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Benefícios do exercício físico em pessoas com pressão alta (hipertensão arterial)

Benefícios do exercício físico em pessoas com pressão alta (hipertensão arterial)

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Segundo BRUM (2006) a hipertensão arterial (HA) é uma síndrome multicausal e multifatorial caracterizada pela presença de níveis tensionais elevados e normalmente associados a distúrbios metabólicos e hormonais e hipertrofia cardíaca e vascular. Os dados do SUS mostram que a hipertensão arterial acomete de 15 a 23% da população adulta. A tabela abaixo apresenta os valores que são considerados normais.

Considera-se que apresentar valores acima do classificado em pré-hipertensão pode aumentar em até 60% as chances de desenvolver algum tipo de patologia atribuída ao sistema circulatório (isquemia, AVC e infarto, são algumas destas que são utilizadas usualmente).

E exercício físico é uma das intervenções mais eficientes para controlar, diminuir e evitar tanto o surgimento da HA como o das patologias associadas a ela.

Para uma prescrição segura e eficiente, um bom parâmetro é a utilização do Duplo-Produto (DP). FARINATTI & LEITE, (2003) o definem como o produto entre frequência cardíaca e pressão arterial sistólica (DP = FC X PAS). FARINATTI E ASSIS (2000) afirmam que este parâmetro tem forte correlação com o consumo de oxigênio do miocárdio apresentando-se como a melhor ferramenta indireta para prever um esforço cardiovascular devendo ser usado para segurança do sistema cardiovascular.

Assim para evitarmos qualquer incidente cardíaco devemos procurar exercícios que não aumentem muito o DP. Ou o façam de forma mais controlada. Se você pensou que aquelas caminhadas longas (em baixa intensidade) são a melhor alternativa para isso, se enganou. Ao compararmos atividade aeróbia e musculação encontramos maiores benefícios nos exercícios com pesos.

Os exercícios físicos resistidos (musculação) se mostram uma alternativa mais eficaz, pois age aumentando a pressão arterial diastólica (PAD) [o que é bom já que torna o retorno do sangue ao coração mais eficiente] sem alterações significativas na pressão arterial sistólica (PAS) [não elevando muito o duplo-produto].

Além disso, a musculação pode ser considerada mais segura já que, dada a sua característica intermitente (com períodos de descanso entre os esforços), a elevação do duplo-produto também é baixa. Isso reduz as chances de infarto (acidentes vasculares cerebrais) em até 50%. Esses dados são comprovados inclusive em pessoas que já tenham alguma cardiopatia.

Estudos atuais (OLEA et al, 2017; SOUZA et AL, 2017; CARDOZO, et al, 2020; BENNIE et al, 2020) apontam que os benefícios dos exercícios físicos são comprovados. Eles são seguros, não apresentando chances de agravar problemas, e eficientes  como dados que mostram que os valores pressóricos diminuem imediatamente após a pratica de exercícios em pacientes hipertensos.

Outro fato que está sendo desmistificado é a utilização de exercícios isométricos (aqueles em que há contração do músculo, sem produção de movimento articular), no tratamento da hipertensão. Pensava-se que manter um músculo contraído e sem movimento, impediria o fluxo sanguíneo e elevaria a pressão.

Isso realmente acontece, mas se a isometria for em músculos periféricos (pequenos), não haverá grandes problemas. Um estudo de WILEY (1992) testou um protocolo de exercícios em mais de 5mil pessoas (hipertensos e não hipertensos) e consistia na contração isométrica dos músculos do antebraço por alguns segundos (preensão manual). Ele detectou redução dos valores de pressão nos hipertensos além de não ocorrer nenhuma intercorrência de infarto durante os testes. É claro que esse estudo testou a isometria em membros periféricos, no caso os do antebraço, e para ela ser executada em outras partes do corpo (como pernas e tronco) são necessários novos estudos.

 

Dudu Altoé

Personal Trainer

CREF.: 002126-G/ES

Especialista em treinamento físico para grupos especiais

(28) 9 9939-9260

@altoedudu

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