Festa da Polenta, como sempre teve. Eu estou meio triste, pois me faz muita falta. A diretoria agiu com sabedoria, valorizando o que há de mais importante nesse momento. Também seria muito arriscado promover e ter prejuízo no final”, avalia.
“A gente quer o bem da Festa da Polenta. Apesar de trabalhar antes e depois e também ficar disponível durante o evento, nos dá muito prazer participar”, diz Ataide. Ele se orgulha de todos os filhos serem voluntários e estarem envolvidos na Festa da Polenta e comprometidos com a cultura de Venda Nova.