Cafés especiais produzidos em Lavrinhas
José Rubens Venturim constrói Unidade de Processamento no meio do cafezal e no topo de sua propriedade
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"Uma unidade de processamento faz com que o produtor rural melhore a qualidade do café, tenha mais rentabilidade em pouco
espaço e menos mão de obra. O caminho é esse, sempre se renovando para produzir café de qualidade". José Rubens Venturim.
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Quando José Rubens Venturim fez o curso de produção de cafés especiais no Ifes- Campus Venda Nova do Imigrante tomou conhecimento dos fatores necessários para se produzir café de alto padrão de qualidade. Ele tinha em mente que sua lavoura a 750 metros de altitude só produziria cafés commodities. “Após fazer o treinamento e investir na unidade de processamento, comecei a colheita em 2020 e não fazia ideia que produziria um café tão especial”, disse sobre a grata surpresa.
Ele, que foi criado na roça em Venda Nova, se aposentou e retornou às suas raízes, sabe que o fator sorte conta pouco. Tanto, que já investiu numa unidade de processamento - UP formada por um carrinho lavador, um descascador e o sistema de limpeza de água do processamento (que permite o reuso da água), bem no meio da lavoura cafeeira de sua propriedade, em Lavrinhas. No final de fevereiro desse ano já estava com terreiros suspensos cobertos, montados, bem como toda a UP.
Toda estrutura foi construída por ele mesmo, sob as orientações do professor Aldemar. Ele ainda faz captação da água da chuva da cobertura da estufa. “Já fiz análise e a água é de excelente qualidade”. A instalação da UP no topo do morro, bem meio da lavoura, favoreceu a destinação da água do processamento através da fertirrigação e o descarte das cascas nas próprias plantas de café, servindo como adubo.
Venturim levou amostras de alguns lotes para avaliação do provador Rafael Marques, que classificou com notas de 83 a 84,5. “Estou esperando os demais resultados para vender os lotes. Dos 1,5 hectares de cultivo, serão 30 sacas de cafés especiais. Superou minhas expectativas”.
Na próxima safra, Rubens Venturim espera um resultado ainda melhor, pois considera essa um aprendizado. “Eu não tinha noção e o curso do Ifes foi 100%. Sei que preciso me dedicar e que para produzir café de qualidade é necessário conhecimento. E vale a pena, pois o mercado paga melhor”.
Venturim vai investir também nos tratos culturais com análise de solo, podas e outras medidas que melhorem as condições da lavoura.