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Café Zandonade- família recebe visitantes de diferentes nacionalidades

Café Zandonade- família recebe visitantes de diferentes nacionalidades

De visitas esporádicas ao recebimento de grupos - propriedade da Família Zandonade, em Bela Aurora, aperfeiçoa experiências e amplia fama no turismo

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O domínio do idioma inglês tem sido muito útil para Tatiani Zandonade, que faz o papel de anfitriã quando os visitantes são estrangeiros. Na língua comercial mais falada no mundo, ela explica sobre o cultivo de café nos diferentes talhões e também os cuidados no manejo e os processos de armazenamento, de torra e dos diferentes preparos.

Ela e seu irmão Luiz Felipe estão à frente de um projeto familiar de produção de café de qualidade. A cultura do grão começou na geração do avô, foi continuado pelo pai Luiz, o herdeiro do sítio, que passou para o comando de Luiz Felipe, que além do cultivo, especializou-se em torra e métodos de preparo.

Foram seis anos de muitos estudos, incluindo os cursos promovidos pelo Coffee Design (Ifes-Venda Nova) e testes para alcançar a produção de grãos especiais. “Quando eu fiz o curso e recebi o pessoal do Ifes aqui, percebi que era possível produzir um café de excelência. Aproveitamos muito do que já tínhamos e também fizemos investimentos altos. Acredito que quando sabemos o que queremos, temos que dedicar tempo, energia e recursos. Buscar conhecimentos foi muito importante”.

Hoje, Luiz Felipe, o idealizador da marca Zandonade Cafés Especiais, é o mestre de torra e barista da marca. Ele também gerencia todo o processo de qualidade dos cafés, passando pelo cultivo, colheita, pós-colheita, secagem, beneficiamento, torra, cupping e preparo em diversos métodos.

Enquanto prepara um café, ele vai explicando sobre o ciclo de produção, os cuidados necessários para manter os atributos do grão e tudo que é feito para preparar a melhor bebida possível. Sua frequência no receber turistas varia conforme os finais de semana prolongados pelos feriados ou pela época do ano, mesmo que as visitas sejam mediante agendamento.

A alta temporada está entre abril e setembro, época da colheita. Mas em feriados, como o do Carnaval deste ano, a propriedade recebeu mais de 20 pessoas somente para o Coffee Tour. “São grupos pequenos, pessoas comuns que são curiosas em relação aos métodos, principalmente os de extração da bebida”.

Para esses grupos que falam português, Luiz Felipe desenvolve bem as explicações, pois venceu a timidez estudando e se preparando e, assim, com o domínio das técnicas, ele tem repertório suficiente para ter segurança na comunicação.

Em parceria com a Universidade de Vila Velha- UVV, onde Tatiani se formou em engenharia, a propriedade passou a receber alunos de intercâmbio de uma Universidade da Alemanha. “Nesses casos, minha irmã é quem faz o receptivo em inglês, mesmo que eu esteja aqui na prática, fazendo demonstrações”. Uma agência de turismo educacional com foco em escolas bilíngues de Vitória também fez parceria com a propriedade. A diretora esteve aqui e estamos entre as seis empresas no Estado que passará a receber visitas dos estudantes para a prática do inglês. “Pelo que percebo, eu também preciso aprender a falar o idioma”.

Luiz Felipe explica que a propriedade vem fazendo constantes ajustes em suas práticas para melhorar a experiência do visitante e consumidor, como extinguir o uso de agrotóxico nas lavouras. “Desde 2023 passamos a fazer o uso somente de insumos biológicos com drone. E a diferença é sensível. O café está ainda mais saboroso sem a interferência dos químicos”.

Os sabores e outros atributos percebidos pelos visitantes animam ainda mais a família a continuar a busca do aperfeiçoamento no café e também na estrutura da propriedade. A proximidade entre o cafezal e o casarão onde funcionam a torrefação e o balcão de preparo das bebidas facilita o deslocamento entre as diferentes estações da experiência. “Podemos receber de crianças a idosos, pois o grau de esforço é mínimo”.

E se estiver chovendo? Luiz Felipe garante que a experiência é tão prazerosa quanto em um dia de sol. Da janela do casarão é possível apreciar parte da lavoura, sentir o cheiro da terra molhada da estrada próxima, visualizar a copa das jabuticabeiras e, é claro, degustar diferentes torras. “O público costuma gostar mais de apreciar a torra, os preparos e ficam atentos às explicações. As pessoas saem daqui sabendo bastante sobre café de qualidade e se transformam como consumidores da bebida, pois são fisgadas definitivamente pelos especiais”.

O sabor da conquista também é materializado pela 'Janela do Amor'. A janela do casarão dos avós de Luiz e de Tatiani tem história: por ali sua tia namorava seu tio, com quem está casada  até hoje. Uma foto do casal ilustra o cenário, que conta com coraçõezinhos para os casais registrarem seus nomes e ali deixarem depositados, além de poder fazer uma bela foto. Até pedido de casamento já fizeram nesta janela, garantindo a lenda de que o casal que por ali passa vive junto para sempre.

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